Capítulo 13

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Quando voltamos a estrada já eram quase 6:30. Antes de ir para casa, Alfonso passou na cidade, para comprar agua e algumas coisas para comermos na estrada. Estava cansada e preocupada. Não gostava de viajar a noite. Tinha pavor. Fechei os olhos tentando me acalmar. Senti o olhar de Alfonso sobre mim e sorri.

- Presta atenção na estrada – disparei ainda de olhos fechados e em seguida o encarando.

Ele sorriu. Ficamos conversando sobre as ideias que tive para o local e Alfonso ouvia tudo atento e interessado. Dava opiniões também e eu descartava algumas. Como decorador Alfonso era um ótimo arquiteto. Quando estávamos próximos a uma cidade pedi que Alfonso parasse, pois precisava ir ao banheiro.

Aproveitei e liguei em casa avisando Nana que dentro de no máximo duas horas estaria em casa. Em pouco tempo já estávamos de volta na estrada. Estava cada vez mais escuro, e longe vi uma luz. Era um carro que vinha em nossa direção. Quando nos aproximamos do carro, foi tudo muito rápido. O outro carro entrou na contramão, Alfonso tentou desviar, porem acabamos colidindo. Eu dei um grito e senti a mão de Alfonso segurar a minha. E tudo ficou escuro.

POV Maite

Eu andava de um lado para o outro, desesperada. Tremia e chorava muito. Precisava de noticia deles. Já estava anoitecendo outra vez, não sabia ao certo a hora. Alfonso estava no centro cirúrgico e Any continuava desacordada. William tentava inutilmente me acalmar, mas ele estava tão preocupado quanto eu. O estado da minha melhor amiga e de Alfonso era grave. Os pais de Alfonso, Joana e Marcelo, também estavam ali angustiados, aguardando por noticia. Minha mãe teve que tomar uns dois calmantes para se controlar.

- Porque com eles? – perguntei em meio à lagrimas para William. Ele me abraçou forte e também chorava. Eu estava em um canto do hospital, sentada, olhando para o nada.

- Vai tudo ficar bem – beijou-me carinhosamente na cabeça. William tentava ser forte, mas também estava com tanto medo quanto eu. Vi um médico se aproximar e corri ate ele.

- Como estão? Cadê minha prima? E o Alfonso? – perguntava desesperada, com a voz embargada pelo choro. Logo William, mamãe e os pais estavam do meu lado.

- Anahí está fora de perigo – respirei aliviada, assim como os demais – porém perdeu o bebê. – eu senti minhas pernas fraquejarem e William me segurou.

- E Alfonso? – escutei uma voz ao fundo. Identifiquei que era William. Fechei os olhos rezando para que ele estivesse bem.

- Bem – ele fitou a todos, eu o encarei – foi uma cirurgia difícil. – suspirou - Ele esta bastante debilitado. – fiz sinal para que ele prosseguisse – Alfonso está em coma – disse por fim.

Mais uma vez senti meu mundo desmoronar. William que tentava ser forte entrou em desespero. Joana e Marcelo também. Juntei todas as minhas forças e tentei acalma-los.

- Alfonso vai ficar bem – sussurrei – ele precisa ficar bem – disse já voltando a chorar.

As horas não passavam. Tudo parecia uma eternidade. Manuela estava desesperada em casa, chorando muito pedindo pelos pais. Eu não tinha coragem de ir lá falar com minha afilhada e lhe contar tudo. Fui em direção ao bebedouro tomar um pouco de agua quando uma enfermeira se aproximou sorridente.

- Ela acordou – disse se aproximando – Anahí acordou. – aquelas palavras repetiam em minha cabeça "Anahí acordou".


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