Capítulo 40

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O centro da cidade era sempre bem movimentado como de costume. Sempre havia muitas pessoas andando para lá e para cá, carros seguindo seus caminhos para o trabalho ou qualquer outro lugar. Mas desta vez, está muito mais cheio de pessoas.

Minha mãe está conduzindo nosso carro para o sentido contrário da movimentação e quando o carro já está virado completamente a traseira para a rua que leva à festa, posso ver que o caminho está bloqueado por cones de sinalização.

Enquanto o carro anda bem lentamente devido à multidão de carros em frente ao nosso, posso ver detalhadamente cada casa, pessoa, comércio ou até mesmo alguns animais – cachorros, gatos, pombos, etc – que passam pela rua.

Estava olhando tudo destraidamente até que passa uma mulher muito chique em uma calçada: ela estava usando um vestido bem formal de cor preta que batia pouco abaixo de seus joelhos, estava usando um chapéu com uma pena, ambos eram cores pretas também. Em uma mão segurava uma elegante bolsa preta com alguns detalhes prateados e em sua outra, segurava uma corda. Uma coleira, na verdade, na qual sua outra ponta se encontrava presa no pescoço de um cachorro que tentava imitar a postura de sua dona: cabeça erguida e sem olhar para os lados. Seus pelos eram brancos, porém sua coleira era preta.

A mulher – que parecia estar de luto – seguiu seu caminho em direção a uma rua extremamente deserta e escura. Não havia muitas casas por ali e é estrada de chão.

Me pergunto o que esta mulher iria fazer indo ali. Não há nada interessante por lá, apenas matas e um enorme precipício.

O carro segue em direção contrária em que a mulher fora, me impedindo de segui-la mesmo que seja apenas com os olhos.

– Mãe? – A chamo.

– Sim? – Ela me olha pelo retrovisor do carro.

– O que há naquela estrada ali que faria uma pessoa ter interesse em ir até lá? – Aponto para a estrada atrás de nós.

– Bom, aquela estrada leva à matas e um alto penhasco. Ah, e logo mais a frente se localizava o cemitério dos antigos escravos que aqui viviam há muitos e muitos anos atrás. Mas me diz, por que essa duvida tão repentina?

– Nada de mais. Eu... Só tive curiosidade.

O estacionamento está extremamente cheio. Aqui deve haver, no mínimo, uns 200 carros. Mas não há apenas este estacionamento, há mais três reservados apenas para a festa.

Minha mãe finalmente consegue encontrar uma vaga e conduz o carro até lá. Saio do carro e logo em seguida Lucas e Pedro saem também.

Arrumo meu vestido e meu cabelo, e olho para os meninos. Agora, parando para ver, estão muito bonitos os dois.

Lucas está usando uma camisa kings branca, uma calça preta e não muito colada; está usando um boné preto de aba reta que também é da kings e um all star médio.

Pedro está vestindo calça jeans preta branca, um all star médio de cor preto e branco, ele também está usando um boné da lacoste e uma camisa preta com letras em branco escrito: ALWAYS SEE TOMORROW AS THE END OF THE ICE CREAM POT. “Sempre veja o amanhã como o final do pote de sorvete.”  Uma frase super nada a ver.

– Por que está me olhando, Pérola? – Lucas pergunta.

– Porque tenho olhos – respondo sem pensar, mas não me arrependo.

– Sem discussões aqui gente. Vamos logo curtir a festa – minha mãe diz alegremente.

***

– Eu quero ir naquele! – aponto para o brinquedo sem me importar de os outros estarem me olhando ou não.

[EM REVISÃO] A Garota Misteriosa - O Mistério Continua... Onde histórias criam vida. Descubra agora