2007
Antes de subir na nossa casa da árvore, eu pedi que a Nina esperasse e tapei seus olhos com um lenço. Ajudei ela a subir os degraus e a coloquei sentada até eu terminar de ajeitar o que faltava.
— Alex, o que você está aprontando?
— Nada de mais!
Aproximei-me por trás dela e exalei o perfume de seus cabelos, tirando o nó do lenço e esperando que sua visão se acostumasse com a luz do ambiente. Quando ela colocou as mãos no rosto com a boca levemente entreaberta, então eu soube que tinha feito algo certo hoje.
A nossa casa estava decorada com diversas velas dentro de vidros espalhados pelo chão. Havia um tapete felpudo no meio da nossa pequena sala com algumas almofadas e uma cesta de frutas, pães e coisas que eu sabia que ela gostava. O que talvez a tenha surpreendido mais, foram as dezenas de fotos nossas e dela presas em fitas que pendiam do teto. Nina não imaginava que eu havia guardado a maioria das imagens expostas ali, muito menos que eu as havia tirado.
Eram momentos em que ela estava sentada na grama pensando em alguma coisa, no balanço da casa da árvore, numa gargalhada gostosa, nas férias da casa do lago ou em um passeio em família. Lágrimas rolaram quando ela viu uma foto com a sua mãe. Puxei-a em um abraço permitindo que liberasse toda a dor que eu sabia que ela ainda guardava no peito.
— Eu sei o quanto se sente sozinha e se mantém reclusa em sua redoma de menina forte e perfeita, mas eu só queria que, pelo menos hoje, pudesse se sentir rodeada por todos aqueles que a amam e que as lembranças boas que passamos ficassem registradas para sempre em sua memória. Eu te amo, Nina. Quero fazer parte de todos os seus momentos felizes e, nos momentos menos legais, eu quero segurar a sua mão e dizer que tudo ficará bem, porque eu estarei ali por você, com você, sempre.
— Ah, Alex, está perfeito! Eu te amo tanto!
Eu não estava preparado para ouvir essa declaração, por mais que a Nina desse a entender que me amava tanto quanto eu a amava.
Era inegável que ela podia sentir tudo o que eu sentia, que nossos corações batiam no mesmo compasso acelerado quando nos beijávamos, que o nosso corpo clamava pelo outro e sofria com a distância e nossos olhos se cruzavam com frequência, buscando pelo outro na ânsia de aliviar a saudade. Mas, definitivamente, ouvir isso de seus lábios sem pressão provocou uma reação repentinamente assustadora dentro de mim e meu coração se afundou no peito com um medo insuportável de que eu pudesse perdê-la.
Apertei-a mais forte contra o meu peito como se pudesse protegê-la de todo mal, ou como se eu pudesse fundi-la ao meu corpo para que não fosse possível que partisse para longe de mim. Uma lágrima teimosa rolou de meus olhos e eu não soube dizer se era de felicidade por ter ouvido o que eu desejei por tanto tempo, ou se era por medo de perder de repente o que havia conquistado de mais valioso, o coração da Carina.
Afastei o pensamento ruim e a lágrima teimosa e virei a Nina de frente pra mim, tirando os fios de cabelo em seu rosto molhado pelas lágrimas para que pudesse olhar em seus olhos.
— Eu te amo , Nina. Por favor, fique comigo?
— Eu fico, Alex. Eu fico com você porque é tudo o que mais quero!
Não dei tempo para que se arrependesse. Puxei seu rosto contra o meu e a beijei com todo o amor que transbordava do meu corpo, com toda a intensidade que sentia por amá-la tanto.
Deitei-a delicadamente no tapete felpudo sobre as almofadas sem abandonar seus lábios. Abri o zíper lateral de seu vestido, tirando-o com cuidado por cima de sua cabeça, suas sandálias de couro já estavam abandonadas no canto da casinha. A luz da Lua que entrava pela porta da varanda junto da luminosidade das chamas das velas banhavam o corpo delicado da Nina que estava pronta para ser amada e adorada como uma deusa, e eu estava ansioso por isso.

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Para Sempre
عاطفيةAlex e Nina tiveram em suas vidas danos irreparáveis e lutaram para superar a dor apoiando um ao outro, mas será que essa grande amizade poderá durar com a revelação de um sentimento imensurável? O que fazer quando o seu grande amor volta...