Capítulo 37

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POV Maite

Ver Anahí a cada dia mais abatida e magra me deixava angustiada. Eu trocaria a dor que ela sente por qualquer outra coisa. Queria muito que toda essa dor fosse apenas minha. Sempre quis proteger Anahí de tudo e de todos, talvez esse instinto protetor seja porque sou cinco anos mais velha que ela e Anahí sempre foi a minha princesinha, o meu bebê.

Lembro-me de que quando tinha oito anos e Anahí três e a tia Mari vinha passear em minha casa com aquela bonequinha loira de olhos azuis. Anahí sempre fora o xodó da família, posso garantir que a criança mais linda que já vi em toda a minha vida.

Aqueles olhos azuis lindos encantavam a todos, e a gargalhada dela também. Estar ao lado de Anahí era impossível não dar risada. Minha prima é uma verdadeira palhaça, divertida, petulante, esquentadinha, tem qualidades e defeitos que a fazem especial. Bastam apenas alguns minutos ao lado dela para se apaixonar pela fera de olhos azuis.

Eu sabia que as chances de Alfonso acordar eram mínimas. Carlos já havia nos alertado e que se caso Alfonso não acordasse o nosso apoio a Anahí seria essencial.

FLASHBACK

- Chamei-os aqui porque preciso ser extremamente sincero com todos – Carlos falou pendurando o jaleco branco em sua cadeira e sentando-se em seguida. – Any precisará de todos nós...

- Porque? Aconteceu algo com o Poncho? – perguntei assustada.

- Não Maite... Mas as chances dele acordar são pequenas. – ele apertou as têmporas com os dedos indicadores – a situação do Alfonso é delicada e eu temo que ele não acorde mais...

- NÃO! – Joana gritou com lágrimas nos olhos – Meu filho não! Por favor, Carlos, você precisa fazer algo... Poncho não pode partir...

- Eu vou continuar fazendo o que estiver ao meu alcance Joana... Vocês sabem que eu tenho um carinho enorme pelo Poncho...

- Carlos, por esse amor que tem por ele... Salva meu filho... É meu único filho! – implorou Marcelo chorando abraçado a Joana.

- Farei... Mas preparem-se para o pior, não está descartado...

FIM DO FLASHBACK

E eu tinha medo do que estava por vir, do que poderia acontecer. Anahí havia deixado de viver. Carlos há algumas semanas tinha nos dado poucas esperanças, e eu queria morrer por esconder mais uma coisa de Anahí.

Por várias vezes havia tentado falar com ela sobre Aaron ter aparecido no hospital, mas me faltava coragem. Ela estava tão abalada por tudo, pelo fato dele a perseguir, que eu achei melhor deixar isso de lado.

O pânico tomou conta de mim àquela tarde quando vi no visor de meu celular uma ligação de Carlos. Alfonso havia tido uma parada cardíaca. Pensei em Anahí e meu desespero só aumentou. Fui cambaleando até a sala de reuniões onde William estava com chamando a atenção de todos. William correu ao meu encontro para me segurar, antes que eu caísse.

- Poncho... – eu tremia mais do que vara verde. – ele teve uma parada cardíaca – falei com dificuldade e desmaiei.

Soube durante o trajeto do hospital que Aaron estava lá e queria a todo custo ir ao hospital William teve que proibi-lo de chegar perto.


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