Pérola on
- Ah que legal. - Respondo irônica enquanto reviro os olhos. - Agora, aquela mal-comida vai embora e deixa a culpa toda em nós. Mas olha só diretor, não temos culpa de nada dessa vez, foi tudo culpa daquela mal-comida filha da...
- Pérola! - Pedro diz me interrompendo. - Diretor, não está acontecendo nada aqui. Fica tranquilo.
- Por que estão trancados aqui na biblioteca? E ainda mais sozinhos. - Assim que ele termina essa frase, Pedro e eu nos entreolhamos.
- Calma aí diretor! Não vai pensar que estávamos fazendo alguma coisa não, porque a gente não estava. Primos não ficam com primos - Não de 1゚grau.
- Acho bom mesmo. - Ele nos olha repreensivo. - E que gritos eram aqueles?
- Que gritos? - Pergunto me fingindo de desentendida.
- Aqueles que estavam vindo daqui quando vocês trancaram a biblioteca.
- Nós não trancamos a biblioteca! - Pedro responde.
- Ah claro. Daqui a pouco vocês vão me dizer que quem trancou foi um fantasma. - Ele revira os olhos.
- Nossa cara, vou nem falar nada se não você vai nos chamar de mentirosos. - Digo.
- Vão os dois para a minha sala. Quero saber dessa história direito. - Ele diz.
[...]
- Quem é a "mal-comida" que você estava falando Pérola? - O diretor me encara.
Olho para o Pedro e o mesmo me encara.
- Ah não é ninguém demais. É só uma espírita que eu quero matar pela segunda vez. - Respondo enquanto enrolo uma mexa de cabelo nos dedos.
- Primeiro: não se diz espírita e sim, espírito. Segundo: Está querendo fazer com que eu acredite nessa história de espíritos? E terceiro: Se realmente tivesse espíritos por aí, não teria como matá-los, afinal, já estão mortos.
- Não me corrija diretor, eu falo do jeito que eu quiser entendeu? E outra, acredite se quiser. Você me perguntou e eu respondi, agora não é culpa minha se você acredita em nós ou não. E enquanto à matar espíritos, relaxa. Eu sei muito bem o que eu vou fazer. - O encaro.
- Realmente, não acredito em espíritos que andam por aí que nem você diz. E, o que você vai fazer? - Ele me olha incrédulo.
- Então não acredite! E, enquanto ao que eu vou fazer, não é assunto seu. Vai lá atrás da quadra, porque enquanto estamos aqui, sua filha já deve estar comendo o décimo cara só hoje. - Levanto uma sobrancelha enquanto eu ainda o encaro.
- Quieta garota! Minha filha nem está aqui, ela foi expulsa. Esqueceu?
- Expulsa ou não, isso não impede ela de vir aqui na escola. A única coisa é que ela não estuda e vem aqui escondida dos seus olhos para comer o resto dos garotos que ainda restam aqui. Sabia que muitos deles perderam a virgindade com ela? Pois é. Descobri isso lá na Wikipédia dela no Google. - Ele me olha assustado.
- Tenho certeza que minha filha não faz isso! Agora podem ir, estão dispensados. - Ele responde tenso.
- Ok então né. - Digo isso e saio da sala acompanhada pelo Pedro.
Uma vez que estamos fora do alcance de audição do diretor, Pedro e eu começamos a gargalhar alto.
- Vamos segui-lo para ver se ele vai lá atrás da quadra? - Pedro diz.
- Vamos!
Gabriel on
Cara, eu preciso arrumar um jeito de sair desse lugar! Eu não posso deixar que essa garota mate mais um dos meus amigos e nem à mim.
Começo a vasculhar cada parte dessa parede. Talvez tenha alguma passagem para algum lugar que não seja esse.
Lucas on
Eu não poderia ter deixado que ela matasse o Gustavo! Cara, eu nunca vou me perdoar por isso. E por que tinha que ser ele? Por quê? Poderia ser eu! Assim eu não teria esse peso na consciência.
Mas se eu não pude impedir com que o Gustavo morresse, pelo menos vou tentar poupar a vida dos outros que ainda estão aqui e logo sairemos desse lugar.
Ontem, quando a garota estava fazendo sei lá o quê, deu um barulho enorme e algumas coisas tremeram. Com isso, percebi que um dos tijolos da parede se mexeu. Talvez nele esteja o que eu procuro!
Pérola on
Cara, não sei como fiz isso. Mas realmente a garota estava lá. Olhe a cena:
Lia está deitada em cima do banco e o garoto sentado de costas, de um jeito que se alguém chegasse, ele não conseguiria ver. Ele já tinha tirado a blusa dela e estava terminando de tirar a saia quando o pai dela chega e os dois não percebem pois o garoto está de costas e na frente da visão de Lia. O diretor faz um barulho com a garganta para chamar a atenção dos dois e o garoto para o que estava fazendo e fica paralisado enquanto Lia se levanta para ver quem é.
E claro, Pedro e eu estamos escondidos e nos segurando para não rir, caso contrário, vai chamar a atenção deles.
- Pedro vamos sair daqui senão eles vão nos ver. Vamos lá para a biblioteca. - Sussurro para ele e o mesmo assente.
[...]
- Deve ter alguma coisa por aqui. Tem que ter! - Digo enquanto olho cautelosamente por entre os livros à procura de algo que nem eu mesma sei o que é.
- Tem chances, mas nao muitas. - Pedro responde enquanto faz o mesmo que eu.
- E se... - Faço uma cara pensativa e Pedro me encara. - Talvez não tenha nada nos livros e sim em alguma parede, ou teto, ou chão. Sei lá.
- Pode ser.
Vou até as paredes e passo os olhos por elas cautelosamente. Ouço os passos do Pedro em direção à mesa da secretária da biblioteca que por sinal não está aqui. Queria ter o trabalho dessa gente: Eles só vem para a escola para andar e recebem do mesmo jeito. É bibliotecária quase não fica aqui. Ela só fica lá na secretaria conversando com a coordenadora.
- Aah! - Pedro grita e eu me viro para ele e assim que o vejo todo esparramado no chão, eu não me contenho e começo a rir feito uma retardada. - Para de rir e me ajuda aqui.
- Olha por onde anda. - Vou até ele e lhe dou a mão para ele se levantar ainda rindo. - Nossa, até bagunçou o tapete. A moça vai brigar em.
- Se ela resolver vir aqui né. Mas acho improvável, ela quase nunca está aqui. Deviam despedí-la. - Ele diz enquanto vai até o tapete para arrumá-lo.
- Pois é.
- Pérola, olha só isso. - Ele diz e eu me aproximo. Vejo tipo uma tábua de madeira embaixo do tapete.
- O que é isso? - Pergunto enquanto examino a tábua.
- Não sei. Parece uma porta. Tem uma fechadura, olhe. - Ele aponta para uma fechadura da tábua.
- É mesmo! Será que tem alguma passagem aí? - Pergunto pensativa.
- Só vamos descobrir se entrarmos aí. - Pedro responde.
- Então vamos entrar. - Digo decidida.
- Agora? - Ele pergunta incrédulo.
- Não, amanhã. - Reviro os olhos.
- Amanhã mesmo. Porque hoje não dá. - Ele me encara.
- Ah dá sim! E se você não for, eu vou! - Respondo com o mesmo tom decidido fazendo ele perceber que não tem como fazer eu mudar de ideia.
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[EM REVISÃO] A Garota Misteriosa - O Mistério Continua...
Mystery / ThrillerOs anos se passaram e agora o mal está atrás da filha de Isabella e Henrique. E se não tiverem cuidado, estará atrás do filho de Hadassa também. O espírito da Floresta está atrás de Isabella, Henrique e Guilherme também. Muitas coisas estão para aco...