Capítulo XXVIII

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As coisas não terminaram bem para Liam e Zayn.

Eles foram pegos dentro do armário pela inspetora – que havia suspeitamente sido informada que algo peculiar estava ocorrendo naquele corredor – e ela levou-os até a sala do diretor com o relatório oral que havia ouvido coisas improprias e obscenas vindas de dentro daquela sala, sons que claramente haviam sido produzidos pelos dois rapazes.

Embora coisas piores pudessem acontecer para eles, pois não haviam pensado nas consequências maiores quando se arriscaram, o diretor foi legal o suficiente e apenas os deu uma suspensão de três dias pelos atos obscenos acontecerem não apenas em público, de certa forma, mas na escola também. Mas, considerando que ele também deveria ser mais restrito com as demonstrações de afeto nos corredores, a suspensão foi o máximo que eles alcançaram de danos.

Mas, pelo menos, a ideia inicial de Zayn de conseguir a atenção por mais de um dia havia sucedido. Eles mal haviam sido tirados da sala estreita e já puderam ver que quase a classe inteira estava ali fora, apenas ouvindo ou com celulares em mãos. Logo naquele momento, Zayn estava com vontade de gritar para que eles cuidem das próprias vidas, mas então, lembrou-se de que embora seja absolutamente ridículo, eles precisavam daquilo para vencer a aposta.

Ainda assim, o dia não terminou bem para Zayn e quando o último sinal tocou e ele saiu da escola com a mochila nas costas e o bolso pesando ao ter o papel da suspensão ali, o problema ainda não havia acabado. Como ele iria dizer isso para sua mãe? Ele poderia apenas omitir a informação, mas Patricia ainda acordava e ia trabalhar no mesmo horário em que Zayn. Não teria como esconder.

– Hey, Zaynie!

Zayn olhou para o lado, parando de andar ao mesmo tempo em que afastava os pensamentos e ideias do que iria fazer mais tarde. Ele olhou para a rua á sua esquerda, vendo que um carro havia parado e era Liam quem dirigia.

Sua reação ao apelido foi atrasada, pois longos segundos depois de perceber que era apenas Liam, suas bochechas ficaram vermelhas e ele abaixou a cabeça.

– O que foi? – perguntou baixinho, olhando para o rapaz novamente.

– Eu te levo pra casa. Vem. – disse, inclinando-se para a direita, abrindo a porta do carro. Zayn não debateu por sua cabeça estar longe demais no momento, então ele apenas deu a volta no veículo e tomou cuidado ao abrir a porta do lado da rua. Após ele entrar, fechar a porta e colocar o cinto enquanto deixava a mochila no colo, Liam olhou para a rua e deu a partida no carro.

Zayn olhava para a janela durante o caminho e o clima não estava estranho, mas era obvio que Liam queria dizer algo. O moreno sabia que deveria falar com o namorado naquele momento, já que havia praticamente o ignorado quando eles voltaram da sala do diretor, mas ele não sabia o que dizer. Nenhum dos dois estava arrependido do que haviam feito, mas uma parte bem pequena de Zayn queria ter evitado aquilo apenas por conseguir atenção. Havia funcionado no final, pelo menos, e isso que o manteve motivado.

– Desculpa por não ter falado com você depois. – Zayn finalmente falou, sua voz soando como um grito no silêncio que antes preenchia o interior do carro. – Eu só estava pensando no que vou dizer pra minha mãe.

– Está tudo bem. – Liam disse sem tirar os olhos da rua. – E porque você não inventa alguma coisa? Ela não ficaria tão brava se você desse uma ótima desculpa, certo?

– Errado. Você não conhece minha mãe, ela não vai acreditar e vai pedir o papel, onde está escrito que foi por "atos obscenos na escola". – Zayn revirou os olhos. – Ela vai me matar. O pior de tudo não é nem a suspensão, é mais o que fizemos e ela descobrindo isso.

Pretend ✔ ZiamOnde histórias criam vida. Descubra agora