Capítulo 18

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2007

O Sol já brilhava no céu quando cheguei em casa. Minha cabeça girava com a forte enxaqueca e nem sei como fui capaz de dirigir até aqui. Sem pensar em nada, arranquei a roupa e caí na piscina só de boxer. Nadar um pouco talvez me ajudasse a espairecer e a parar de sentir a cabeça pulsando. Dei três voltas sem parar até meus braços e meu corpo atingirem a exaustão. Quando espantei as gotas dos meus olhos pude percorrer um lindo par de pernas a minha frente. O problema foi ao chegar à altura do quadril, onde suas mãos estavam paradas e, ao subir mais um pouco, seus lindos olhos revelavam uma expressão pura reprovação.

— Alex, o que você está fazendo?

— Refrescando o corpo, como você pode ver. Gostaria de se juntar a mim?

— Não, obrigado! Você tem noção de que ficar bêbado não vai mudar nada, muito menos ajudar a esquecer o que aconteceu? — perguntou de forma dura, abaixando-se até onde eu estava e colocando o dedo na minha cara. — Você não podia fazer nada pela Alexia, mas pode fazer por você e pela sua mãe! A sua sorte é que a tia Ayla estava dopada com os remédios, mas eu não dormi a noite inteira, olhando para a droga do portão esperando que voltasse e, ao mesmo tempo, com medo de que o telefone tocasse com alguém avisando sobre alguma idiotice que você poderia ter feito ou sofrido um acidente. Se não quer fazer isso por você, pense pelo menos nas pessoas que te amam!

Isso sim era um banho de água fria logo cedo. Mas a Nina tinha razão, eu não pensei no quanto eles poderiam ter ficado preocupados, só queria apagar aquele dia da minha memória.

— Desculpa, Nina, eu não queria preocupar você. Só queria poder aliviar a cabeça um pouco. Eu estava com o pessoal da banda e o Matheus no bar e acabei bebendo um pouco além da conta. — justifiquei, reconhecendo o meu erro.

Observando seu rosto, notei que ela estava com aparência abatida e manchas escuras em torno dos olhos.

— Tudo bem, Alex, só não faça de novo. Eu cheguei a pensar que você poderia ter ido atrás do namorado da Alexia. Mil coisas terríveis passaram pela minha cabeça, eu não estou preparada e não quero perder você também.

— Você não vai me perder, Nina, me perdoa! — pedi, beijando sua mão e deitando a cabeça em seu colo. — Mas, ainda vou atrás de quem fez isso! — completei.

— Não adiantaria nada eu pedir para você não ir, né?

— Não. — respondi categórico.

— Então, vou precisar redobrar as minhas orações. Mas prometa que vai ser cuidadoso! — pediu com olhos preocupados.

— Eu prometo, Nina! Vou tomar cuidado. — assegurei.

Ficamos ali por um tempo, Nina com os pés dentro da água e eu agarrado em suas pernas e a cabeça deitada em suas coxas, recebendo o melhor carinho que poderia ter. Ela entendia a minha dor e me consolava e acalmava como ninguém jamais seria capaz. Lamentei não ter ficado em seus braços na noite passada.

— O que você acha de irmos tomar café com a sua mãe? Ela precisa se alimentar e, além da minha pele já estar começando a ficar enrugada por ficar nessa água, eu também não como nada a mais de 24 horas.

— Eu acho ótimo, também estou faminto! E preciso tomar algo para enxaqueca, urgentemente. — respondi, saindo da piscina de uma vez.

Nina corou, de repente, então percebi que só o seu toque já era suficiente para me deixar excitado.

— Alex, tem uma toalha logo ali. — apontou vermelha.

— O que foi, Nina? Você já me viu nu duas vezes e, em ambas, foi você quem invadiu o meu quarto. Não precisa ficar com vergonha.

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