Capítulo 1

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Rio de Janeiro – 1999

- Alex, você já está pronto? Mamãe, papai, Alexia e a sua mãe já estão prontos, sentados na mesa só esperando a gente para cear.

- Já estou indo Nina!

- Anda logo seu bundão, se eu perder mais um ano o papai Noel passando eu vou chutar o seu traseiro até você pedir penico!

- Nina, você é tão madura para algumas coisas, mas para outras é muito inocente! Você já tem 11 anos, não deveria mais acreditar em papai Noel e sinceramente esse seu plano de enganá-lo escondida atrás da árvore-de-natal não vai dar certo e o meu cabelo está me dando um trabalhão hoje.

- Aff! Vai dar certo sim e você disse que ia ficar comigo! Fala sério, você parece uma mulherzinha para se arrumar. Até a Alexia que já vai pra balada é mais rápida do que você, ela só demora mesmo pra escolher a calcinha dela sabe-se lá o porquê?! É por isso que eu gosto das minhas que vem escrito o dia da semana de segunda a sexta é muito mais prático!

- Sério mesmo que você está me falando sobre as suas calcinhas? Mas só por curiosidade, se você usa de segunda a sexta, o que você veste no sábado e domingo?

- As minhas de coleção rock star, ué! E para de querer saber das minhas calcinhas, você me faz quase chegar atrasada todos os dias no colégio arrumando essa cabeleira.

- Você fala isso porque não se preocupa com vaidade, fica linda descabelada e vestindo um saco de batatas.

Silêncio ... 1 minuto depois... A porta se abre

- Nina?! Você está bem?

- Você me acha linda?

- É, sim, quer dizer, acho que sim. Até mesmo quando você fica vermelha. Eu

gosto de te deixar vermelha.

- Crianças! O jantar está servido, vamos comer porque daqui a duas horas será natal e vocês vão perder a passagem do papai Noel.

- Aff! Sério mesmo mãe?! Eu já disse que não acredito mais em papai Noel, eu já tenho quase 13 anos! Vamos Nina, antes que a minha mãe anuncie para o bairro inteiro que eu acredito em papai Noel. Falei puxando-a pelo braço escada a baixo.

- Aham!

Eu tinha quase dois anos quando a Carina nasceu e como eu estava aprendendo a falar, passei a chamá-la apenas de Nina. Nossas mães são vizinhas e melhores amigas, a mãe da Nina desenha roupas e minha mãe é boa com os negócios, então as duas resolveram abrir uma boutique de moda e a Nina e a minha irmã Alexia são as modelos exclusivas da marca.

Enquanto as duas brincam de passarela, apesar de a Nina não gostar muito, eu fico jogando basquete com Marcos, pai da Nina. O meu mesmo nos abandonou quando eu tinha seis anos e ele praticamente me adotou, brinca comigo e agora me dá conselhos sobre garotas. A única restrição dele é pra eu não tocar na filha dele, minha missão é protegê-la apenas, e testar minha testosterona apenas com outras meninas. Ainda não sei bem o que é isso, só sei que eu gosto de segurar na mão da Nina quando vamos à escola, de ficar olhando o céu com ela da casa da árvore e sim, ela é a mais bonita de toda a escola.

***

- Mãe, no próximo Halloween eu já sei do que quero me fantasiar. Disse Nina.

-De que filha? Perguntou a Laura ( Mãe da Nina)

- De saco de batatas!

Todos começaram a rir na mesa, vi o rosto da Nina ficar vermelho e ela me fulminar com os olhos, ela era boa de briga e eu sinceramente não queria entrar em uma com ela.

Para SempreOnde histórias criam vida. Descubra agora