– ATACAR! – Uma voz fina grita e eu procuro por quem seja até que vejo um garotinho em pé apontando para mim de dentro do carrinho dele enquanto o amigo dirigia.
Assim que ele diz isso – ou grita né –, todos os pedaços de gente vêm para minha direção e batem sem dó e sem piedade em meu carrinho. Eu me irrito enquanto os meninos, aliados ao grupo de crianças, riem de mim. Começo a me vingar deles e bato forte com meu carro no carro do garotinho que começou com tudo isso, fazendo o carro dele sair fora da pista do brinquedo.
Por um momento parei para pensar se eu deveria ter feito isso, mas neste exato momento em que parei para pensar, outro garotinho veio e bateu no meu carrinho com força. Tenho duas opções: ou acabo com a cara desse moleque e com esse carrinho dele para depois eu ter que pagar ou eu apenas finjo que nada aconteceu e viro uma covarde para não arrumar problemas. Fico com a primeira opção.
Conduzo meu carrinho para longe daquelas pestes que chamam de crianças e vou até a beirada da pista, onde não há pessoas para ficarem gritando comigo e me dando sermões. Viro meu carro para a direção do garotinho e, como o parque está em uma colina baixa, eu empurrei o carro do garoto com toda minha força e com a força do meu carrinho. O garotinho começou a rolar colina à baixo.
E os meninos estavam fazendo o que?
Não, não estavam rindo. Estavam sérios agora. E com a boca aberta. Todos vão querer matar. Eu devia ter pensado nisso antes. Quando as crianças estavam me atacando, eu poderia ter morrido sim. Mas de qualquer forma eu vou morrer assim que chegar em casa ou até mesmo assim que sair daqui.
Um cara está vindo em minha direção e sem carrinho. Ai meu Deus! Ele deve ser o dono do parque. Ai socorro. Me tirem daqui.
– A senhorita está expulsa deste brinquedo. Não queremos vê-la por aqui mais e, além disso, terá que pagar os carrinhos quebrados e cuidar para que as crianças estejam bem.
– Olha aqui senhor, eu vou pagar os carrinhos e concordo em sair daqui. Mas eu não vou cuidar daquelas crianças porque se eu não tivesse feito aquilo, elas iriam me matar. E se tivessem me matado vocês diriam que eles são apenas crianças e não aconteceria nada.
Sinto alguém se aproximar e quando viro, vejo Lucas e Pedro. Minha mãe não está aqui nem meus tios, ainda bem.
– Senhor, deixe-nos falar com ela um momento? – Pedro pede e o moço assente meio que contra sua própria vontade.
Ele se afasta um pouco e os meninos me encaram sérios.
– Ahh nem me olhem assim. Foi culpa daquelas crianças lá – cruzo os braços enquanto olho para eles.
– Pérola eles são só crianças e aquilo para eles é brincadeira, mas você sabe que não é. Você sabe que aquilo machuca e você sabe que eles são crianças – Pedro diz.
– Ok, desculpa. – "Desculpa". Apenas para este assunto não continuar.
– Peça desculpas aos garotos – Balanço a cabeça. Ele me encara como meu pai faz quando eu desobedeço.
– Ah pelamor né! Suponhamos que já pedi desculpas. E, afinal, minhas desculpas não vão fazê-los melhorar, então nem adianta pedir – Dou de ombros.
– De qualquer forma terá que ir até os pais deles para entregar-lhes o dinheiro. Você não vai conseguir chegar até eles com a cara limpa e entregar o dinheiro como se tivesse acabado de comprar alguma coisa.
– Ok, eu vou pagar eles. Mas pare de falar!
Dou longos passos até um casal perto do garoto que derrubei primeiro. Eles me encaram com uma cara não muito boa, acho que estão zangados né?!
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[EM REVISÃO] A Garota Misteriosa - O Mistério Continua...
Gizem / GerilimOs anos se passaram e agora o mal está atrás da filha de Isabella e Henrique. E se não tiverem cuidado, estará atrás do filho de Hadassa também. O espírito da Floresta está atrás de Isabella, Henrique e Guilherme também. Muitas coisas estão para aco...