Balões

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No subsolo ainda soterrado de Fazbears Fright, uma comoção, oculta aos olhos humanos, tinha se iniciado.

Brandy encarava, incrédula, seu corpo quase sólido, livre de toda a aura sobrenatural que os havia recoberto, durante todos aqueles anos.

Vários gritos animados, porém inaudíveis, coalharam o ar.

- Yay!

- Estamos livres! – Frederick bradou, abraçando o próprio corpo,– ela conseguiu!

- Nós vamos embora desse lugar! – Oliver sorriu, de volta a sua forma humana.

Alfred soluçou alto, enxugando as lágrimas esfumaçadas em seu rosto.

- Não consigo nem acreditar.

- Pode acreditar, irmãozinho – Frederick o abraçou, sorrindo – nós vamos embora.

- Lucy! Lucy!

Todos viram o espírito de Bart correr em direção á Lucy, que o acolheu nos braços, puxando-o para seu colo.

- A gente vai embora, Lucy. A gente vai embora!

Lucy afagou o rostinho do irmão, as lágrimas transparentes escorrendo até mesmo da órbita vazia.

- Sim, nós vamos – ela riu, pousando sua testa na dele.

Will olhava seus braços, com um largo sorriso no rosto. Nem acreditava que, depois de quase quarenta anos, finalmente estava livre da carcaça de metal que fora seu lar por tanto tempo.

- Will, estamos livres! – Mark bradou, aplaudindo.

O garoto assentiu, sorrindo.

- Estamos – suspirou, vendo os demais se abraçando, emocionados.

Lucy ergueu a mão na direção das crianças. Unindo-se numa corrente, uma deu a mão para a outra, postando-se lado a lado.

- Vamos. Temos que nos despedir da guarda noturna! – Frederick falou, animado.

Antes que prosseguissem e deixassem o local, porém, ouviram um ruído baixo de um gemido.

Esperem.

Frederick enrijeceu, voltando-se, tal como os demais, na direção do som.

Esperem, por favor.

Refreando a marcha definitivamente, os espíritos viraram-se para trás.

Surpresos, observaram o animatrônico desfigurado arrastando-se contra o chão, saindo de um dos buracos que haviam desabado no subsolo.

Esperem. Eu... eu quero ir também.

Incrédulos, encararam o rosto retorcido de Springtrap erguendo-se na direção deles.

O incêndio de Fazbear's Fright não havia apenas libertado os espíritos. Também havia, embora ninguém soubesse, destruído completamente Purple Guy.

Em seu lugar, ainda preso á um traje, estava o espírito de Vincent Howes, o homem amordaçado por trás do monstro, finalmente de posse de sua verdadeira mente. As vozes que tanto o haviam acuado contra si mesmo haviam sido caladas, para sempre, em meio ás chamas.

E, enfim tomando as rédeas de seus pensamentos, contorcia-se com a dor, o pesar e o remorso, que desabavam sobre sua alma.

No entanto, depois de décadas cegados pelo ódio, nenhum dos espíritos conseguia perceber aquilo.

Five Night's At Freddy's: A OrigemOnde histórias criam vida. Descubra agora