Lucy acordou na mais completa escuridão.
Ouviu uma voz assustada em sua cabeça. Não era surpresa, já que ouvira várias vozes nos últimos anos, presa dentro de sua mente amordaçada.
Mas seu choque só surgiu por que reconhecia aquela voz, diferente de todas que havia ouvido nos últimos tempos.
O que... o que está havendo?
Mark? Lucy ouviu-se dizer, embora não articulasse palavra. È você?
Lucy? Onde estamos?
A garota tentou recordar-se do que poderia ter acontecido. Lembrava-se do acidente... e do desaparecimento de Bart. O que havia ocorrido depois disso?
Mark se arrepiou quando um som de algo caindo surgiu ao seu lado.
Mark... tente se jogar para frente. Acho que... consegui sair.
Os membros de Mark pareciam rígidos, como se tivessem sido soldados numa armação de ferro. Mesmo assim, o garoto conseguiu inclinar-se, fazendo o que quer que o prendesse abrir-se contra o chão.
Consegui! Mas... não consigo... não consigo levantar.
Lucy ergueu-se, sentindo um solavanco nas costas, fruto do movimento que agora lhe parecia surpreendentemente incomum. Vendo uma nesga de luz surgindo fora da caixa em que estava, engatinhou na direção da que havia caído mais adiante, para ajudar Mark.
Quando a levantou, porém, sentiu o horror traspassa-la como uma faca enferrujada.
Em vez de ver Mark, fitou um estranho boneco robótico de forma redonda, que piscava os olhos para ela, de um jeito tão aterrorizado quanto Lucy o olhava.
Mark? O que... é você? Guinchou Lucy, espantada.
O animatrônico levantou a cabeça, encarando o próprio corpo metálico. Seu guincho de angústia saiu pela boca do boneco na forma de uma risada estridente.
Eu... não sou eu. Estou dentro... disso! Choramingou, voltando o olhar de olhos grandes para Lucy. E você! Consigo te ver por trás disso... mas... é horrível, Lucy!
Disso?
Lucy não entendia. Por que via Mark, cinzento e esfumaçado, dentro daquele robô estranho? E o que ele quisera dizer com ela também estar em um?
Lucy tateou ao redor, procurando qualquer interruptor que pudesse acender a luz do cômodo em que estavam.
Em vez disso, conseguiu bater os dedos em um espelho recostado á parede.
A luz do luar, que entrava na sala, refletiu a imagem de Lucy.
No entanto, em vez de seu corpo humano, a princípio, só viu a silhueta de uma raposa animatrônica, parecida com a raposa pirata que Bart um dia tanto admirara em Freddy Fazbear's Pizza.
Mas, ao contrário de Foxy, esta tinha coloração branca, bochechas vermelhas, gravata de mesma cor, um tipo de batom contornando o focinho cheio de dentes, um corpo curvilíneo e, recostado em seu ombro, um fantoche vermelho, que muito lembrava a antiga raposa pirata.
Eu sou um animatrônico? Soluçou, batendo a mão no espelho. O animatrônico imitou o movimento, fazendo as garras da raposa tamborilarem no vidro.
Mark se aproximou dela, também encarando seu reflexo e soltando um brado de pesar.
Estamos mortos, Lucy? È isso, não é? Você me lembra... é impossível, mas você me lembra...
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Five Night's At Freddy's: A Origem
FanfictionVocê acredita no sobrenatural? Sabe, nem sempre o sobrenatural vem de lugares mal assombrados, mansões abandonadas ou criaturas geradas por encarnações do mal. Às vezes, o sobrenatural surge na inocência, das risadas, do som da alegria infantil. Sur...