Capítulo 48

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POV Anahí

- Papai! – chamou batendo palminhas – Sabe o que eu ganhei da mamãe?

- Uma boneca nova? – falou e Manuela negou – um vestido! – ela negou outra vez – Já sei... uma calcinha? – ela negou dando uma gargalhada – livro? – ela fez que não com o dedinho – um estojo de maquiagem! – ele estreitou os olhos e Manuela negou dando um tapinha na própria testa.

- Uma cachorrinha muito linda! – falou quase num grito. Alfonso me olhou repreendendo e eu fiz um biquinho. – Não briga com a mamãe papai! Ela esta tomando um negocio lá que não deixa ela ficar vermelhinha – explicou fazendo o mesmo biquinho que eu havia acabado de fazer.

Ele cruzou os braços e me encarou. Eu dei um sorriso forçado a ele. Entendi que estava encrencada, mas eu estava bem, muito bem por sinal.

- Sabe o que eu penso em relação a isso...

- Eu sei Alfonso, mas a sua filha não pode ser privada dessas coisas só porque eu tenho uma pequena alergia a pelos que pode ser resolvida com um simples antialérgico! E outra, Lola dorme com a gente na cama, já estou praticamente imune a isso – dei de ombros e ele soltou o ar pela boca.

- Vai se apaixonar pela sua neta papai! Ela é tão linda! – falou com a voz melodiosa apertando as próprias bochechas.

- Neta? Por acaso eu tenho cara de cachorro?

- De cachorro eu não sei... mas de tarado... – falei e tampei a boca com uma das mãos me dando conta do que acabei de falar. Manuela me olhou com uma carinha engraçada.

- Vou ter que te explicar também papai! – ela ergueu as mãozinhas como se pedisse paciência – Eu adotei a Lola... Gente não tem cachorro de bebê, eles nascem de outros cachorros... – explicou e Alfonso segurou o riso.

Depois do almoço deixei Manuela na escolinha e fui para a empresa. Sabia que tinha uma conversa pendente com Alfonso. Mas teve de ser adiada por causa de Manuela, mas essa noite falaria com ele sobre o bebê.

Apesar disso, estava feliz. Entrei no prédio cantando.

- Que bom vê-la sorrindo assim de novo Any! – Jade veio ao meu encontro e eu a abracei.

- Minha vida ganhou sentido novamente Jade! – sorri, andando abraçada com ela.

- Any! Quando for ao hospital mande lembranças a Poncho! – Pablo se aproximou.

Ele é o responsável pelo RH, um moreno, alto, de olhos negros. Muito bonito, por sinal, mas nenhum homem chega aos pés do meu Alfonso.

- Diga a ele que sentimos falta das broncas – Luiz falou divertido.

Luiz é o office boy. O loiro de olhos verdes e óculos sorria pra mim. Luiz era divertido, fazia piadas quando nos reuníamos na cantina.

- Pode deixar que eu darei os recados. Logo Poncho estará aqui dando ordens e brigando com todos – falei rindo.

- O que? O chato vai voltar? – me virei para Caio, primo de Alfonso, que vinha chegando. Eu assenti rindo. Caio trabalhava junto com Pablo no RH. Caio é moreno e tem os olhos castanhos. Lembra um pouco Alfonso, mas não é tão belo quanto.

- Creio que todos aqui sentiram muita falta desse "chato" – Jade falou, fazendo aspas com a mão quando disse chato. Eu ri. Era verdade. Alfonso fazia muita falta.

- Por que vocês não vão vê-lo mais tarde? Poncho vai adorar a visita de vocês - sugeri sorrindo.

- É, podemos fazer um esforço e ir ver o chato ciumento – Caio disse fazendo careta. Eu gargalhei.

Logo outros funcionários estavam ali junto a nos. Ria com eles, com as piadas contadas por Caio e Luiz. Contavam se divertindo das broncas de Poncho e da pose de durão que ele tentava impor, das crises de ciúme e como eu dobrava ele direitinho quando estava bravo. Fiquei um tempo ali conversando com eles até meu celular tocar. Olhei no visor e comecei a rir.

- Falando no chato... – ri balançando o celular fazendo eles rirem – oi amor! – entrei na sala e fechei a porta.

- Já são quase três horas Anahí! – notei seu tom de voz um pouco alterado. Vi Maite aparecer na porta e fiz sinal para que ela sentasse.

- Não se preocupe que antes das cinco eu estou aí bebê! – disse rindo a fim de provoca-lo. Mordi os lábios e fitei Maite que ria balançando a cabeça negativamente.

- Anahí! – repreendeu. Balancei a cabeça.

- Amor preciso assinar alguns documentos aqui, até a noite. Bye! – desliguei o celular e larguei em cima da mesa. Gargalhei.

- Não acredito que desligou na cara dura – ela riu alto e eu a acompanhei – senti falta dessa gargalhada ai – me olhou sorrindo, entregando uns cheques para assinar.

Meu celular voltou a tocar. Prontamente eu e Maite olhamos no visor e era Alfonso. Balancei a cabeça e voltei a atenção aos cheques ate que ele parasse de tocar. Logo começou novamente. Respirei fundo e desliguei. Alfonso ficou furioso, tinha certeza. Maite me olhou incrédula.

- Depois eu dou um jeito – disse mordendo o lábio, piscando pra Maite. Pela cara que ela fez, compreendi que entendeu.

- No hospital não Anahí! – eu apenas ri.


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