Liberdade

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-Katherine Jackson 

  Adam passou distraído sem perca de tempo caminhei em direção a porta e sai, estava escuro, árvores em todos os cantos. Logo de cara avistei o carro de Nobel, me aproximei do mesmo e furei os pneus. Aquele desgraçado não iria atrás de mim! Não me levaria de volta para o inferno.
  Sem saber para onde ir optei por entrar na mata, seria mais difícil para me encontrarem. Depois de um tempo comecei a repensar sobre minha decisão, estava escuro demais, de apenas árvores agora  uma imensa floresta sem fim, como no desenho da tal branca de neve em que as sombras se transformavam em monstros, o silêncio assustador, e então o grito de Adam.
  Meu coração saltou, a tesoura em minha mão ficou ainda mais firme. Continuei a andar, agora um tanto mais assustada. Minutos de caminhada pareciam horas, finalmente encontrei uma cabana, as luzes acesas indicavam que ali possuía energia e possivelmente um telefone.
  Torcendo para aquela não ser outra armadilha de Adam, comecei a ir em direção ao lugar, passos lentos e atentos.

------- Olá... - bati na porta porem não tive respostas. Tentei abrir a mesma e acabou por funcionar, a porta deslizou para dentro revelando o interior pequeno da casa - Olá... Alguém ai? - novamente sem respostas.
  Era apenas uma ligação! A pessoa nem se importaria.
  Entrei e caminhei em direção ao telefone, o peguei e tentei discar, estava mudo, olhei para o fio e o mesmo estava cortado. Que droga era aquela!? Se já não bastasse Nobel, agora isso.

------- Olha só quem encontramos Bobby! - uma voz atrás de mim me fez virar e encarar a porta, dois homens me olhavam recheados de malícia. Senti meu coração subir a boca e minha respiração acelerar.
------- Desculpe... Estava aberto, e eu precisava telefonar... - comecei a me explicar - Preciso de ajuda... Me sequestraram. E me  trouxeram para esse lugar que parece não ter saídas... - um dos homens levou a mão até a calça, exatamente em seu membro sexual - Me desculpem, tenho que ir... Já devem estar me procurando, a polícia está vindo. - tentei colocar medo nos homens porem os dois apenas se contentaram em sorrir.
------- Já quer ir embora!? - ouvi latidos do lado de fora da casa, aquilo me deixou ainda mais assustada - Está tão cedo.. - voltei minha atenção para o homem - E ainda nem brincamos... - sorriu enquanto o outro fechava a porta.
-------- Não obrigado, preciso realmente ir. - tentei passar por eles porem o primeiro me agarrou pelo braço me fazendo dar um grito - O que está fazendo?
------- Calma docinho... Vamos apenas brincar. - o outro riu.   Tentei usar a tesoura para atingi-lo porem ele com um leve movimento a tirou de minha mão a jogando do outro lado da sala.
  Senti meu coração subir a boca, minhas pernas ficarem bambas, meu desespero gritou dentro de mim, as mãos daquele homem passeando pelo meu corpo me fazia querer a morte, nojento e desesperador, era impossível cessar os meus gritos, fui capaz de desejar Adam ali, para me proteger como ele havia dito... Meu medo me fez desejar aquele a quem eu mais odiava no momento.
  Já não sentia mais nada, minha visão se embasava e meu peito ardia.
  Foi então que um grito me fez voltar ao real, um grito por mim. A porta se abriu com força, tanta que quase se desprendeu dos pinos. Um semblante familiar, e uma raiva conhecida, Adam.

------- Kat... - seu olhar se encontrou com o meu, me fazendo sentir o cheiro da esperança, me fazendo sentir meu corpo livre e sem danos - Soltem ela! - gritou.
  Um dos homens me soltou e  foi para cima do mesmo. Adam parecia fraco perto dele e aquilo me fez ter medo.
  O homem tentou acertar um soco em Nobel porem o mesmo desviou, novamente uma tentativa de atingi-lo e outra vez o erro. Adam o socou no meio da barriga o fazendo urrar de dor, o chutou entre as pernas o fazendo abaixar, e finalizou com um belo gancho de direita que fez o homem tombar para trás, já inconsciente.
  As mãos do outro ainda estavam em mim, o mesmo envolveu o braço em meu pescoço me enfocando e olhando para Adam.

------- Mais um passo e eu mato ela! - gritou.
------- Quer mesmo fazer isso? - Nobel sorriu malignamente me fazendo gelar, esticou o braço e uma faca deslizou pela blusa diretamente para sua mão, o homem atrás de mim apertou ainda mais o golpe, tentei arranha-lo porem nada funcionava, minhas forças eram inúteis com ele.
------ Nem mais um passo garoto! - mal terminou a frase e logo uma faca lhe atravessava o ombro.
  O homem deu um passou para tras e aliviou a mão me dando chances para escapar, cravei minhas unhas no mesmo o fazendo me soltar por completo, impulsivamente corri em direção a Nobel.

------- Tudo bem? - me abraçou, porem sem palavras acabei por não responder, apenas retribui o gesto com força, finalmente me sentia segura, entre lagrimas de medo e de alegria por tê-lo ali, naquele exato momento.
  Adam me empurrou para o lado no mesmo instante o homem já em pé tentou atingi-lo com a faca, mesmo sangrando ele possuía uma força superior a Nobel, além de ser um tanto mais alto.
  Uma tentativa de atingi-lo, uma falha. Outra tentativa e um corte, Adam havia sido atingido e seu antebraço  sangrava.
  Foi então que o olhar de Nobel se transformou, estava cercado pela raiva, aquele olhar eu conhecia, o problema era o que vinha depois.
  Adam se esquivou de outro golpe, logo após revidou. Socou o homem por trás o fazendo ir para frente, o chutou com força o fazendo perder o rumo, se abaixou e deu uma rasteira no mesmo o fazendo ir ao chão. A faca rolou para os pés de Nobel e ele a pegou, se aproximou do homem e se abaixou bem o encarando e rindo, levou o objeto até sua garganta, fazendo o homem tremer, Adam sorriu e ameaçou cravar a faca. Ele faria sem piedade, sem se importar, eu seria testemunha de um assassinato e o pior, veria o lado "secreto" de Adam a solta. Uma gota de sangue apareceu saindo da pele da agora "vítima", Nobel estava novamente cego pela raiva.

------- Adam não! - o mesmo olhou para mim, se desconcentrado e assim aliviando a faca no pescoço do homem. Foi então que ele jogou Adam no chão subindo em cima e o socando. Nobel não revidou, apenas tentou se defender, ele devia revidar! Sair dali! Mas não... Ele estava imóvel.

   Aquilo me deixou desesperada, Adam começava a sangrar pelos lábios, o mesmo olhou para mim e o brilho de seus olhos azuis foram no fundo de minha alma. Olhei ao redor encontrando um prato de vidro, sem escolhas e impulsivamente agarrei o mesmo e me aproximei do homem, em um movimento rápido o acertei bem na cabeça, o vidro estilhaçou e o homem caiu no chão, inconsciente.

------- Ai meu Deus! - senti meu corpo pesar, ajoelhei no chão ficando próxima ao corpo - Eu o matei!? - meu desespero começou a mostrar as caras, minhas lágrimas se tornaram visíveis, eu havia matado uma pessoa!? - Sou uma assassina!? - senti Adam me abraçar, me levar ao encontro de seu peito e acariciar meu cabelo.

------- Ei... - beijou minha cabeça - Tudo bem, - continuou a me envolver em seus braços - Vai ficar tudo bem...
------- Eu sou um monstro.. - as lagrimas simplesmente não paravam de escorrer por meu rosto, Adam me virou para sí e enxugou as mesmas com o polegar, seu olhar azul penetrante me fez respirar com mais facilidade, o calor de seu corpo me fez sentir segurança.
------- Você não é um mostro... - deu um chute no homem e o mesmo resmungou em sua inconsciência - Ele não está morto - voltou a me olhar - Você fez o certo... Me salvou Katherine, obrigado. - sorriu.
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> uma suicida e seu psicopata <Onde histórias criam vida. Descubra agora