Capítulo: 011

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Me levantei do sofá e fui atender a porta.

Mas quase caí pra trás assim que me levantei.

- Ah, não. Eu não acredito! O que você tá fazendo aqui, Maurício?

- Bom dia, Sam! Adivinha quem saiu do hospital e veio direto pra te ver?

Ele ainda estava com a roupa do hospital. O olhei de cima a baixo.

- Você ficou louco? E se o Austin estivesse em casa? Você quer morrer?

- Eu precisava ver você, Sam.

- Ai, que se dane! Você tem que se tocar. Vida que segue, cara.

- Sem você?

- Você perdeu sua chance anos atrás. Não tem volta. E você vai entender isso de qualquer jeito.

- Sam, você não entende. Eu esperei muito pra ter você de volta. -Ele pegou minha mão e levou ao peito. -Você ainda vai ser minha de novo.

- Vou?

- Vai.

Olhei bem pra cara dele.

- Deixa de ser babaca, Maurício?! Puta que pariu, você me irrita!

- Como antigamente. -Ele sorriu. -Só quero que saiba que eu sempre vou estar aqui pra você. Sempre.

Antes de ir embora, ele me deu um beijo na bochecha e acariciou meu rosto, me causando uma sensação que eu não sabia o que era.

Raiva? Ódio? Saudade?

Engoli em seco.

O desgraçado sabia.

...

Enchi uma taça de vinho e me sentei na sala. Só havia eu em casa, então eu podia ficar sozinha, pensando.

Haviam dias em que eu me sentia extremamente cansada. E não era o típico cansaço de depois de um dia de trabalho.

Era uma coisa surreal. Toda e cada parte do meu corpo doía como se eu tivesse levado uma surra das boas.

Era mais ou menos assim que eu estava nesse dia.

Assim que começou à chover, subi até o quarto, me deitei na cama e me enrolei no cobertor.

As crianças estavam no shopping com os meus pais, enquanto o Austin já estava quase chegando.

A gente conversava à todo momento, principalmente nos dias em que um de nós não ia pro trabalho.

Várias ligações feitas e nenhuma atendida. Ele já devia estar achando que havia alguma coisa errada.

Senti meu corpo quente e me lembrei de algumas semanas antes.

Foi legal escapar de uma explosão. Quer dizer, foi melhor do que teria sido se eu não escapasse.

Querendo ou não, eu ainda estava com isso na cabeça. Uma memória ainda meio fresca.

O Casal Encrenca: 2ª Temp.Onde histórias criam vida. Descubra agora