Abandono

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-Adam Nobel 

  Pensei que seria fácil seguir, pensei que para mim, como um ser "sem sentimentos" o dia nasceria belo, nunca me senti tão errado quanto hoje.
   Tudo caiu sobre a minha cabeça, meu reino desmoronando aos poucos. Meu melhor amigo, Katherine.. Jordan, Ana, etc..
  Já fui interrogado por um tal delegado Roger, o caso de Joe ainda está em aberto, queria eu descobrir o assassino, pensei ter sido Thomas, porem apesar de tudo ele não faria nada que me fizesse desconfiar da aliança que tínhamos.
  Quanto ao combinado que tive com meu pai, bem, digamos que agora tenho um emprego de verdade, não é o melhor em relação a "prazer" mas o salário é bom, tanto para minhas regalias quanto para a criança.
  Com tantas coisas em mente pensei que não teria tempo para pensar na menina Jackson, estava errado. Uma semana se passou, e a cada mísero minuto pensei nela. Ela mais do que ninguem merecia um verdadeiro amor, e eu não suportaria vê-la com um outro alguem. Katherine fez o que nenhuma outra garota fez por mim, apesar de minhas vaciladas, ainda sim sei que  nossos momentos juntos foram reais. Quero eles de volta, quero minha Jackson novamente, essa droga de "novo e desconhecido" sentimento que a mesma me fez conhecer, me faz querê-la por perto, apesar das brigas, mentiras, perigos  etc, ainda sim, à quero como nunca antes.
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------- Katherine... Sei que sou errado, sei que as vezes sou perigoso, impulsivo... Mas, não quero viver sem você... Eu te.. Ah droga! Não consigo! Qual o seu problema Adam!? - de frente para o espelho, tentando uma "declaração" no modo Nobel, por um grande azar sempre falhando.

  Tudo o que ela queria ouvir era um "eu te..." ah droga! Não consigo, não sai!
  Adam Nobel tentando se declarar? Se é o jeito para conquistá-la então sim! Adam Nobel ira tentar.

-------- Vamos! Nós iremos conseguir... - falando com o próprio reflexo novamente - Katherine Jackson... Eu te... Ah! - peguei o abajur a minha frente e joguei do outro lado do quarto, o mesmo se encontrou com a parede e caiu no chão, completamente destruído.

------- Ah, eu gostava tanto desse abajur! - olhei para a porta e Ana me lançava um risinho cínico.
------- A quanto tempo está ai?
------- Ah um bom tempo... - entrou no quarto caminhou até a cama, e sentou - Vejo que esta precisando de ajuda... Ou ficou realmente louco e está se declarando para um espelho chamado Katherine! - riu ainda mais.
-------- Sai do meu quarto! - caminhei até ela - Agora!
-------- Meu querido psicopata está apaixonado... Pena que não por mim - seu olhar se tornou triste - Tudo bem eu supero - outra vez um risinho.
-------- SAI DO MEU QUARTO! - gritei.
-------- Adam... - tentou me tocar porem impedi - Tudo bem, parei! Calma... Só estou tentando ajudar...
-------- Não preciso de ajuda!
-------- Você não consegue dizer "eu te amo", sim você precisa de ajuda!
-------- Sou Adam Nobel, consigo tudo! Agora saia.
-------- Como quiser grosso! - passou por mim - Posso facilitar sua vida, mas como não precisa de ajuda então dane-se! - tocou à maçaneta da porta.

  Ana sabe melhor do que ninguem como conquistar alguém, por que não aceitar a ajuda da mesma?

-------- Tudo bem, espera! - ela parou, se virou e sorriu - Como pode me ajudar? - perguntei.
-------- Simples - se aproximou - Você sabe como conquistá-la, você tem o dom para tamanho ato, apenas use... Aposto que aquela sem classe ira novamente cair na sua.
-------- Primeiramente para de tratá-la mal, segundamente, acha mesmo?
-------- Se acho? Tenho certeza! Aquela garota é tonta demais!
-------- Ana.. - me interrompeu.
-------- Serio mesmo que gosta dela? Justo ela Adam!? - me olhou seria - Com tantas outras opções... - tentou novamente me tocar, dei um passo para trás.
------- Nem tente, já disse e repito não ha mais nada entre nós, nada além da criança.
------- Ah claro! Katherine merece até palmas, quem diria que você um dia ficaria tão mole! Tem razão Adam, essa sua nova versão é broxante.
------- Deixa de drama, você pode ter quem quer a hora que quer! - caminhei até o guarda-roupas e de dentro do mesmo atrás de uma jaqueta, retirei uma garrafa de bourbon.
-------- Isso não se aplica a você não é mesmo?
--------- Exato! - abri a garrafa e derramei o liquido em um copo, logo após levei a boca - Não está aqui para discutir quem vai ou não pegar, contanto que meu nome não entre no jogo e a criança não sofra, então faça o que quiser. Mas enfim, vai me ajudar ou não? 
-------- Vou me arrepender disso! - sentou na cama em seguida se voltou para mim -Anda! Senta. - caminhei até ela e sentei - Vejamos, um psicopata com sentimentos?
------- Ana!
------- Ah tudo bem! - revirou os olhos - Adam você sabe o que falar seu problema é justamente com a frase que as "garotas" mais gostam, são simples palavras... Eu, te, amo.
-------- Já tentei mil vezes! Essa droga não sai.
-------- Quando foi a última vez que disse algo assim!? - engoli a pergunta em seco. A última fez que me atrevi a dizer tamanhas palavras me dei muito mal, desilusão, abandono, mentiras e o mundo todo me dando as costas. Minha mãe falecendo, meu pai me abandonando, uma criança de 10 anos tendo de conviver e agir como um adulto, sem brincadeiras, sem amigos ou qualquer coisa comum que um adolescente reclame. Tinha tudo e ao mesmo tempo não tinha absolutamente nada, tudo se formou em três simples palavras, foi então que as cancelei de meu vocabulário. Porem, uma certa Jackson anseia por ouvi-las, e por ela, por ela eu mato e morro. Esse é o meu castigo, rendido e preso a Kat.

-------- Adam! Estou falando com você! - sai daquele mar de pensamentos e foquei em Cavalliery e seus belos olhos azuis quase que impacientes.
-------- Não sei, foi a muito tempo - disfarcei.
-------- Desilusão? Rejeição? Amor platónico? Algo do tipo?
-------- Sei lá, talvez. Eu não me lembro!
-------- Você não facilita em nada! Ok, vamos tentar outra coisa... Repete, eu..
------- Eu.. - repeti.
------- Te... - continuou.
------- Te...
------- Amo! - respirei fundo.
------- Amo.
------- Sei que me ama! - sorriu - Tudo bem, agora diz tudo em uma única frase.
------- Eu te am... - droga - Não consigo! - levantei da cama me segurando para não quebrar o proximo objeto.
------- Acha que se dizer isso a ela seu mundo ira novamente cair? - me voltei novamente para Ana, seu olhar e sua voz suave me fizeram paralisar.
------- O que?
------- Você tem medo Adam, por conta disso não se atreve a falar.
-------- Como você... - me interrompeu.
--------- Eu te conheço, muito mais do que você pensa... - se virou para a cómoda e pegou uma caneta, se aproximou e agarrou a minha mão, com delicadeza escreveu a frase logo após me soltou - Leia... - voltou a me olhar.
   Encarei minha própria mão, suspirei e simplesmente li.

-------- Eu te... Amo. - consegui! Céus! Consegui!
   Ana sorriu me fazendo sorrir tambem. Aquela loira de mente psicopata era realmente esperta.

------- Você é incrível... - sorri.
------- Quando for dizer tente esconder o braço, ou ela ira desconfiar... - seus olhos se prenderam aos meus - Boa sorte Adam, espero que tenha o que não tive... Katherine é uma garota de sorte. - se aproximou, beijou o meu rosto e saiu do quarto.

> uma suicida e seu psicopata <Onde histórias criam vida. Descubra agora