Capítulo 12

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Esse capítulo é dedicado à todos os meus leitores!

2007

— Bom dia! — falei, beijando o topo da cabeça da minha mãe. Marcos e Miguel já estavam sentados à mesa também.

— Bom dia, meu filho! Você parece animado hoje, aconteceu alguma coisa ou é por ter vinte anos?

— Ele está com cara de quem viu um passarinho verde, ou melhor, loiro. — disse o Marcos.

— Aquilo ali está mais pra cobra do que passarinho, Marcos! A pior, daquelas bem venenosas. — respondi, rindo ao lembrar do que a Rebeca tentou arrumar. — Onde está a Nina, não acordou ainda? — perguntei. — Eu estava com uma vontade enorme de comer o pão de queijo que ela fazia. Ela e o Marcos são sempre os primeiros a acordar para deixar a casa com cheiro de Minas no café da manhã.

— Eu não a vejo desde ontem. Só a ouvi dando uns espirros hoje cedo quando passei em frente ao quarto dela. — disse Marcos.

Merda! A Nina estava doente e a culpa era minha!

— Vou ver como ela está. — falei, largando o guardanapo na mesa e subindo os degraus de dois em dois para chegar mais rápido.

Bati na porta, mas ela não me respondeu. Abri devagar para não fazer barulho, mas eu mal podia vê-la na cama porque o quarto estava um breu. O céu escuro de dia chuvoso e as cortinas fechadas também não colaboravam. Afastei-as só para entrar o mínimo que fosse de claridade e eu não correr o risco de tropeçar em alguma coisa no chão, então a ouvi tossir.

— Nina, você está bem? — perguntei, mas ela não me respondeu.

Corri até a sua cama, acendi a arandela em sua cabeceira para vê-la melhor, mas ela parecia um repolho embrulhada no edredom, deixando de fora apenas uma parte de seu rosto que estava, aparentemente, rosado. Sentei na beirada de sua cama e ela espirrou.

— Droga, Nina, você ficou doente! — falei preocupado, colocando a mão em sua testa para verificar sua temperatura só para confirmar o que já imaginava. — Nina, vamos para o hospital, você está queimando em febre! Meu Deus! — pedi, sacudindo-a de leve tentando acordá-la.

— Não, eu não quero tomar injeção, me deixa aqui. — resmungou, virando para o outro lado.

— Desde quando você tem medo de injeção? Pensei que o frouxo fosse eu. Você não tem que querer, vai para o hospital e ponto!

— Desde o dia em que aquele cachorro te mordeu e me disseram que se você não morresse viraria um zumbi, então te deram um monte de injeções.

Hoje em dia eu acho graça dessa história, mas eu realmente fiquei com medo e ainda tivemos que observar o cachorro durante uma semana para ver se ele teria algum sintoma de raiva. Mas lembro do abraço que recebi da Nina ao constatar, depois de muitos testes científicos baseados em Resident Evil, que eu não tinha virado um zumbi, fazendo com que eu superasse tudo.

— Nina, você vai e será agora! — Sem pensar muito, peguei-a no colo embrulhada no edredom mesmo e desci as escadas correndo. Ela resmungava, mas não tinha forças para resistir.

— O que aconteceu? — perguntou Marcos, vindo apressado até mim.

— Ela está queimando em febre, vou levá-la até o hospital.

— Meu Deus! Vá, meu filho e mande notícias. — disse minha mãe.

Marcos foi dirigindo e eu fiquei no banco de trás com a Nina ainda no colo, não iria deixá-la. No caminho até lá, ela começou a ter delírios devido a febre alta e eu teria adorado se o Marcos não estivesse na frente.

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