Capítulo 35

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POV Anahí

- Lola não morde! Não! – ela ria e tentava impedir que a cachorrinha a mordesse, enquanto estava sentada na grama do parque – Ai! Não Lola! – ergueu as mãos acima da cabeça e a cachorrinha subiu em seu colo, tentando inutilmente morder as mãos dela. Lola latia e Manuela ria.

Fiquei observando-a brincar com aquela bola de pelos, sentada em um banco a sua frente. Aquela pequena bola de pelos, causadora de minha alergia há alguns dias, veio até mim pedindo colo. Abaixei-me ate ela e a acariciei. Os antialérgicos que estava tomando ajudavam muito para que não ficasse com o rosto vermelho e que a alergia diminuísse. A minha sorte era que minha alergia a cães e gatos não era tão grave e aprenderia a conviver com isso. Dizem que para ficar imune ao causador da alergia, temos que conviver com eles para que assim o nosso organismo se fortaleça, e era exatamente isso que eu estava fazendo.

Alfonso ficaria furioso por eu ter cedido aos pedidos de Manuela e lhe dar um cachorrinho, mas isso eu daria um jeito o qual só eu posso. Apesar de Alfonso estar em coma no hospital, Manuela era uma das poucas pessoas que conseguia me fazer sorrir. A risada dela é contagiante.

FLASHBACK

- Ataque de cosquinhas na mamãe! – gritou Manuela.

- Não! Me deixem fora disso! – disse começando a rir, com as mãos na frente do corpo.

Sai correndo pela sala rindo, até Alfonso e alcançar, segurando-me na cintura. Ele me olhou ternamente, derrubou-me no chão e então ele e Manuela iniciaram uma sessão de cocegas. Eu ria alto, Manuela também ria.

- Chega! – implorei, sentando-me no chão.

- Amo quando ri... Sua gargalhada é tão contagiante! Tanto quanto a da Manu... – Alfonso falou com um sorriso nos lábios.

FIM DO FLASHBACK

- Vem brincar mamãe! – chamou, tirando de meus pensamentos.

Sorri e caminhei até ela. Sentei ao lado de minha filha, que me alcançou uma bola colorida. Joguei-a e Lola correu para buscar. Sim, a cachorrinha já estava treinada para buscar objetos e trazer de volta para o dono.

- Aqui Lola! – chamei quando ela pegou a bola, segurando-a entre os dentes.

- Mamãe a Lola é minha filhinha... Ela vai ser a sua neta? – perguntou levando uma mão ao queixo e fazendo um biquinho em seguida.

- Eu não vou ser avó de uma cachorra – fiz uma careta e Manuela riu.

- Não vai ser mamãe... – negou com a cabeça – você já é vovó da Lola! – disparou rindo.

Estreitei os olhos para ela, que riu mais alto. Levei as mãos na cintura e fingi estar indignada.

- Ah é mocinha? – levantei-me e fiz uma cara de malvada. Manuela levantou-se e saiu correndo. Lola correu atrás dela e eu corri atrás das duas.

- Mamãe não me pega! - zombou enquanto fugia de mim.

A alcancei, peguei-a no colo e rodei minha filha no ar. Manuela gargalhou. Joguei-me no chão com minha filha e Lola veio até nos, lambendo.

Deitada no chão ao lado da minha filha, fechei os olhos desejando que Alfonso estivesse ali. Como eu sentia falta dele e de seus braços fortes me abraçando, envolvendo minha cintura.

- Boa tarde meu amor! – ele falou e eu senti eu estomago embrulhar. Eu conhecia muito bem aquela voz asquerosa. Abri os olhos e ele estava com o rosto bem próximo ao meu. Afastei-me dele, levantando rapidamente.

- O que você está fazendo aqui? – perguntei com cara de poucos amigos.

- Vim te ver, saber como está meu amor...

- Eu não sou o seu amor! – disparei irritada.

- Sempre será o meu amor, minha princesa, minha linda... – ele sorriu – Porque não me deixa demonstrar o que sinto por ti princesa?

Manuela que havia se distanciado um pouco, correu até mim e quando se aproximou percebi que estava com os dentes trincados e as mãos cerradas em punho. Não falou nada, parou atrás de Aaron e deu um chute nas canelas dele.

Aaron virou-se e segurou Manuela pelo braço.

- Solta a minha filha agora! – falei pausadamente cada palavra.

Ele continuou a segurando e com a mão livre, Manuela tentava bater nele.

- SOLTA ELA AGORA! – gritei e algumas pessoas que estavam no parque olharam para nós. Aaron soltou Manuela rapidamente, e ela fechou as mãos e acertou no meio das pernas dele um soco. Aaron gemeu, encolhendo-se. Eu gargalhei alto.

- Sai de perto da minha mamãe! Só o papai pode chamar ela de princesa! – chutou mais uma vez a canela de Aaron, que tinha as mãos sobre o membro – você é feio! – ela estava brava.

Manuela cuspiu em Aaron e eu olhei boquiaberta para aquela cena. Segurei o riso, chamei-a e sai do parque com minha pequena e Lola. Nenhum lugar seria seguro com Aaron na cidade.

Você Para SempreOnde histórias criam vida. Descubra agora