Capítulo 12

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Ainda continuo encarando o professor. Ele me olha com cara feia e diz:

- Senhorita Pérola, atrasada pela segunda vez em um único dia?

- Professor, não me leva para a diretoria. Por favor. Eu estava lá agora. - Digo inventando uma desculpa.

- O que você estava fazendo lá? - Ele pergunta como se fosse da conta dele.

Não é da conta dele, mas não vou o responder mau, senão, aí mesmo que ele vai me levar para lá.

- Eu estava... ér... O diretor me chamou lá para... Para eu assinar um papel lá. - Qual é? Não vem nada ñ minha cabeça, já usei ela demais. Ok. Isso não é desculpa, mas vai essa mesmo.

- Entendi. - Ele finalmente para de me interrogar e me dá lugar para passar na porta da sala.

Vou até o meu lugar e me sento. Pedro se vira para trás e pergunta porque me atrasei. Curiosos...

- Eu estava combinando a última parte do plano com o Gustavo. - Sussurro para ele. Ele assente e se vira para frente.

Uns cinco minutos depois, batem na porta. O professor vai até a mesma e a abre revelando um cara alto, cabelos negros, pele morena, com aparência de um cara de quarenta e cinco anos. O diretor.

- Com licença professor, preciso conversar com a aluna Pérola Smith. Por favor, acompanhe-me. - Ele diz.

O professor assente, como se o diretor estivesse pedindo permissão para eu sair da sala, o que não é o caso.

Me levanto e percebo todos os olhares da sala virados para mim. Eu simplesmente os ignoro e sigo o diretor até a sala dele, deixando para trás todos os curiosos, na sala querendo saber o que eu fiz desta vez.

O diretor abre a porta da diretoria revelando dois seres sentados nas poltronas em frente à mesa dele.

O diretor se senta em sua cadeira e estica o braço em direção a uma poltrona, indicando para eu me sentar nela.

Vou até lá e me sento. Olho para os seres do meu lado e Lia está olhando para o seu "pai", como ela disse e Gustavo está me encarando esperando que eu diga algo. E é isso que vou fazer.

- Bom, posso saber o que estamos fazendo aqui? Ou pelo menos o que eu estou fazendo aqui? - Pergunto ao diretor.

- Lia me disse que Gustavo e você estavam brigando lá na cantina e eu chamei vocês aqui para saber o que realmente aconteceu. Poderiam me explicar? - Ele responde.

- Sim! - Gustavo, Lia e eu dissemos em uníssono.

- Pois então cada um diga a sua versão. Comece Lia. - Diretor diz.

- Mas não vai dar razão para ela, só porque ela é sua filha não em. - Gustavo diz.

- Claro que não. - Ele responde.

- Acho bom. - Respondo.

- Calem a boca agora! - Ele diz aumentando o tom de voz.

- A educação passa lá em Marte. - Digo quase sussurrando.

- O que disse? - Ele pergunta.

- Nada! Começa logo a falar aí garota. - Respondo.

- Bom, hoje eu estava lá na cantina pegando meu lanche. Quando estava indo em direção à mesa, esse garoto aí derrubou o suco de uva na minha roupa de propósito. Depois eu sai da cantina e enquanto estava andando no corredor, essa garota aí aparece do nada segurando um lanche e começou a esfregá-lo na minha cara. Mas não pude gritar e nem dizer nada, pois ela colocou o pão na minha boca e sempre que ia levantar o braço e levá-lo até minha boca para tirar o pão, ela me interrompia. Não estava conseguindo cuspir o pão e então ela esfrega o resto do hambúrguer no meu cabelo e aí percebo que os meninos estavam olhando e rindo, sem me ajudar. Então esse garoto aí trouxe um suco para ela e ela derramou todo o conteúdo do copo em mim. - Ela diz se fingindo de coitada.

[EM REVISÃO] A Garota Misteriosa - O Mistério Continua... Onde histórias criam vida. Descubra agora