2012
Reencontrar a Nina depois de 5 anos não seria nada demais, seria? Eu a veria como uma mulher, a qual eu já peguei, e pronto. A única diferença é que essa mulher era a única que conhecia a minha casa, minha mãe e meu mundo.
Grande engano! E eu tive a certeza disso quando a campainha tocou.
— Boa noite, Alex! Nossa, você anda malhando muito, está mais forte, rapaz! — falou Marcos, me cumprimentando.
— Boa noite, Marcos! Minha mãe está lá na cozinha terminando o jantar, ela continua no mesmo lugar, portanto é só seguir até lá. – respondi, indicando a direção.
Em seguida, o Miguel, que agora já era um adolescente, apareceu na porta. Logo atrás dele estava ela.
Eu tinha abaixado a cabeça para cumprimentar o Miguel, mas fui levantando lentamente, tendo primeiro o vislumbre de suas pernas — e que pernas! — até alcançar a altura de seus olhos. Senti algum rebuliço dentro de mim e meu companheiro deu sinal. Mas que porra de corpo traidor!
— Boa noite, Carina! — eu a cumprimentei, prendendo o seu olhar no meu e fazendo com que corasse.
— Boa noite, Alex! — respondeu entrando.
Melhor coisa do mundo eu poder ir atrás dela, analisando cada pedaço daquela bunda! Ok, cérebro, pare de pensar nisso. Já passou, você não repete mulheres!
Sentamos para jantar e eu podia sentir a tensão no ar. O único descontraído era o Miguel, mas de resto estavam todos nervosos.
— Tudo bem, chega de mistério! — começou Marcos, quebrando o silêncio sombrio que havia se instalado entre nós. — Nós temos um comunicado a fazer e é por isso, na verdade, que estamos aqui.
Agora ele tinha toda a minha atenção.
— Alex, eu sei que já estou velho, que o vi crescer, mas você é o homem dessa casa, então não é nada mais justo do que eu pedir a sua permissão.
Aquilo estava cada vez mais estranho!
— Pode falar, Marcos. — incentivei.
— Eu gostaria da sua permissão para namorar sua mãe. — soltou a bomba, olhando nos olhos da minha mãe com aquele sorriso bobo que eu conhecia bem, apertando a sua mão sobre a mesa.
Nina havia se engasgado feio, só não respondi, porque precisava acudi-la. Depois que conseguiu respirar, foi ela quem conseguiu falar primeiro.
— Quando vocês iriam nos contar sobre esse envolvimento?
— Caraca, que maneiro! O Alex vai ser meu irmão! — observou Miguel.
Instantaneamente, eu e a Carina nos olhamos, porque tudo o que a gente não era, e muito menos quis ser, era irmãos. E acho que a minha mãe percebeu isso.
— Querido, mesmo que o Alex não seja o seu irmão de verdade, você poderá considerá-lo como um sim. É como se fosse uma obrigação dele por tê-lo visto desde que era um bebê, cuidado e protegido vocês. Não é, querido? — minha mãe perguntou, olhando nos meus olhos.
Droga.
— Sim! — respondi, sem outra alternativa.
— Alex, você ainda não me respondeu. Posso contar com a sua permissão? — cobrou.
Como se fosse possível eu proibir algo, né? Aliás, seria bom pra minha mãe ter com quem dividir as preocupações. A instituição ficaria pronta no próximo mês e já tinha uma lista de crianças que seriam transferidas de outras instituições que já estavam lotadas. Era uma coisa importante para tomar conta e, pelo menos era o Marcos. Eu o conhecia bem e sabia que não faria mal a ela.

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Para Sempre
RomansaAlex e Nina tiveram em suas vidas danos irreparáveis e lutaram para superar a dor apoiando um ao outro, mas será que essa grande amizade poderá durar com a revelação de um sentimento imensurável? O que fazer quando o seu grande amor volta...