Dating Text ▲ H.G

Capitulo 20 ▲ I don't give up easily

"Então diz-me querida, como é que te chamas?" O homem mais velho perguntou enquanto se aproximava de nós.

"Abigail, senhor." Falei com voz trémula e baixei um pouco do meu olhar não sendo capaz de encarar o homem.

"E tens quantos anos?"

"15." Respondi do mesmo modo que há pouco.

"Acho que tu e eu precisamos de ter uma pequena conversa, Cameron." O senhor de cabelos brancos falou para o rapaz que se encontrava ao meu lado e este rapidamente ficou mais tenso e abandonou a sala assim como o senhor que ainda não descobri o nome.

Fiquei um pouco confusa com isto, o que é que eles vão fazer comigo? O que será que eles querem de mim? O que é que eu fiz de mal para merecer isto? Eu só queria uma vida normal, sem complicações, mas parece que quando um problema desaparece, logo outro a seguir aparece sem me dar qualquer tempo de descanso. Sinto o meu telemóvel a tremer no bolso das minhas calças e rapidamente o retiro para ver que tenho uma mensagem do número misterioso. Confesso que já tinha certas saudades das suas mensagens, mas claro que nunca o iria admitir a ninguém.

Desconhecido: Olá :)

Eu: Que queres desta vez?

Desconhecido: Tenho saudades de falar contigo ;)

Eu: Quando é que me vais deixar em paz? Desiste!

Desconhecido: Eu não desisto tão facilmente das coisas Abigail. Quando eu quero uma coisa, eu luto por ela até ao fim!

Eu: Eu pergunto-me, porque é que insistes tanto?

Desconhecido: Já disse, eu não desisto assim.

Eu: Mas será que não percebes que estás a perder o teu tempo? Eu nem sei quem tu és...

Desconhecido: Acredita no que te digo, tu estás comigo mais vezes do que imaginas...

Eu: Eu nunca estou com ninguém, não sou pessoa de amigos.

Desconhecido: Um dia irás descobrir, não te preocupes ;)

Eu: Porque não me dizes logo? Porquê este mistério todo?

Desconhecido: É mais engraçado assim ;)

Bufo e volto a colocar o telemóvel no bolso quando reparo que não há volta a dar. Esta pessoa que me manda mensagens só pode querer deixar-me louca com este mistério todo. Qual é a necessidade? Não pode simplesmente chegar-se ao pé de mim e dizer 'Olá Abigail, olha gostava de te conhecer, não queres vir tomar um café?' ou algo do género. Eu quando descobrir quem é esta pessoa eu vou matá-la com as minhas próprias mãos, garanto!

Ouvi passos até à divisão onde eu me encontro e rapidamente engoli seco assim que vejo os Olsen a entrarem pela porta e a virem na minha direção com uma expressão séria. Confesso que estou com medo do que eles me possam fazer, acho que nunca tive assim tão desesperada por querer saber de algo.

"Muito bem Abigail, eu vou direto ao assunto." O senhor mais velho falou. "A partir de hoje vais viver connosco e vais fazer tudo aquilo que nós dissermos para tu fazeres, estamos entendidos?" Falou num tom severo e um arrepio atravessou-se pela minha espinha. "Caso contrário irão haver consequências."

"Que consequências?" Como sempre a minha curiosidade leva avante e por isso vi-me obrigada a perguntar, ainda com algum receio.

"Consequências essas que não vais querer experimentar, entendido?" Engoli novamente em seco e apenas assinto.

"Mas e então o orfanato? E a escola? Eu não posso deixar isto assim..." Tentei falar mas com algum receio pois nunca se sabe qual será a reação destes senhores às minhas palavras.

"A escola não vai ser um problema, sei que agora são férias mas quando retomar a escola tu irás sem qualquer problema." Assenti e olhei para os meus dedos que se encontravam a brincar uns com os outros devido ao nervosismo.

"Vem comigo, vou mostrar-te onde vais dormir." Ouvi Cameron falar e rapidamente segui-o assim que este saiu da sala e começou a andar pelos enormes corredores.

Depois de subirmos uma longa escadaria encontrávamo-nos num corredor que mais parecia não ter fim com imensas portas, tanto de um lado como do outro. Mais ou menos à quinta porta do lado direito, Cameron parou e olhou para mim.

"Aqui irá ser o teu quarto." Ele abre a porta e este encontra-se escuro devido à falta de luz.

Assim que esta é acesa reparo nas paredes brancas com uma simples cama de casal no centro e com um grande véu por cima. No lado direito encontra-se uma pequena estante e ao lado desta um sofá com algumas almofadas decorativas. Do outro lado encontra-se apenas um enorme roupeiro que ocupa a parede inteira. No teto apenas está um candeeiro branco também mas com bordados o que o torna mais elegante. Ao lado da cama encontra-se uma pequena mesa-de-cabeceira com uma moldura, sem fotografia, e ainda um pequeno candeeiro branco também e com exatamente os mesmos bordados do candeeiro do teto, o que me faz concluir que estes façam parte do mesmo conjunto. O quarto é pequeno e simples, o que faz com que seja perfeitamente adequado para a minha pessoa.

"Não está nada de especial mas podes decorá-lo como quiseres." O rapaz novo encolhe os ombros e vai até à janela onde abre os estores e as cortinas para entrar alguma claridade, sendo que já não é muita pois lá fora encontra-se a escurecer, e apaga a luz.

"É perfeito, obrigada." Ele nada diz apenas fecha a porta quando sai e eu reparo que as minhas malas já se encontram aqui assim que as vejo ao lado do pequeno sofá.

Decido começar a arrumar as minhas coisas nos devidos lugares e confesso que estou um pouco receosa com isto tudo. Não sei o que se vai passar daqui para a frente e só espero não me estar a meter em nada que me vá complicar ainda mais a vida. Eu sei que não há por onde fugir, mesmo que o queira fazer, pois não tenho mais para onde ir. Aquelas pessoas que eu tinha no mundo para me ajudarem foram-se, assim sem mais nem menos, e por isso não tenho mais ninguém em quem confiar.

Neste momento só me apetece enfiar dentro dos lençóis e dormir para esquecer este final de tarde horrendo. Por isso, depois de ter tudo devidamente arrumado fecho os estores e as cortinas e deito-me na cama, sem abrir os cobertores, e deixo-me levar pelo sono profundo, rezando para que quando acorde isto não passe tudo de um pesadelo e, assim que abrir os olhos, os meus avós vão lá estar para me dizer 'está tudo bem, foi só um pesadelo'.

Mas eu sei que isso não vai acontecer...