Capítulo 22

1.6K 129 18
                                    


Acordei com a primeira luz da manhã que invadia a casa da árvore e um casal de Bem-Te-Vis beliscando o pão da nossa cesta. Sorri. Não me importaria deles saírem por aí espalhando que nos viram dormindo juntos.

Nina!

Olhei para o lado em busca do seu pequeno corpo para ter certeza de que não foi um sonho e a observei dormindo serena, encolhida debaixo da manta. Soltei o ar, que não sabia que estava prendendo até então, aliviado. Deslizei minhas mãos pelas suas costas e beijei seu pescoço, fazendo-a se arrepiar e despertar toda manhosa com um sorriso no rosto.

— Bom dia pra você também, grandão!

— Bom dia, minha deusa do rock. Eu adoraria passar o dia todo aqui com você, mas acho melhor a gente se vestir e entrar antes que o Marcos acorde.

— Uaaah! — bocejou. — Tem razão! — disse, se espreguiçando.

Comecei a beijar todo o seu corpo e, logo, eu estava sedento por estar em seu interior novamente. Nina tinha se tornado o meu vício e eu estava ávido por muitas doses dela.

— Assim o seu plano de aparecer antes do meu pai acordar vai dar errado.

— Eu sei, mas não quero largar você ainda. Já estou com saudades.

— Você é insaciável e eu gosto disso, mas preciso de um banho.

— Ainda bem que você gosta, porque não a deixarei dormir mais sozinha. Mas, tudo bem, vamos descer.

O problema era o meu pau compreender isso!

Descemos as escadas em silêncio e com os sapatos nas mãos, mas antes que ela se afastasse de mim a segurei pela cintura encostando-a na parte de trás da árvore para mais um beijo. Alguns minutos mais tarde, estávamos descendo as escadas famintos por um bom café da manhã.

— Alex, meu filho, o que foi isso no seu rosto?

— Não foi nada, mãe. Um idiota tentou dar em cima da Nina ontem e eu tive que mostrar que ela tem dono.

Nina se engasgou com a minha espontaneidade ao dizer isso, e um Marcos curioso e minha mãe atenta começaram a olhar para nós com cara de interrogação.

— E quem seria o dono dela? — quis saber Marcos.

— Eu, ué! Aliás, eu quero aproveitar para pedir sua permissão para namorar a Nina. Talvez, se o senhor permitir, ela deixe de ser teimosa e aceite o meu pedido.

Nina chocada. Marcos embasbacado. Minha mãe com os olhinhos brilhando. E eu, triunfante.

— Agradeço por proteger a minha filha, ela é muito preciosa para mim. Quanto ao pedido, não serei eu a beijar você, ainda bem, então, tem que ser ela a decidir. Mas não faço ideia de como vocês fariam isso dar certo, namorando a distância. Voltaremos para Minas na próxima semana.

Um balde de água fria.

Seria muita informação se eu começasse a implorar para que desistisse de voltar, e ele pareceu achar que eu estava brincando em relação ao namoro. Eu teria que conversar melhor com o pai dela mais tarde e mostrar que a Nina era tão preciosa para mim quanto era para ele.

Terminamos o café da manhã em silêncio. Apertei de leve a mão da Nina por baixo da mesa, para transmitir tranquilidade e tentei não pensar na hipótese de vê-la indo embora mais uma vez.

— Nós vamos levar o Miguel no cinema, vocês querem vir conosco? — perguntou minha mãe, quebrando o silêncio enquanto arrumávamos a cozinha.

Para SempreOnde histórias criam vida. Descubra agora