Capítulo 28

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 - Quer dizer que os dois pombinhos estão se acertando, né?
- Alice? O que você está fazendo aqui?
- eu perguntei. – É melhor você ir embora.


- Então foi esse ai que roubou você de mim, né!? – a voz dela estava alterada.
- Alice, calma.
- Calma nada. Eu vim aqui para resolver esse pequeno problema.

Nesse momento ela abriu a bolsa. De novo tudo aconteceu como se fosse câmera lenta. Ela enfiou a mão dentro da bolsa e tirou um revolver dali de dentro! Era a arma do pai dela. Meu coração disparou.

- Alice o que você vai fazer? Por favor, calma.

Ela mirava a arma para Igor.

- Eu vou matar esse ladrão! – ela respondeu em voz alta. – Você é só meu!
- Alice, eu não roubei ele de você. Não foi culpa de ninguém. Aconteceu
– falou Igor.
- Foi culpa sua, sim. – ela berrou, gesticulando os braços e balançando a arma. Ela estava fora de si.

O pior era que o pai de Alice havia ensinado Alice a mexer no revolver, então ela sabia carregar a arma e tals. Isso era um perigo.

- Você está fora de si – Igor falou.
- Cala boca seu veado estrume – ela berrou nervosa. As mãos dela tremiam.
- Alice... – Igor insistiu.
- Cala a boca, Igor. – eu berrei

Igor só estava deixando Alice mais nervosa.

- Alice, me escute, você não precisa fazer isso. Isso tudo que aconteceu foi culpa minha. Eu devia ter feito tudo diferente. O Igor não tem nada a ver comisso.

Alice virou pra mim:

- Seu desgraçado! – e começou a apontar a arma para mim.

Era uma adrenalina horrível que eu estava sentindo naquele momento. Uma arma calibre 40 apontada para mim. Vocês não têm noção do que é passar por isso! O medo misturado com a vontade de proteger o Igor. Ainda bem que eu não tinha asma, senão eu já teria morrido por falta de ar. A situação estava muito tensa.MUITO!

Eu estava com muito medo, me cagando de medo, quase borrando a calça.

Eu tive que começar a dar uma de psicólogo com Alice. Ela parecia indecisa e confusa. Era só isso, no fundo ela não era capaz de matar ninguém. Ela só precisava se acalmar. Tinha sido muita informação de uma vez só pra ela.



O tempo foi passando. Ela ainda ameaçava, mas a situação foi melhorando. Até que finalmente ela largou a arma e a colocou no chão. Que alivio, eu pensei.

Nessa hora eu senti que tudo ficaria bem. Mas eu, de novo, estava enganado.

Alice chorava, Igor chorava, eu chorava. Não chorar de chorar aos prantos, mas choro de quando a tensão vai embora, sabe. Chorar de não saber ao certo porque se chora.

Foi nessa hora. Na hora mais inapropriada possível, que, de repente, aparece Tiago ali. Se ele tivesse pelo menos aparecido 15 minutos depois! Quando Igor o viu se aproximando, correu em direção à arma. As coisas começaram a girar na minha cabeça.

- Tiago, seu desgraçado! – gritou Igor, ele achava que Tiago ainda estava de poder dos vídeos.

- Igor, não! NÃO, IGOR! – eu berrava.

Tudo estava acontecendo muito rápido.

  - Vocês conseguiram se... – mas não houve tempo de Tiago terminar a frase.  

Eu não conseguia mais raciocinar. Joguei meu corpo em cima de Tiago para derrubá-lo no chão.

Mas um barulho de tiro já havia ecoado pelo corredor do colégio. Eu e Tiago estávamos caídos no chão. Havia um sangue sujando a minha roupa. Alguém estava ferido...   

Chantagem e Consequência...Onde histórias criam vida. Descubra agora