A Mordida de 87

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NOVEMBRO DE 1987

Freddy Fazbear's Pizza nunca havia passado por uma situação tão desesperadora.

Desde o desaparecimento das cinco crianças no início do ano, a popularidade da pizzaria decaiu drasticamente.

Os pais vitimados tentaram abrir processo contra o local, que culminou numa derrota judicial, por falta de provas contra o estabelecimento. Mesmo assim, quando o laudo da investigação foi finalmente arquivado, sem nenhuma nova suspeita, a indignação se espalhou pelas famílias que freqüentavam o lugar, fazendo com que muitos nunca mais voltassem.

Outra queixa, que resultou numa visita do conselho de vigilância sanitária da cidade, foi em relação aos animatrônicos. Muitos pais alegavam que, desde o início do ano, os bonecos que tanto animavam as crianças aparentavam uma aparência assustadora, quase cadavérica, com um forte odor de decomposição. Apesar de tudo, os inspetores da vigilância não perceberam nada de anormal nos animatrônicos ou no restante do restaurante, e o novo recurso também foi esquecido.

Ainda assim, o conceito de alguns velhos fregueses era o mesmo: Freddy Fazbear's já não era mais a mesma, e decididamente havia algo errado ali. E muitos não entendiam por que outras famílias ainda iam naquele terrível lugar.

Do outro lado da cortina, na Enseada do Pirata, Foxy encarava os pequenos visitantes da festa de aniversário.

Para os clientes, era apenas um animatrônico fazendo seu trabalho de entreter as crianças. Porém, aninhado em estado latente dentro das engrenagens, Bart encarava as pessoas adiante, pelos olhos operantes de Foxy.

Já faria quase um ano. E tanto ele quanto seus amigos nunca mais haviam voltado a ver Purple Guy.

De inicio, parecera ser a melhor opção. Mas Bart já estava cansado daquela existência vazia, sendo o que um dia fora seu personagem favorito, apenas para fingir que ainda tinha uma vida. Que ainda tinha motivo para estar ali.

Seus pensamentos eram compartilhados pelos três amigos, que permaneciam enredados nos animatrônicos que cantavam no palco.

Mas Alfred não conseguira suportar a realidade de seu novo corpo, e Golden Freddy nunca mais reaparecera. Frederick, desde então, se mantinha angustiado em continuar encenando aquela sobrevida terrível sem seu irmão.

Brandy e Oliver, depois de tantos meses, finalmente conseguiam controlar os corpos de metal como bem entendiam. No entanto, durante o dia, para manter as aparências, limitavam-se apenas á plainar no interior de seus animatrônicos, sem interferir em seus funcionamentos. Decidiram que amais iriam querer que outras crianças passassem pelo que haviam passado, e só manobravam os bonecos durante a noite, quando não havia mais ninguém na pizzaria.

Bart?

O que foi?

Vai começar aquela brincadeira outra vez. Vai ter que sair daí.

Estou de saco cheio disso. Por que esse animatrônico estúpido não pode inventar um jogo diferente para variar?

A voz de Frederick ribombou em sua mente incorpórea, sussurrando num tom de censura.

Por que não podemos interferir na programação neles durante o dia, Bart. Sabe disso.

Não culpe o garoto, Fred. Suspirou Brandy. Por que só ele tem que ficar escondido naquela sala idiota?

Está bem. Bart fez Foxy sair do lugar, auxiliando o animatrônico á se dirigir ao palco. Estou indo.

Quando Foxy se aproximou do salão de festas, Freddy Fazbear ainda falava com a pequena platéia.

Five Night's At Freddy's: A OrigemOnde histórias criam vida. Descubra agora