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-Adam Nobel"Aqueles olhos me deixavam ainda mais louco... O sorriso que ela mantinha penetrava minha alma. Mesmo sofrendo não deixava de acreditar, isso acabava comigo.
A cena de uma garota presa a uma cama virada para cima, com cordas que prendiam os pulsos, a cintura, os joelhos e os pés... Em seus olhos uma venda e em seu pescoço uma espécie de coleira.
Caminhei até ela carregando uma vontade absurda de me satisfazer com a dor daquela jovem. De libertar meu lado escuro... E o deixar livre.
Em cima de uma mesinha haviam alguns "brinquedinhos" de tortura no qual de apenas olhar para eles eu sorria. Acabei pegando um pequeno canivete e voltei a olhar para a moça que parecia já estar machucada. Caminhei até ela á passos lentos e ao me aproximar notei que estava nua. Um corpo comum de jovem garota.
Levei o canivete até seu abdómen e ali fiz um pequeno corte. A garota deu um leve grito e aquilo me inspirou, novamente outro corte... E mais outro, e um último.
Ela agonizava e aquilo me deixava ainda mais satisfeito.
---- Adam... Por favor. - olhei para cima encarando-a e me assustei ao ver que Katherine era a tal jovem. Aquilo me deixou assustado. Como ela havia parado ali!? onde estava aquilo que me impedia de machuca-lá!?---- Katherine!? - toquei em seu rosto - Me desculpa... - tentei soltar sua venda.
---- Adam o que está acontecendo..? - disse com a voz trémula - Por que me trouxe aqui? - seus olhos verdes agora estavam vermelhos por conta de tanta dor.
---- Eu não... - olhei para trás e haviam muitas sombras ao nosso redor - Vou te tirar daqui. - tentei soltar todas aquelas cordas, porem era impossível até mesmo para o canivete ainda em minha mão.
---- Débora estava certa... - voltei a olhar para ela - Você não é uma boa pessoa. Nunca será...
---- Kat... - senti alguém me puxar, quando olhei para trás me deparei comigo mesmo. Uma copia perfeita... Muitas copias! Todos indo até Katherine com objetos afiados nas mãos. Tentei gritar porem minha voz parecia estar presa em minha garganta. Tudo se tornou escuro e o chão passou a ser gosmento como se tivessem derramado algo.
Uma luz se acendeu e ao olhar para baixo meus pés estavam cobertos por sangue e minha mão carregava uma enorme faca também ensanguentada. Olhei para trás e Katherine estava jogada em cima da cama com os pulsos e todo o corpo cortado. De seu pescoço escorria sangue e esse vinha deslizando até mim, como um rastro. Eu havia matado e havia gostado pois uma imensa alegria se apoderava de mim.
Me aproximei e então pude notar que ela ainda estava viva... Por muito pouco estava viva. Seus lábios pronunciavam algo que de inicio não consegui decifrar mas, o som de voz em um tom quase que impossivel de escutar gritou "monstro" e logo em seguida se apagou. "
______________________________---- Katherine! - gritei.
Olhei para os lados e estava em meu quarto, deitado em minha cama, janela aberta, notebook ligado e celular tocando anunciando que já eram 5:45 (AM).
Havia sido apenas um sonho. Um sonho que havia mexido com a minha mente. A cena de Katherine praticamente morta ainda estava nítida em minha mente.
No fundo era aquilo que meu lado obscuro desejava, acho que de alguma forma ele queria revelar suas intenções, desta vez me senti tão torturado quando ela.Levantei, caminhei até o banheiro e tomei um banho gelado, todas aquelas cenas iam e vinham cada vez com mais força. Se fosse outro, nesse momento estaria maluco com todas aquelas ideias psicóticas eu, pelo contrario já estava acostumado com toda a loucura que minha mente abrigava. Era algo constante, apesar que agora estava a mexer com os meus pensamentos de forma mais intensa.
Peguei a primeira roupa que caiu do guarda-roupas e vesti. Agarrei minha mochila jogada no sofá e saí. Meu plano era tomar café em uma cafeteria uma quadra antes do colégio.
Sai do apartamento e caminhei até o elevador. Como morava no último andar era raro ver alguém vagando pelo lugar.
Esperei a porta se abrir torcendo para não ver Katherine, pois sabia que se eu a visse iria pensar naquele sonho e se eu pensasse nele não me controlaria. Bem, acho que como um castigo divino ao chegar no 10° andar a porta se abriu e ela entrou. Meu Deus! Ela estava radiante... Era visível para quem conhecia sua verdadeira face. Seu olhar brilhava e seus lábios queriam sorrir mas ela se mantinha contida.
Meu coração quase surtou quando percebeu minha mente planejar um "ataque"
Estava virando algo descontrolado queria à qualquer custo tentar tocar naquele corpo. De todas as formas e jeitos... As vezes como o sonho e isso me assustava. Eu teria coragem? Por que queria tanto machucá-lá? Por que dessa sede por ela!? E o mais importante, o que me prendia a não dar o primeiro passo?A voz de Katherine me fez olhar para ela por um mísero segundo, como se me arrancasse daquele transe.
---- Oi... - entrou e se ajeitou no canto esquerdo do elevador.
---- Oi! - respondi seco.Não podia olhar... Não podia! Meu lado horrendo estava se soltando, eu precisava sair dali antes que não pudesse mais me conter.
---- Sobre sua blus... - interrompi
---- Eu pego depois. - estava difícil controlar todas aquelas sensações, olhei disfarçadamente para a minha mão esquerda e a mesma ja estava fechada, uma parte de mim gritando para ter calma, manter o controle e outra dizendo para descontar tudo naquele projeto de Jackson.---- Tudo bem. E sobre ontem, você foi muito... - a porta se abriu e sem nem ao menos deixa-la terminar a frase sai do elevador.
Minha mão se fechou sozinha, como se meu corpo tivesse vida própria. Eu não podia mostrar aquilo para ninguem, a pior parte de alguém.
Katherine não merecia, ela parecia sofrer o suficiente, e um passo errado resultaria em desgraça. Eu não podia nem ao menos olhar para ela sem que esse "meu lado" tentasse se libertar. Ao mesmo tempo que algo naquela garota me segurava e me impedia de machuca-lá outra apenas atiçava o pior em mim, como uma guerra entre razão e desejo.Desci até o estacionamento e a passos largos e rápidos entrei em meu carro.
---- Droga! - dei um murro no volante - Que merda Adam! - gritei comigo mesmo.
Por que aquilo sempre acontecia comigo!? Nunca no controle, sempre por impulso.
Eu não podia tocar em Katherine! Não hoje... Iria ficar longe. Tinha que me controlar antes de vê-la novamente. Se quisesse seguir com o plano teria que ser com calma e não por um impulso idiota que tentava me dominar.
Não, não é atração por ela, muito pelo contrario. Eu nem se quer me importo com aquela garota idiota. Apenas anseio por saber o motivo que me deixa totalmente sem controle, algo nela que me faz quebrar as barreiras. Meu lado ruim lutava de todas as formas tentando se soltar porem era apenas um olhar de Katherine para ele se acalmar. Que maldição era essa?!
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> uma suicida e seu psicopata <
RomanceSeria possível encontrar o amor em meio a dor? E se esse amor não fosse normal? E se ela quisesse morrer? E se ele adorasse a morte? Um amor com futuro? Qual futuro? Seria possível entre tantos problemas um amor surgir? As pessoas mudam realmente...