Não acredito que estamos aqui.
Não acredito que estamos aqui.
Bart soluçava baixinho, oculto na escuridão, sem conseguir acreditar.
O espírito, cuja forma inumana era do antigo animatrônico que possuíra, escuro, de aparência incendiada, e um dos braços faltando, encolheu-se contra a parede, quando ouviu a voz de Lucy ribombar contra o teto.
Trinta anos.
A raposa fantasmagórica fez rutilar seus olhos brancos na direção de Bart, aproximando o corpo imaterial do espírito do irmão. Dentes do tamanho de navalhas apareceram nas sombras.
Trinta malditos anos. E resolvem profanar nosso descanso. Olhe. Olhe isso. Nossas mortes tornaram-se motivo de diversão.
Mangle curvou-se, furiosa. Durante todo aquele tempo, tal como o irmão e as demais crianças, havia resolvido se condenar á um estado de espera, que parecera a melhor opção, se comparada á perspectiva de continuar vagando sem rumo no mundo terreno.
Mas então, por algum motivo, haviam sido retirados de onde estavam. E, como um pesadelo que retornava, encontravam-se agora no mesmo lugar em que haviam jazido por tanto tempo, décadas atrás.
No entanto, ao contrário da última vez, agora que seus espíritos refletiam seus primeiros corpos, conseguiam se lembrar de tudo que acontecera desde as suas mortes.
Quando isso vai acabar?
Nunca. Soluçou outra voz.
Oliver. Sussurrou Lucy. Enquanto houver algo nos ligando àquele maldito lugar, nunca poderemos nos libertar disso.
O espírito de Oliver surgiu na penumbra. Assim como Bart, estava na sua forma original, o primeiro animatrônico de Chica.
Eu não agüento mais. Choramingou. Onde está Frederick? E Brandy?
Estamos aqui.
Ao contrário dos espíritos presentes até então, Brandy e Frederick não estavam na forma animatrônica, e sim em suas formas humanas.
Não voltamos como vocês. Brandy parecia confusa, fitando os outros com perplexidade pelos olhos vermelhos.
Alfred? Frederick ergueu a cabeça, dando-se conta de quem ainda faltava ali.
Aqui.
Todos recuaram quando o fantasma de Golden Freddy surgiu no círculo, acompanhado da forma escurecida de Balloon Boy.
Mark. Mangle soltou um uivo de tristeza.
Balloon Boy baixou o olhar de íris brancas, desanimado.
Para a surpresa dos espíritos, mais alguém adentrou na pequena reunião. O espanto foi geral quando reconheceram o fantasma de Puppet.
Will.
Will encarou os amigos, parecendo intrigado ao gesticular o longo braço, em direção á uma caixa de áudio.
Brandy soltou um guincho, quando um ruído seco saiu do alto-falante.
Parece-me que... vocês ainda conseguem interferir um pouco... em coisas físicas. Falou Frederick. Acho que eu e Brandy não podemos.
Uma voz nova, rascante e rouca, fez todos os espíritos enrijecerem.
Engraçado... por que será?
A porta diante dos espíritos abriu-se lentamente, como se alguém estivesse com grande dificuldade de passar por ela.
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Five Night's At Freddy's: A Origem
FanfictionVocê acredita no sobrenatural? Sabe, nem sempre o sobrenatural vem de lugares mal assombrados, mansões abandonadas ou criaturas geradas por encarnações do mal. Às vezes, o sobrenatural surge na inocência, das risadas, do som da alegria infantil. Sur...