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-Katherine Jackson---- Ai! - resmungou - Tudo bem! - trocou a marcha e pisou no acelerador.
---- E o Nick!? - perguntei - Ele não vem?
---- Seu irmão me ligou dizendo que saiu mais cedo... Por falta de professor.
---- E você acreditou!? - me segurei para não gritar.
---- Ele cabulou? - me olhou por um segundo.
---- A sala dele saiu junto com a minha! Eu devia ter imaginado...
---- O que você devia ter imaginado?! Nicolas nunca fez isso! Irei conversar com ele.
---- Se você fosse mais presente saberia que o Nick mudou e que isso agora é frequente, ainda pior!
---- Como assim!? - Sarah desviou o olhar da estrada e voltou a me olhar - O que seu irmão aprontou que eu não sei?
---- Tudo! O Nick anda bebendo, fumando, anda com companhias "inadequadas"! Agora cabulando aula! - desabafei entre a raiva.
---- Meu Deus! Como ninguem me contou isso!? - ela pareceu surpresa.
---- Você que é a mãe, deve saber por si! - resmunguei entre um cochicho baixo.
---- Tem razão! Vou tomar as devidas providencias ! - voltou a me olhar - Não se preocupe... Irei cuidar do Nicolas, mas... Agora vamos conversar sobre você.
---- Sobre mim? - engoli em seco.
---- Sim! Eu queria mesmo um tempo com a minha filha... Que tal um dia no shopping? - sorriu.
---- Eu... - Débora tem razão! Tenho que dar uma chance à ela - Tudo bem! - concordei.
---- Sério!? - sorriu outra vez.
---- Se prometer conversar com o Nick...
---- Não se preocupe, seu irmão agora é um problema meu. Vamos?
---- Sim... - sorri.
______________________________Chegamos ao shopping e pela expressão que minha mãe mantinha em seu rosto estava super feliz. Fazia tempo que eu não à via daquele jeito.
Aquilo era bom, saber que pelo menos alguem estava feliz... Saber que pelo menos naquele instante enquanto estava comigo ela estava cumprindo com o papel de mãe, e se preocupando.
Decidiu até resolver o que fazer com Nick... Sinceramente aquilo me deu esperança, ele sempre ouvia os conselhos dela, sempre se mantinha de baixo das "asas" da mãe. Espero que isso tambem não tenha mudado, que ele à escute.
Após o cinema decidimos ir até a praça de alimentação pedimos cada uma um lanche e refrigerantes. O clima entre mãe e filha estava quase se restaurando, era visível, Sarah Jackson estava se esforçando.---- Você viu aquela parte!? - perguntou.
---- Meio dramático demais - ri - A melhor parte foi aquela que ela foi puxada para o sub solo.
---- Eu não vi... Fechei os olhos nessa parte - riu.
Inesperadamente minha mãe se atreveu a assistir um novo lançamento no cinema, um filme de terror no qual eu amava. Tenho absoluta certeza de que aquela atitude foi apenas para me agradar, ela odiava aquele tipo de filme. Aquele gesto era mais para ganhar novamente minha confiança.---- É bom te ver sorrindo... - disse fixando os olhos em mim - Desculpa Katherine... Por não ser a mãe que você merece. Mas eu quero muito mudar.
---- Tudo bem, mãe. Sei que tenho que ser mais paciente com você. Já que você tem seu trabalho e tudo mais... Apenas acho que você passa tempo demais lá.
---- Eu posso explicar...
---- Não precisa. Aliás vamos falar de outra coisa. - mordi meu lanche - Isso está bom! - tentei desfocar o assunto.
---- Hum... É mesmo! - sorriu - Sei que você não é de falar sobre isso mas... - interrompi.
---- Não, eu não tenho namorado. - adiantei.
---- Filha, você é linda deve ter muitos pretendentes...
---- Ah... Não. - ri.
---- E o Rick!? Ele foi um bom genro - riu - Não pensam em voltar?
---- Eu não sinto nada além de amizade por ele... Sempre foi assim. Mas, de tanto ele insistir acabei arriscando.
---- Se arrependeu? - me olhou seria.
---- Não! Rick é um cara legal eu apenas não quero ser um peso.
---- E desde quando minha filha é tão crescida..? - sorriu novamente - Meu Deus... Seu pai teria muito orgulho de você, sabe esse fato de você se preocupar com os outros.
---- É... Eu sinto a falta dele.
---- Eu tambem. - nos olhamos e o clima novamente pesou - Bom! E aquele garoto de mais cedo? - tentou reverter a situação.
---- O Adam? Bem eu...
---- Hum... - Sarah ria.
---- Apenas amigos. - revirei os olhos.
---- Sério? Porque pelo jeito que você olhou pra ele... - interrompi.
---- Estava muito visivel!? - me interrompeu.
---- Eu sabia! - riu novamente - Eu sou sua mãe! Mesmo que não passamos muito tempo juntas ainda conheço os seus olhares. Você gosta dele?
---- Bem... Eu não sei. A gente nem se conhece, eu nem se quer sei o que ele pensa de mim... - minha mãe novamente tomou a voz.
---- Você é uma pessoa maravilhosa! E se ele não gostar de você com toda certeza é um idiota. - ri por um instante - Já se beijaram? - aquela pergunta me fez gelar.
---- Não! A gente não... - fiquei vermelha - Será que podemos mudar de assunto?
---- Tudo bem... - Sarah riu.
---- Como é ficar praticamente 24 horas dentro de um hospital!? - acabei tomando o posto de quem fazia as perguntas ali.
---- Quando se ama o que faz é algo satisfatório, saber que você está ajudando uma vida e que está não somente salvando o paciente mas toda a família.. É algo gratificante quando ouço um "obrigada" de uma mãe na qual o filho estava com penamunia. Ou de alguem que teve sucesso em uma cirurgia de risco. Etc... Eu simplesmente amo o que faço.
---- Eu não sabia... - sempre à julguei, mas na verdade ela apenas gosta de ajudar... Assim como eu, como pude ser tão egoísta!? Dez minutos de conversa poderiam ter resolvido todos esses anos longe uma da outra, todos esses anos de mágoa.Meus pensamentos foram interrompidos por um celular que tocava freneticamente.
---- Tenho que atender... - pegou o mesmo e se levantou - Vou ser rápida... Juro! - me deu um beijo na testa e se afastou.
Novamente fui crucificada por meus pensamentos, eles me condenavam por todos os anos que à julguei. Ela apenas se mantinha afastada porque eu a mantinha afastada. Isso acabou deixando o hospital como prioridade! Eu não à culpo... Não mais, a única culpada era ninguem menos que eu mesma, como sempre.---- Katherine... - após cinco minutos retornou - Por favor filha, não fique brava comigo mas tenho que voltar para o hospital.
---- Não era o seu dia de folga!? - perguntei.
---- Sim... Mas um paciente meu passou por um problema e tem que ser operado as pressas.
---- Tudo bem.
---- Me perdoa?! - se aproximou.
---- Tudo bem mãe... Pode ir - sorri na tentativa de afirmar minhas palavras.
---- Quer que eu te leve em casa?
---- Não era uma emergência? Pode ir! Eu pego um taxi. - fingi outro sorriso.
---- Obrigada! - me deu outro beijo na testa - Eu te amo! - pegou a bolsa e caminhou até a escada rolante na qual desapareceu assim que ultrapassou uma pilastra.
Terminei meu lanche e lembrei que Débora estava trabalhando na perfumaria no mesmo andar. Levantei peguei minha mochila e caminhei até a loja.
À passos lentos me aproximei dela e a assustei (sei que ali não era lugar mas acabei não resistindo)---- Kat!? - me abraçou - A que devo a honra? - sorriu.
---- Eu estava por perto...
---- E onde está a Dona Sarah? - perguntou com um novo riso.
---- Teve que ir embora... - seus lábios se fecharam e a decepção apareceu.
---- Tudo bem? - perguntou desanimada com a notícia.
---- Ah sim! - sorri - Até que foi bom... Você tinha razão, ela precisava de uma chance. - acabei por surpreender Mendes.
---- Sério? - me abraçou - Que ótimo Kat! E como foi?
---- Melhor do que eu imaginava...
---- Eu sabia! Nada que uma boa conversa não resolva - riu.
---- Não vou te atrapalhar... Te conto tudo depois. - novamente dei um beijo em seu rosto.
---- Eu te ligo assim que sair daqui... E acho melhor me atender! - sorriu gentilmente.
---- Ok. - revidei o sorriso enquanto me virava e saia da loja.Caminhei por alguns metros até a escada rolante, não sei se foi apenas impressão, mas juro ter visto Adam saindo do shopping.
Tentei caminhar mais rápido para alcançá-lo, sim... Eu necessitava saber o que se passava com ele. Entrei no estacionamento, porem acabei me perdendo entre os carros. Também me perguntei isso! "Como pude me perder!?"
Algo não estava certo, meu coração acelerou, minha respiração parou por um mísero segundo e meu estômago se contorceu como nunca antes. Me apoiei em um dos carros e tudo o que me veio a mente foi o olhar de Adam.
Um alarme soou e logo em seguida uma pancada forte estremeceu o chão, me dando um breve susto, algo dentro de mim denunciava que aquilo era problema, devia dar meia volta e correr, porem meu lado curioso fez meus pés se movimentarem sozinhos. Impulsividade? Exatamente.
Passei por alguns carros e acabei me deparando com o que até então eu desconhecia. Havia sangue, a lataria de um carro toda amassada e para a minha surpresa, Adam Nobel.
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> uma suicida e seu psicopata <
RomanceSeria possível encontrar o amor em meio a dor? E se esse amor não fosse normal? E se ela quisesse morrer? E se ele adorasse a morte? Um amor com futuro? Qual futuro? Seria possível entre tantos problemas um amor surgir? As pessoas mudam realmente...