O Incidente das Crianças Desaparecidas

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JANEIRO DE 1987


Oliver Temple estava carrancuda, apertando sua pelúcia de Chica nos bracinhos magros, e chacoalhando veementemente os cabelos loiros num meneio de negação.

- Só um pedacinho de pizza, meu amor – a mãe dela implorou, erguendo um pedaço do lanche na direção da filha.

A garotinha fez bico, virando a cabeça.

- Quero ver a Chica cantando, mamãe.

- Você vai ver – e mulher finalmente deu uma risadinha exasperada – mas só se comer toda a sua pizza.

Oliver revirou os olhos, mas abriu a boquinha e abocanhou a pizza, fazendo a mãe rir. A menina se divertiu com a expressão da mãe e sorriu também.

Assim que terminou, foi até o palco, dando pulos de alegria ao ver Chica cantando na direção dos presentes.

Algumas mesas adiante, Frederick Matthews, e o irmão, Alfred, se encontravam jogados no encosto das cadeiras, parecendo mortalmente entediados. Ambos eram freqüentadores assíduos da Freddy Fazbear's Pizza desde pequenos, e já não viam muita graça nos estáticos e macios animatrônicos do palco.

- Eles podiam sair do palco e vez em quando – resmungou Alfred, coçando os cachos louros.

- Já expliquei pra você – Frederick sacudiu as mãos, impaciente – olha como isso aqui está cheio... não tem como eles ficarem andando.

- Mas podia acontecer alguma coisa – insistiu o mais novo – olha, eu gosto do Freddy, mas daquele amarelo. Esse marrom só sabe cantar. Nunca o vi descer dali.

- Você gosta do outro pro que ele traz bolo pra gente – brincou Frederick, rindo.

- É, isso também – concordou o garoto, gargalhando.

Frederick olhou para frente, focalizando o garoto sorridente na mesa diante do palco. Acenou para ele, que sorriu e devolveu o aceno.

Bart Holland era amigo e vizinho de Frederick desde que se entendia por gente. E parecia preferir levemente a companhia do garoto a da irmã, Lucy, que se encontrava sentada ao seu lado, tagarelando com o namorado.

- Quer dar um tempo, Lucy? – ele encarou a garota, aborrecido - ninguém quer saber da matinê que você marcou com ele!

Lucy lançou um olhar fuzilante para o irmão, fazendo os olhos castanhos parecerem fendas no rosto de boneca.

- O nosso tampinha está zangado – zombou Henry, abraçando Lucy.

Bart detestava o garoto com quem a irmã, por alguma razão absurda e inexplicável, havia resolvido começar um namoro. Era o típico garoto superficial, com o cérebro do tamanho de uma noz, e o garoto não duvidava nada que, qualquer dia desses, ia dispensar Lucy sem nem pestanejar.

Ele fingia o quanto podia, mas era impossível não ver o quanto Bart gostava da irmã. Embora a achasse insuportável ás vezes – o que parecia ser recíproco – os dois irmãos viviam juntos e pareciam se entender como ninguém.

A única coisa que parecia ter mexido com aquela relação, nas últimas semanas, era aquele ridículo projeto de ser humano que ela trouxera, junto dele, para passar a noite na Fazbear's.

Lucy, no entanto, pareceu um tanto aborrecida com o desdém de Henry.

- Ele tem motivo – ela comentou, franzindo o cenho para o irmão magoado – ei, Bart – ela baixou a voz, um pouco mais gentil – por que não vai dar uma volta? Vá dar uma olhada no Foxy.

Five Night's At Freddy's: A OrigemOnde histórias criam vida. Descubra agora