Nick [...]

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-Katherine Jackson

  A sensação de culpa ainda me consumia, saber que se eu pelo menos tivesse tentado talvez Nick não estaria no estado em que estava. Era como se minha mente me auto denunciasse, como se o problema daquilo fosse todo meu.
   Após duas horas e meia finalmente os resultados dos exames estavam prontos. Nicolas realmente havia dado sorte e logo acordaria, tudo graças ao cinto de segurança que ele usava. A pancada tinha sido forte porem o cérebro ainda estava intacto, nenhuma sequela aparente, porém seu corpo devia acordar por sí só. Era o unico jeito de ter certeza absoluta de que ele não havia sofrido nenhuma fratura que até o momento poderia estar invisível.

-------- Katherine... - acabei cochilando enquanto esperava minha mãe voltar de uma cirurgia, a voz dela em meu ouvido e sua mão passeando por meu braço me fez acordar.
   Já deviam ser quase oito horas da noite, o hospital estava mais movimentado. Choros e gemidos de dor, misturados a tosses e a médicos e enfermeiros correndo pelos corredores.

------- Querida? - voltei minha atenção para Sarah, essa ainda de pé de frente para mim - É melhor ir para casa... Já está tarde e você precisa descansar. - sorriu.
------- Não... Eu quero ver o Nick! Por favor, me deixa vê-lo.
------- Desculpa Kat... Mas o Nick está em observação. Não pode receber visitas.
------- Mas... - me interrompi - Tudo bem.
------- Vamos, eu te levo.
------- Sarah? - uma enfermeira correu até nós - Temos uma emergência no 3° andar!
-------- Já estou indo! - me olhou - Filha eu... - interrompi.
------- Eu pego um taxi. Pode ir... - dei um beijo em seu rosto e segui pelo corredor em direção oposta a que ela junto com a enfermeira seguiram.

  Do lado de fora do hospital o ar estava gelado. O ponto de taxi estava vazio e meu celular sem sinal. O jeito era esperar.
  Vinte minutos depois já estava totalmente impaciente, quase espancando o celular e xingando todos os taxistas possíveis.

------- Katherine? - olhei para o lado e Rick caminhava até mim.
------- Rick? - sorriu.
------- O que faz aqui à essa hora? - parou em minha frente.
-------- Nick está em coma... - falei desanimada.
-------- Coma!? - ficou surpreso.
-------- Ele sofreu um acidente... - as lagrimas ameaçaram cair - Foi o unico sobrevivente. - Rick me abraçou.
-------- Calma Kat... Vai ficar tudo bem. - me olhou - Nicolas é um rapaz forte. - tentou sorrir.
------- É... Ele é. - me afastei dele enxugando as lagrimas.
------- Quer que eu te leve pra casa?
------- Não... - olhei novamente para o sinal do telefone que continuava como antes - Eu... Estou esperando um taxi. - disfarcei.
-------- Katherine... Eu te conheço, lembra? - pegou em minha mão - Eu te levo!
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   Sem escolha acabei seguindo Rick, não havia perigo. Ele era um verdadeiro amigo, além disso eu o conhecia desde a infância.
Por mais que eu tentasse parar de pensar em Nicolas, eu simplesmente não conseguia, mesmo ele estando fora de perigo, meu coração ainda se apertava e meus pensamentos me auto condenavam.

------- Tem alguém na sua casa? - me olhou por um segundo.
-------- Eu espero que não! - ficar na companhia de tio Robert era a última coisa que eu desejava naquele momento.
------- Tem certeza de que quer ir para lá? Se quiser pode dormir lá em casa. - parou e pensou no que havia dito - Minha mãe está lá... - se auto corrigiu.
-------- Tudo bem, Rick... - sorri - Não vejo problemas em ficar sozinha. - (até porque já me acostumei em ficar sozinha (literalmente)
-------- Como quiser... - sorriu - Mas, caso mude de ideia é só me ligar.
------- Ok. - como sempre meu bom e velho amigo sempre preocupado demais.
  O carro estacionou frente ao predio em que eu morava, encarei a portaria por um segundo e então voltei minha atenção para Rick.

------- Eu até te chamaria para entrar, mas do jeito que a D.Sonia é, melhor nem arriscar - ri - Obrigado pela carona. - abri a porta e sai. Rick fez a mesma coisa, deu a volta no carro me reencontrando.

------- Katherine... - me chamou.
------- Sim?
------- Te vejo depois? - sorriu.
------- Claro... - me aproximei dele - Boa noite. - beijei seu rosto.
------- Boa... Noite. - sorriu - Ei! - me virei novamente para ele - Qualquer coisa liga... Ok?
-------- Ok.. - sorri - Boa noite, Rick. - voltei a caminhar em direção ao predio.

> uma suicida e seu psicopata <Onde histórias criam vida. Descubra agora