~ Pérola on ~
Acho que já chegou a hora de abrirmos aquele livro. Não aguento mais tudo isso, preciso de uma explicação. Preciso de uma luz no final desse túnel. Não estou entendendo mais nada.
– Pedro! – O chamo ao bater na porta do quarto dele. Sim, os pais dele já voltaram da tal viajem deles. Mas eu o pedi para ficar aqui por mais uns dias. – Pedro, você está aí?
– Estou sim, Pérola! Pode entrar, a porta está aberta. – Ele diz.
Giro a maçaneta da porta e entro no quarto em seguida. Encontro Pedro sentado na cama com um livro nas mãos. O livro que encontramos na biblioteca.
– Era isso que eu queria falar com você. – Digo desviando o olhar dele para o livro.
– Será que já podemos abrir esse livro? – Ele pergunta olhando para mim e em seguida para o livro.
– Não acho que devemos esperar mais. Aliás, não acho que deveríamos ter perdido tanto tempo. Esse livro pode ter o que precisamos! – Digo com total certeza.
– Então vamos lá. – Ele coloca o livro em cima da cama, em seguida se ajoelha e encara o livro e eu o encaro. – Não tem como. Está trancado com um cadeado.
– Espera aí. Volto já. – Vou até a garagem e pego um martelo na caixa de ferramentas do meu pai e volto para o quarto em seguida. – Aqui está. Use isto.
Ele pega o martelo e em seguida bate no cadeado com força, mas não acontece nada. Ele tenta mais uma vez e não acontece nada também.
– Plano B. Me segue. – Ele pegou o livro e saiu pelo quarto, descendo as escadas em seguida e seguindo para a rua em direção a algum lugar, até que ele para em um estacionamento, onde não há nenhum carro.
– O que estamos fazendo aqui? – Arqueio uma sobrancelha. Ele pega alguma coisa em um monte de tecidos velhos enrolados no chão (Que me parece estar escondido) e vai andando até um lugar mais escuro, onde o pôr-do-sol não clarea. Então, eu vejo que o que ele tem é uma dinamite. – Onde você arrumou isso?
– É apenas algo extra que eu tinha há algum tempo e agora vou usar com esse cadeado, talvez resolva. Afaste-se pode ser perigoso. – Me distancio dele.
– Cuidado! – Grito para ele, devido à distância entre nós.
Ele coloca o livro no chão e em seguida, ele tira algo do bolso, mais parecido com uma caixa de fósforos e acende um deles. Joga-o na dinamite e sai correndo para se esconder da explosão. Agora entendi porque ele veio até aqui, afinal, aqui é um estacionamento abandonado. Não vem ninguém e não há vizinhos.
– Garoto, você não é normal. – Olho para ele, que está ao meu lado com um sorriso de canto no rosto.
– Ainda bem. – Sorrio.
***
– Aqui estamos. Com esse livro ainda trancado. Que espécie de cadeado é esse que não se abre nem com uma explosão? – Reviro os olhos.
– Um cadeado enfeitiçado, talvez. – O encaro.
– Aah não, isso não! Daqui a pouco vou ver até fadas pintadas com gliter voando por aí. – Reviro os olhos novamente.
– Não acredita em feitiçaria? – Ele arqueia uma sobrancelha.
Dou de ombros.
– Não sei. Não posso duvidar de mais nada. Talvez exista, mas tudo isso parece muito... Surreal. Por mais que esteja aqui, entre nós, é muito difícil de acreditar que todas essas coisas existem. – Dou uma pausa e respiro fundo. – Um dia desses, encontrei minha mãe na cozinha conversando. E quando fui ver, não tinha nada. Isso te parece uma coisa normal?
– No momento, nada disso é normal. Gustavo não tinha nada haver com a fantasma, mas ela o matou. Pensávamos que fantasmas não existiam; existe. Sua mãe talvez não estivesse conversando sozinha, e sim com um...
– Fantasma, você quer dizer?
– Ou espírito.
– Não vejo diferença. – Dou de ombros.
– Mas há. Fantasmas são, na maioria das vezes, espíritos que nunca viveram entre nós. E espíritos, são pessoas que já estiveram aqui no mundo, em forma humana ou alguma outra. Claro, em tudo há suas excessões, e nesse caso não é diferente. Alguns fantasmas já foram, sim, pessoas e espíritos também foram fantasmas. Mas é uma coisa rara.
– Como aprendeu tudo isso?
– Sei lá. Acho que são muitos filmes, livros e séries de terror que vejo. Mas isso não me torna um expert em relação a esse assunto, longe disso.
– Bom, vamos ver se tem algo na capa do livro que nos permite saber como abrir isso. – Vou até o livro e em começo a "explorar" a capa dele, em cada detalhe.
A capa revestida com um veludo verde-folha-escura, dá uma visão de que o livro realmente há muitos anos de existência. Se fosse uma pessoa, poderia chamá-lo de Matusalém.
Tem algumas letras em nossa língua mesmo – inglesa –, mas nada que nos ajude. O estranho é que esse livro não há título. Bom, não exatamente. Em sua capa da frente há letras gigantes prateadas, escrito as palavras "O LIVRO". Seja lá quem for que escreveu esse livro, tem criatividade nenhuma.
Viro-o e "investigo" a capa de trás. Há alguns símbolos muito estranho que não sei o que significam. Passadas quase despercebidas, percebo letras minúsculas, quase imperceptíveis escritas em latim.
❝ vσłupтคร รuм тεหεЪя¡ร.❞
– Pedro! Veja isso! – Mostro onde está as palavras em latim e ele diz algo mas eu não ouvi. Parecia estar lendo o que estava escrito ali. – O que está escrito aí?
– Sei lá. Eu não sei falar em latim.
– Aff. Me dá seu celular.
– Pra quê?
– Tradutor.
Ele me entrega o celular. Eu ligo a internet e vou no google tradutor. Digito as palavras que estão escritas na capa de trás do livro e a tradução é meio... Gótica, talvez.
❝Prazer, eu sou a escuridão.❞
Isso é meio sem sentido. Talvez seja uma frase ambígua. Mesmo assim é muito estranho. O que ela quer dizer?
– "Prazer, eu sou a escuridão." – Leio em voz alta. – O que isso quer dizer?
– Que seja lá quem escreveu isso, se chama escuridão ué. – Ele diz como se fosse óbvio.
– Nossa, Pedro, sua resposta foi mais sem sentido que essa frase. – Penso um pouco. – Já sei! Vamos citá-la em latim, talvez isso abra o cadeado.
– É, pode ser. Afinal, é muito normal um cadeado que não abre com marteladas e explosões abrir com apenas uma simples frase gótica falada em latim. – Ele revira os olhos.
Ignoro seu comentário e recito as palavras em voz alta.
– Voluptas sum tenebris.
Heey!
Capítulo veio mais rápido dessa vez, que boom !!
Espero que gostem *-*
VOCÊ ESTÁ LENDO
[EM REVISÃO] A Garota Misteriosa - O Mistério Continua...
Детектив / ТриллерOs anos se passaram e agora o mal está atrás da filha de Isabella e Henrique. E se não tiverem cuidado, estará atrás do filho de Hadassa também. O espírito da Floresta está atrás de Isabella, Henrique e Guilherme também. Muitas coisas estão para aco...