Capítulo 40

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POV Anahí

Minha respiração estava acelerada. Aqueles minutos estavam sendo muito torturantes. Me encolhi mais na cadeira, chorando com mais força. Coloquei a cabeça entre meus joelhos. Senti a mão de Maite tocar minhas costas e chamar meu nome. Ela apontou para a porta da UTI. Carlos estava saindo.

Vi Maite e William irem na direção dele. Eu fiquei ali imóvel. Fechei os olhos e levei as mãos aos meus ouvidos. Estava com medo de ouvir o que eu não queria. Maite sentou ao meu lado, tirando as minhas mãos despapando meus ouvidos. Eu sussurrei um não, deixando claro que não queria que me falassem nada. Voltei a abraçar meus joelhos e me balancei na cadeira.

- Ele está bem Any – ela acariciou minhas costas. Eu a fitei. – ele não acordou, mas também não nos deixou. – Eu a abracei.

Naquela noite fiquei ali. Ninguém ousou discutir comigo me proibindo de ficar ali. Dormi em um dos bancos próximo ao quarto de Alfonso.

***

Mais uma semana se passou e nada de Alfonso dar sinal de melhoras. Já estava quase dois meses nessa angustia de não saber se ele voltaria pra mim ou não. Passei na empresa antes de ir ao hospital. Jade havia me ligado avisando que tinha uns cheques para assinar.

Cheguei no estacionamento, tranquei o carro e vi ele andando na minha direção. Apressei os passos o máximo que pude. Ele me alcançou e segurou meu braço.

- Me solta – falei ríspida sem olha-lo.

- Calma ai leãozinho, vim em paz! – vi ele erguer as mãos.

- O que você quer Aaron? – suspirei.

- Falar com você. Vamos tomar um café – levou as mãos em minhas costas. Eu me afastei.

- Estou com pressa, diga aqui. – lancei um olhar gélido.

Ele ficou me olhando alguns minutos. Eu fechei os olhos e comecei a balançar minha perna impaciente. Senti suas mãos em minha cintura quando ele me puxou contra o seu corpo. Me debati, tentei lutar mas ele no mínimo era umas três vezes mais forte do que eu. Senti nojo quando os lábios dele tocaram os meus. Eu virava o rosto e ele me apertava mais contra seu corpo. Ergui uma das pernas e acertei meu joelho nele. Bem no meio das pernas. Aaron imediatamente me soltou gemendo de dor.

- NUNCA MAIS ENCOSTE EM MIM! – gritei e entrei no prédio chorando.

Maite ao me ver naquele estado correu ate mim. Contei a ela o que havia acontecido. Ela xingou até a decima geração de Aaron. Assim que me acalmei ela me entregou os cheques. Assinei e fui ao hospital. Precisava ver Alfonso. Precisava do abraço dele, que eu sabia que não encontraria.

Cheguei ao hospital, tranquei o carro e lembrei de pegar os desenhos que Manuela havia feito para o pai. Entrei no prédio, cumprimentei a recepcionista, que havia se tornado uma espécie de amiga.

Alias todos ali me cumprimentavam ao chegar. Caminhei em direção a UTI. Abri a porta e gelei. Os papéis que estavam em minhas mãos caíram no chão. Ele não estava mais na cama. Entrei em pânico. Minha cabeça dava voltas. Meu corpo amoleceu e eu vi tudo ficar escuro.

Você Para SempreOnde histórias criam vida. Descubra agora