Capítulo 32

727 22 0
                                    


POV Anahí

Por volta das quatro horas me ligaram da escola de Manuela avisando que deveria busca-la, pois a aula havia acabado. Merda! Esqueci que hoje a aula dela acabava mais cedo. Estava com um técnico na sala de Alfonso, para tentar recuperar os arquivos do notebook que eu quebrei. Pedi licença a ele, liguei para casa e pedi que Jaime, o motorista, fosse busca-la e a trouxesse até a empresa, pois havia prometido que a levaria para tomar sorvete depois da aula.

- Acho que vou conseguir recuperar os arquivos, mas o notebook não tem conserto. – explicou o técnico – o hd não foi afetado. – eu respirei aliviada.

- E fica pronto ainda hoje? – perguntei curiosa.

- Sim, em meia hora consigo recuperar tudo – o técnico falou e voltou a atenção pro notebook – se quiser e tiver outro notebook disponível, já deixo tudo salvo para a senhora – completou.

- Um momento, vou buscar em minha sala – falei e fui em direção a minha sala.

Peguei meu notebook e em poucos minutos estava de volta. Entreguei ao técnico para que ele possa fazer a transferência dos arquivos. Quinze minutos depois Manuela entrou na sala, arrastando a mochila de rodinhas.

- Mamãe! Mamãe! – correu até mim – já cheguei, podemos ir tomar sorvete! – me curvei para dar um beijinho nela.

- Daqui a pouco meu amor – pisquei. Ela olhou pro técnico com uma cara engraçada. Sentou em uma das cadeiras, ao meu lado girando-a de um lado pro outro.

- O que aconteceu com o notebook do papai? – ela arregalou os olhos e tampou a boca com as mãos.

- A mamãe deixou cair... – expliquei. Ela arregalou mais os olhos e bateu a mãozinha na testa.

- O papai vai brigar com você! – fez uma careta divertida. Eu sorri.

- Será? – franzi o cenho. Ela levou a mãozinha até o queixo fingindo pensar.

- Ele vai te dar uma bronca, mas te perdoa... – enrolou os dedos nos cabelos – papai te ama! – fiz sinal de positivo pra ela. O técnico que observava achou engraçado e riu.

- Nós sempre temos um jeitinho – falei divertido. Manuela assentiu.

- Ah, mamãe... eu queria um cachorrinho – ela fez um biquinho, balançando as perninhas na cadeira. Fui até ela e me abaixei na frente da cadeira que ela estava sentada.

- Já conversamos sobre isso princesa – falei calmamente e ela fez um biquinho – não faz assim meu amor! – ela me olhou com os olhinhos mareados. Manuela baixou a cabeça e eu suspirei. – você sabe muito bem que mamãe é alérgica – ergui o rostinho dela para que me olhasse e beijei sua testa. Ela me olhou triste.

- Pronto! – o técnico se levantou da cadeira – está tudo recuperado.

- Passe, por favor, no financeiro para receber – disse assinando um papel que ele me entregou.

Verifiquei os arquivos no notebook. Ergui os olhos fitando Manuela por cima da tela do notebook. Ela continuava de cabeça baixa, mexendo na barra da saia do uniforme. Ouvi um soluço. Minha filha estava chorando. Respirei fundo e levantei da cadeira. Fui até ela, me abaixei.

- Vamos tomar sorvete meu amor? – ela balançou a cabeça negativamente. Dei um risinho – vem, vamos dar uma volta – ela levantou, peguei o notebook para leva-lo para casa, pois trabalharia a noite no projeto. Caminhei segurando a mão de Manuela até a mesa de Jade.

- Jade, estou indo dar uma volta com a Manu. Eu não volto mais hoje. – ela assentiu – por favor, ligue para a senhora Pardo e diga que lhe envio o projeto até amanhã ao meio dia no máximo. – expliquei.


Você Para SempreOnde histórias criam vida. Descubra agora