Capítulo: 035

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Ah, mas tava demorando pra alguém me sequestrar, né? Puta que pariu, que azar!

Eu acordei em um galpão, com os pés e mãos amarrados em uma cadeira de madeira.

O Austin estava na minha frente, na mesma e desgraçada situação do que eu.

A pancada na minha cabeça foi tão forte que eu enxerguei tudo embaçado por alguns segundos.

Levantei a cabeça e senti o sangue escorrer do meu nariz.

- Sam!

- Ai, minha cabeça! Austin, caralho, o que tá acontecendo?

Olhei em volta. Era um lugar escuro, sujo e horrível! Haviam mais 3 cadeiras em um canto, um pouco longe de mim.

- Ora ora...E a donzela finalmente acordou...

Eu podia reconhecer aquela voz em qualquer lugar. Juro que senti um arrepio na espinha quando ouvi a voz dele me rondando.

- Richard?

Olhei pro Austin. Ele estava com a mesma cara de ponto de interrogação do que eu, só que nem tanto.

- Como vai, querida Samantha? Lembra da última vez em que nos encontramos?

Ele se abaixou na minha frente.

EU ESTAVA SEM ENTENDER NADA!

Ele tirou de trás das costas um pedaço de madeira. Lembrei da paulada que eu havia levado mais cedo.

- Richard?

- É só isso que vai dizer, querida? Não estava com saudades? Bom, eu estava morrendo de saudades desse seu rostinho lindo...

Ele passou a madeira na minha cara.

Meio estranho dizer isso, mas ok.

- Tira isso de perto dela.

- E você, Austin? Eu nem me lembro da última vez em que nos vimos. E aí, como os pombinhos estão?

- Richard, o que você quer da gente?

- E por que me bateu? Tá doendo, tá?!

- Você acha que eu não te conheço, garotinha? Você não é frágil como aparenta ser. Falando em fragilidade, como vão os gêmeos, Sam?

- Deixa meus filhos paz.

- Vi eles em uma revista esses dias. Imaginem só o que aqueles belos rostinhos são capazes de sofrer?

- DEIXA OS MEUS FILHOS EM PAZ, SEU DESGRAÇADO!

Ele andou até mim e me deu mais uma paulada na cara.

Mais sangue escorrendo pelo pescoço, minha visão turva. Minha cabeça pendia pra trás, achei que ia desmaiar.

Foi como uma tortura rápida.

- TIRA AS MÃOS DELA! SAÍ DE PERTO DELA, SEU FILHO DA PUTA!

Vi o Austin chacoalhar a cadeira pra tentar se soltar, mas em vão.

Estava bem apertadinho, sabe?

Podia sentir a corda apertando meu braço e meus calcanhares, impossível se soltar daquilo, e olha que eu as até pensei em tentar.

O efeito da pancada passou e a dor continuou.

Eu não ia deixar aquele puto tocar no nome dos meus filhos.

Aguentava mais quinhentas pauladas daquelas.

- Ah, vamos, Sam! Você é forte. Já levou muito mais, não é?

O Casal Encrenca: 2ª Temp.Onde histórias criam vida. Descubra agora