Capítulo 33

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Não me mexo. Não saio do lugar. Fico analisando cada movimento daquele ser flutuando em minha frente, aquela bola de pelo. Ao mesmo tempo que esse coisinho que se diz ser um tal Serumaninho é fofo, ele é macabro também. Seu corpo tem um formato redondo e é cheio de pelos, mas sua boca é aterrorizante. É muito maior que o normal de qualquer ser que já tenha existido.

Abro minha boca lentamente para dizer algo, mas não consigo e a fecho em seguida. Respiro fundo e tento de novo.

– Quem é você? Ou melhor, o que é você? – Pergunto. Isso realmente está muito confuso. Pareço estar em um sonho onde personagens místicos criam vida e falam com você como se eles fossem as coisas mais normais do mundo e você que é a coisa estranha entre eles. É como se... Estivéssemos em outro mundo.

– Acalme-se, senhorita. Eu sou do bem e estou aqui para te ajudar. Pelo que eu vejo, há algumas legiões demoníacas atrás de sua familia por vários motivos. Imagino que saiba quais são eles.

Legiões demoníacas. Então é isso. Além de aquela fantasma estar atrás de nós, vem com ela legiões de demônios então. Interessante.

Sento-me em uma cadeira e encaro o tal Serumaninho. Ele parece ser legal, mesmo assim não posso confiar muito. Tentarei tirar todas as minhas dúvidas com ele e tentarei esclarecer tudo. Se ele disse que irá me ajudar, talvez ele saiba de algo que eu não sei.

– Na verdade não. Eu não sei quais são os motivos, não sei porque aquela garota está atrás de nós, nem sabia que havia legiões de demônios ao lado dela. Para falar a verdade, não sei de nada. Essa história de a minha mãe ser irmã da mãe de Juliana é muito difícil de acreditar, não tem um pingo de sentido nessa história. Nada tem sentido né. – Bufo irritada.

– O fato é que tudo isso levará todos vocês à morte se não fizerem algo em relação a isso. Se quiser me perguntar alguma coisa, pergunte.

– Pois bem. Onde está Julyett? Você conhece ela? Desde quando? – Pergunto tudo de uma vez.

– Uma pergunta de cada vez por favor. July está no inferno. E sim, eu conheço ela. Somos amigos desde que ela morreu. Ela confia muito em mim e eu a ajudo sempre que precisa.

– E ela pediu para você vir aqui? – Pergunto olhando para o chão enquanto penso no que ele disse. São amigos. Desde sua morte. Será que ele é fantasma também?

– Não exatamente. Ouvi quando ela estava se lamentando pelo seu terrível fim e por não poder falar com você o que você precisaria saber. Então eu perguntei se ela queria que eu vinhesse aqui, já sabendo que ela iria aceitar minha ideia.

– Ata. – Fico em silêncio pensando se devo perguntá-lo se ele é um fantasma ou não. Talvez ele não goste da minha ideia de eu desconfiar dele em relação a ser um fantasma. Mas se eu não perguntar agora, isso irá me incomodar. Acho melhor perguntar mesmo. – Hm... Serumaninho, você também é um... Fantasma?

– Não. Eu não sou um fantasma. – Ele diz parecendo estar sorrindo. Não dá para saber exatamente se ele está sorrindo ou sério, pelo simples fato de sua boca ser enorme e com um formato de lua crescente. Mas acho que ele estava sorrindo, pois sua boca se contraiu alguns milímetros.

– O que você é então? – Olho para ele curiosa. – E você com certeza não deve ser desse planeta, né?

– Sou mesmo não. Sou de um planeta desconhecido por todos. Ninguém sabe da existência desse planeta. Porém, ele se localiza fora do sistema solar, isolado de todos os outros planetas. – Ele diz com uma certa animação.

– Que legal. – Talvez lá seja melhor do que aqui né. Quem sabe. – Qual é o nome dele?

Ele não responde. Ele está encarando o chão. Acho que não está sorrindo. Oh merda! Dá nem para saber se o coisinho está triste ou alegre. Mas acho que ele deve estar em um transe, pois não me ouviu.

[EM REVISÃO] A Garota Misteriosa - O Mistério Continua... Onde histórias criam vida. Descubra agora