Capítulo 17

794 27 0
                                    


Acordei dos meus pensamentos com Maite me chacoalhando. Olhei o quarto a minha volta e todos ali pareciam assustados. Vi a porta abrir e era tia Blanca.

- Eu quero vê-lo – disse olhando fixamente para um canto do quarto.

- Amanhã eu falo com o médico e peço permissão – Maite falou ternamente, segurando a minha mão.

- EU QUERO VÊ-LO AGORA – gritei.

Ela arregalou os olhos. Me levantei da cama e logo cai no chão. Senti uma dor horrível, estava fraca demais para caminhar. William ajudou Maite a me colocar de volta na cama. Eu protestei tentando me levantar novamente. Preciso ir ver Alfonso. Ele precisa de mim. Eu gemi de dor.

- NÃO OUSE LEVANTAR DENOVO DESSA CAMA ANAHI! – Maite esbravejou. Ignorei o que ela disse e sentei na beira da cama. Estava com muita dor por todo o corpo. Senti a mão de Maite segurar meu braço – PARE DE BANCAR A INFANTIL! – fez com que todos voltassem o olhar para ela apreensivos - VOCE NÃO ESTA BEM E PRECISA SE RECUPERAR. NÃO É A ÚNICA QUE SOFRE COM TUDO ISSO! VOCE NÃO IMAGINA A DOR QUE EU ESTOU SENTINDO EM TE VER AQUI NESSA CAMA TAO DEBILITADA! – ela respirou fundo e continuou - AS COISAS NÃO SÃO COMO VOCE QUER! EU NÃO SOU O PONCHO PRA FAZER AS SUAS VONTADES! E ELE NÃO ESTA AQUI PRA TE DEFENDER. – olhei e vi uma Maite enfurecida. O seu olhar me dava medo.

- Sai daqui ... – eu disse em meio à lagrimas que caiam e molhavam meu rosto – SAI DAQUI AGORA! – gritei, olhando raivosa pra ela.

- OUVIR A VERDADE DÓI ANAHÍ? – Maite mais uma vez gritou me encarando.

- Maite chega! – vi tia Blanca a repreender.

- Tem alguém aqui que precisa ouvir umas verdades – ela me fuzilava com o olhar – Alguém que se acha a DONA DA RAZÃO! – aumentou o tom de voz. Eu serrei os olhos. – ME DIZ O QUE QUER ANAHÍ? VOCE QUER SE MATAR E DEIXAR SUA FILHA ORFÃ?

- CALA A BOCA! SAI DAQUI! – gritei o mais alto que pude. Logo fiquei sozinha no quarto. Respirava rápido. Precisava me acalmar. As palavras de Maite me feriram ainda mais.

***

Acordei e tudo estava em silencio. Já era de manhã. Maite dormia no sofá. Balancei a cabeça. Ela havia dormido ali? Mesmo depois que eu havia a expulsado do quarto? Se tinha alguém tão teimosa como eu, essa pessoa era Maite Perroni. Vi a porta se abrir e uma enfermeira apareceu com meu café. Maite acordou assustada. Assim que a enfermeira saiu ela veio em minha direção.

- Estou morrendo de fome – Maite disse em tom divertido, esfregando a barriga.

Ela levou a mão em direção ao pedaço de bolo e eu dei um tapinha nela.

- A doente sou eu – dei língua. Ela fingiu estar magoada. Eu dei um sorriso que se desfez logo em seguida. – desculpa por ontem Mai... – mordi a boca por dentro e abaixei o olhar.

- O que seria da nossa amizade sem os altos e baixos? – ela me deu um empurrãozinho. Eu sorri.

- O que seria de mim sem as verdades de Maite Perroni? – rimos. Eu a abracei.

Maite tomou café comigo e sentou ao meu lado da cama para pentear meus cabelos. Segundo ela eu precisava me arrumar um pouquinho para parecer mais eu. Estava com algumas olheiras e pálida. Maite nunca foi muito boa com essas coisas de maquiagem, sempre era eu que a maquiava. Agora ela quis retribuir. Eu suspirei me dando por vencida. Tia Blanca entrou no quarto para me ver.

- Bom dia minhas princesas! – veio até nos e abraçou – como está querida? – ela me olhou e sorriu.

- Dói tudo – fiz uma careta. Maite rolou os olhos. Eu gargalhei. Sempre soube que Maite sentia uma pontinha de ciúmes. Tia Blanca cuidou de mim desde a morte dos meus pais, quando eu tinha 12 anos. A partir dai passei a viver com ela, que era a melhor amiga de minha mãe. Por isso Maite e eu somos tão ligadas.


Você Para SempreOnde histórias criam vida. Descubra agora