Capítulo 17

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2007

Fui para o bar onde haveria mais uma apresentação da banda da galera, o Knights of Darkness. Apesar do clima estar pesado mesmo para eles, não puderam deixar de tocar naquela noite e o Matheus resolveu me acompanhar na bebedeira.

— Então, cara, já resolveu seu assunto com a Carina? — perguntou Marcos.

— Eu não sei, Matheus. Sinceramente, nem estou com cabeça pra lidar com a teimosia dela, mas se você quer saber, eu tentei! Confessei que sempre fui apaixonado por ela, disse que a amava e mesmo sabendo que não tem outro cara em Minas, ela não disse nada e ainda insiste em não querer assumir que temos um relacionamento.

— Ué, mas por que não?

— Ela acha que não vai dar certo essa coisa de relacionamento a distância. Eu vou começar a faculdade esse ano e ela quer terminar o ensino médio lá. Acha melhor tanto pra ela quanto para o Miguel e o Marcos, que tem a própria empresa de marcenaria.

— Particularmente, não vejo o porquê dela não poder ficar aqui. Crianças socializam rápido, o Marcos poderia montar a empresa aqui, mesmo que no início fosse difícil, e ela poderia estudar em qualquer colégio.

— Eu também penso assim, mas ela é orgulhosa e eles não aceitariam qualquer tipo de ajuda que nós pudéssemos oferecer, mesmo que fosse só no início. Ela acha que eles já sofreram muito para tomar um rumo após a morte da mãe dela e não quer fazer com que passem por isso de novo. De certa forma, eu entendo esse receio, mas não aceito.

— E vocês já transaram?

— Não, a Carina é virgem e não quero forçar a barra. Mas tenho ficado desesperado só com a aproximação. O cheiro da pele dela já envia um sinal direto para o meu companheiro, quando me toca tenho que pensar em coisas broxantes para não jogar ela na cama e a possuir de todas as formas que existem. Não está nada fácil aguentar.

— As coisas estão realmente complicadas para nós dois. Não sei o que fazer agora. Mantive a esperança de que a Alexia se recuperasse, eu sempre fui louco por ela, mesmo ela tendo me olhado como um homem de verdade em apenas uma noite, uma noite inesquecível. — Matheus falou, relembrando um momento que eu não queria imaginar e continuou: — Eu havia decidido tomar uma atitude no dia em que soube do

ocorrido, desde então venho lamentando dia após dia não ter tomado a iniciativa antes. — disse ele, encarando seu copo de bebida vazio.

— Deveria haver uma maneira da gente voltar no passado pra tentar mudar o futuro. — lamentei.

— O que você faria de diferente com a Carina? — Matheus quis saber.

— Teria me tornado o príncipe encantado que toda mulher sonha em ter. — respondi.

— Cara, a Carina não parece ser do tipo fã de príncipes encantados, caso contrario, mesmo que ela se negue a dizer, não demonstraria o quanto é fissurada em você, portanto, não se preocupe sobre o que poderia ter mudado no passado, tente descobrir como fazê-la dizer que te ama no presente. — disse ele, levantando o seu copo para pedir mais uma dose.

— Tem razão, mas ela é durona demais, teimosa demais! — falei, colocando as mãos na cabeça.

— Talvez seja um desafio muito mais interessante para o Alex pegador! — Matheus falou, jogando a nota na mesa e ingerindo de uma vez o líquido âmbar. Depois se levantou e seguiu em direção a porta para ir embora.

— Matheus! — chamei por ele,já na porta, querendo saber uma última coisa. — O que você teria feito para mudar o passado com a Alexia? — perguntei curioso.

— Ah, cara, sem dúvida eu teria feito com que ela se apaixonasse por mim, nem que pra isso eu tivesse que ser o tipo de cara "lobo mau" na cama. Teria dito o quanto ela ficava linda sorrindo, o quanto eu gostava de vê-la enrolar as pontas dos cabelos quando ficava nervosa, teria dito o quanto ela era especial todos os dias, lhe daria inúmeros buquês de flores com cartões poéticos, faria com que ela se sentisse a mulher mais linda do mundo no meio dos desfiles da sua mãe, não desistiria nunca dela e daria mil e um motivos para que aceitasse se casar comigo. — disse ele, limpando as lágrimas que escorreram, enquanto imaginava tudo o que poderia ter feito.

— Você vai ficar bem? — perguntei, abraçando meu grande amigo. Não sei se para consolar a ele, ou a mim.

— Um dia ficarei, Alex. Agora, a única coisa que posso fazer é aceitar a bolsa de estudos em Londres. Ocupar a minha mente com cálculos e economia não fará com que eu a esqueça nunca, mas sei que terei momentos em que conseguirei não lamentar tanto a minha falta de atitude. — falou, dando um tapinha nas minhas costas e indo embora.

E eu fiquei ali sentado, tentando pensar em como ao menos vingar a morte de Alexia. Sabia que isso não a traria de volta, mas eu queria causar um pouco de sofrimento àquele que causou tanto a mim, minha mãe e ao Matheus.

— Ora, ora, veja só quem resolveu aparecer por aqui. — uma voz melosa falou atrás de mim.

Eu e Matheus tínhamos esvaziado duas garrafas de Jose Cuervo e eu já podia sentir os efeitos do álcool em minha corrente sanguínea. Lidar com a Rebeca agora seria uma tarefa complicada.

— Sinto muito pela a sua irmã, Alex. Se precisar de um colo amigo, um consolo, você sabe que eu posso ajudar. — disse ela, sentando ao meu lado e colocando uma das mãos na minha coxa, deslizando o dedo pelo seu decote exagerado.

Lembrei das palavras do Matheus sobre o que ele teria feito de diferente e percebi que era exatamente isso que eu gostaria de fazer com a Nina, Nina! Por um momento vi seu rosto ali ao meu lado ao invés da Rebeca que parecia sedenta por satisfazer aquilo que eu desejava fazer com a minha garota

Minha vida havia mudado completamente e eu não queria saber qual seria o passo seguinte, com medo de que fosse outra decepção ou tragédia. Para esquecer momentaneamente os problemas pedi um copo de whisky.

Ihhhhhh será que isso vai acabar em besteira? Não percam o próximo capítulo pessoal!!!!

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