Capítulo: 001

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Sam.

Você, pessoa bêbada que me entende, sabe a dificuldade de acordar depois de cair no profundo sono dos bêbados.

E vocês me conhecem, sabem que eu não recuso uma boa bebedeira.

Acordei naquela tarde fria e chuvosa com o barulho de um trovão ecoando nos ouvidos.

Resmunguei algumas poucas palavras até perceber que estava em cima do meu pobre marido, que estava cheio de marca de batom vermelho pelo corpo.

Nada de diferente das vezes em que... piravamos mais do que o normal.

Enquanto eu tentava ficar de pé, ele se mexia e chutava o ar, dizendo:

- Para...a Sam pode chegar. -Ele riu. Eu já estava em pé, coçando o umbigo. -Ela vai me matar se... continua...ai! Isso...

- Tá.

Saí do quarto cambaleando, batendo a cara por onde passava. Era como se eu não conhecesse aquele caralho de casa.

Por um milagre de Jesus, consegui descer as escadas sem quebrar um osso.

Assim que pisei meus belos e descalços pés no chão da sala, cocei os olhos cheios de remelas e contemplei a zona que estava aquela casa.

Até me perguntei se havíamos dado festa porque não me lembrava de absolutamente nada. Ia ter que esperar o Austin acordar do sonho erótico que estava tendo pra me contar tudo.

Sempre que a gente pirava o cabeção eu não me lembrava de nada e ele me contava tudo depois.

Já dei boas risadas com ele me contando o quanto eu bebi ou como eu quase quebrava a casa toda.

No caminho pra cozinha, encontrei um papel meio amassado em cima do braço do sofá.

- "Sam, se encontrar minhas unhas postiças em algum ligar, me mande pelo correio. Eu e o safadão fomos buscar o Chris. Beijos."

A gente tinha começado à chamar o Wesley de safadão.

Terminei de amassar o papel e o joguei numa das pilhas de latas de cerveja pela sala.

Me sentei no balcão da cozinha e coloquei meu cérebro pra se lembrar do porquê que as meninas não tinham limpado a bagunça da casa ainda.

E mesmo cansada, com dor e ainda meio bêbada, me lembrei rápido.

Tínhamos dispensados todos os empregados por motivos de que já estava cansada de ver a cara deles.

Tentei fazer isso com o Austin uma vez mas não deu muito certo. Ele sempre dava um jeito de aparecer ou me deixar morta de saudade.

Fiquei sentada no balcão por mais ou menos uma hora, comendo uma banana que tinha achado no chão.

A preguiça era tanta.

Até que decidi botar aquela casa em ordem.

Como quase nunca entrava na cozinha, a não ser quando era pra comer, demorei um pouco pra encontrar as panelas.

O Casal Encrenca: 2ª Temp.Onde histórias criam vida. Descubra agora