Ele morre!

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-Katherine Jackson 

  No trajeto até New York, o silêncio predominou. A culpa rondava cada pedacinho do meu corpo, Adam não dizia nada e eu muito menos.
  Minha raiva aumentava na medida que meus pensamentos desejavam os beijos daquele garoto, não tinha raiva dele em sí, mas sim de mim, de minha recaída, de minha quase entrega. Eu devia ter resistido, devia superá-lo, arranca-lo de vez de dentro de mim, o problema era que uma parte não queria, essa parte pequena e confusa queria largar tudo, ignorar  tudo e ir embora com ele. Pequena parte idiota!

------- Vai ir a delegacia? - Adam quebrou o silencio que nos dominava.
------- Eu devia! - respondi.
------- Tudo bem, então vamos! - me voltei para ele surpresa.
------- O que?
------- Tem alguma prova para me incriminar? Tem alguma testemunha? Ou algo do tipo?
------- Eu.. - (pensei bem, e não... Eu não tinha nada! As provas que pensava ter em mãos Thomas obviamente as tinha pego, meu celular estava com Adam, Joe tambem. Resumindo, de volta ao beco sem saídas)

------- Foi o que pensei, pode até denunciar a loja de Thomas, irão lá e não encontraram nada!
------- Sempre um passo a frente, não é mesmo Adam!?
------- Desculpe Kat, mas não vou para a prisão, sou bom no que faço... - estacionou o carro - Apesar de tudo quero que viva essa realidade comigo.
------- Sobre o que aconteceu, esqueça! Jamais voltará a acontecer. O que fez não tem perdão. Não vou ser a Jackson que terá novamente o coração destruído e pisado por um Nobel! - sai do carro encarando a figura nunca tão desejada como agora. O prédio em que eu morava.
Finalmente em casa! Finalmente distante da loucura que era Adam.

  Entrei no elevador e me surpreendi quando o vi entrar também, manti distância por interiormente deseja-lo. Meu coração estava em pedaços, eram tantos cacos que se tornava impossivel juntá-los.
  10° andar, sai e fui seguida. Olhei em meus bolsos e a droga das chaves haviam sumido. Olhei para Adam e a presença do mesmo estava a me incomodar.

------ O que quer!? - me virei para ele.
------ Sua mãe pensa que estavamos nos "acertando" vou manter meu cavalheirismo, te trazendo até a porta.
------- Mentira, está apenas com medo de eu ter algo aqui contra você! - o unico jeito de afastá-lo era o tratando mal.
------- Que droga Kat. Eu gosto de você! Não sou um monstro, apenas sou diferente.
------- Não me importo! - retruquei -Você é um Nobel, eu uma Jackson, não temos a menor chance!
------- Pare de ligar para a porcaria desses sobrenomes! - se aproximou - Sei que ainda quer... Hoje foi a prova disso... Mesmo me odiando você ainda me quer. - tentou me tocar.
------ Não...
------ Não negue... - tentou segurar em minha mão porem me livrei do mesmo.
------ Foi um erro! Um erro que jamais voltará a acontecer! - ouvi a porta do meu apartamento se destrancar, logo em seguida se abrir e a imagem de minha mãe se revelar.
------ Finalmente! - se pronunciou - Onde estavam!? - sem perca de tempo abracei a mesma com força para ter certeza de que estava vivendo o real.
------- Me desculpa mãe...
------- O que houve querida!? - me olhou confusa.
------- Eu que devo pedir desculpas senhora Jackson, eu chamei Katherine para sair e tivemos problemas com o carro... E tanto meu celular quanto o dela ficaram sem bateria. - meu olhar se encontrou com o dele.
------- "Problemas com o carro" - Sarah nos encarou - Que isso não aconteça mais!
------- Claro! - sorriu cinicamente - Sou homem de cumprir horários..
------- Vou entrar! - tentei passar por Sarah porem Adam segurou o meu braço me voltando para trás.
------- Seu celular amor... - levou a mão até o bolso esquerdo da calça, arrancando o aparelho de lá e me entregando. Agarrei o mesmo sem dizer absolutamente nada, olhei para a minha mãe e ela ainda estava confusa.
  Dei as costas e entrei. Antes de eu cruzar o corredor, parei no mesmo e ouvi a conversa de Sarah e Adam, Nobel havia mudado o tom, se fazia de "coitado" o garoto apaixonado.

"------- Tivemos uma noite difícil, outra briga... - suas palavras me fizeram desejar voltar e arrancar a lingua dele - Desculpe senhora Jackson, mas sua filha é muito difícil.
------- Katherine sabe ser teimosa Adam... Se gosta dela deve ter paciência. E não seguir a doutrina de ilusão de sua familia! Se não, eu que irei atrás de você e te farei se arrepender de tudo, então pense bem antes de tentar quebrar o coração da minha menina.
------- Eu gosto dela realmente! Não sou como os outros... - se calou - Bem, melhor eu ir... Não quero ser o cara chato, sei que Kat precisa de espaço.. - olhei para a porta discretamente enquanto me encostava a parede, para não notarem minha presença, olhei para Adam e no mesmo instante ele olhou para mim - Peço apenas que diga à ela que mais tarde irei ligar para ver se ela está bem.
------- Tudo bem Adam, eu digo! Bom dia. - Sarah fechou a porta, no mesmo instante me virei e segui em direção ao meu quarto.
  Entrei já enxugando as lágrimas, meu peito ardia, minha vontade era de gritar meu ódio.

------- Kat? - batidas na porta seguida da voz preocupada de Sarah - Tudo bem querida?
------- Sim mãe! - gritei - Vou apenas tomar um banho.
------- Quer me contar algo!? - respirei fundo.
------- Não, está tudo bem! - senti a mentira deslizar por minha garganta.
   Senti meu celular vibrar freneticamente, olhei para ele e senti meu coração subir a boca, a voz de Sarah se transformou em ecos, minhas pernas estavam perdendo a firmeza.
  Uma mensagem, uma foto.
Nicolas no hospital "dormindo" enfermeiros a sua volta, cada um com um objeto cortante em mãos.
  Outra foto e então Thomas ameaçando cortar a garganta de Nick.
  Minha cabeça girou, minha mente perdeu o rumo. Uma ligação, Frankin.

------- O que fez com ele!? - gritei.
------- Já viu as fotos..? - pude ouvir seu riso do outro lado da linha - Sabe esse meu meio irmão é tão frágil... Esse rostinho de adolescente me faz querer destruí-lo... - interrompi.
------- Se tocar nele eu... - me interrompeu.
------- Você o que Katherine? Vai se mutilar? Ou correr em direção ao Adam? - sua voz se tornou séria.
------- Seu... - me calei - O que quer!?
------- Quero que se afaste! Quero que suma! Se nos denunciar a polícia eu mato o Nicolas! Mato sua familia inteira, ao contrario do que é para Nobel, não é nada para mim! Você é um lixo garota! E é por isso que irá esquecer  tudo, irá seguir a droga da sua vida bem longe de Adam! Vai se afastar ao máximo de todos.
------- O que!? Você ficou  louco!? - parei por um instante - Adam está envolvido nisso?
------- Se abrir a boca e contar para ele eu te mato vadia! Te dou uma semana para fazer o que estou dizendo! Caso contrário todos ao seu redor pagaram. E como odeio a droga da sua família, será um grande prazer tirá-los do mapa! - minha respiração ameaçou parar, o tom de voz de Thomas estava sombrio, não estava de brincadeira - Uma semana! - desligou.

> uma suicida e seu psicopata <Onde histórias criam vida. Descubra agora