Capítulo 32

1.1K 110 7
                                        


Passei a noite em claro tentando decidir se devia fazer uma denúncia na polícia ou não. Se a Júlia estivesse falando a verdade aquilo acabaria em dois meses, porém eu teria exatamente esse mesmo tempo para convencer a Nina que eu a amava e que ela poderia confiar em mim. O problema era como fazer isso quando eu tinha que dar em cima de outra garota? Ela nunca acreditaria nessa história louca e justamente agora que eu poderia seguir adiante com o nosso relacionamento.

A semana passou num piscar de olhos e eu estava no modo automático, só respondia o que era necessário. Passei todo o meu tempo livre realizando atividades com as crianças da instituição. Abandonei tanto o emprego de personal como o de segurança no bar para me dedicar a isso. Era o único momento em que eu não me sentia perdido e estava realmente feliz por poder fazer algo de bom por alguém.

— Alex! — Ouvi minha mãe chamar.

— Um minuto criançada, pausa para beber água! — anunciei, apitando e sinalizando o término do primeiro tempo da atividade com os meninos. — Pode falar, mãe, algum problema? — perguntei curioso.

— Não, meu filho. Na verdade, eu estou muito orgulhosa do trabalho que você tem feito com essas crianças, eles contam as horas para você chegar. Mas eu só queria avisar que amanhã iremos todos jantar juntos, não marque nada. — avisou ela.

— É alguma comemoração especial?

— Queremos um momento em família, estamos todos trabalhando demais, esse jantar nos fará bem. — falou, logo depois saiu me dando um beijo no rosto.

Jantar em família! Ficar perto da Nina era ótimo, mas era péssimo quando eu havia decidido manter distância.

No dia seguinte, passei em sua casa para a levar para a faculdade e, apesar de querer beijar e abraçar ela, me mantive bem sério durante todo o caminho. Eu não sabia como continuar com esse plano quando tudo o que mais desejava era poder colocá-la sentada em meu colo e enroscar meus dedos em seus cabelos selvagemente, enquanto me beijava e cavalgava em cima de mim. Droga! Eu não podia ficar imaginando essas coisas quando precisava ser sério! Depois do meu companheiro não levantar para mais ninguém, meu corpo mostra que tem vontade própria só com a simples suposição de voltar a sentir sua entrada quente, apertada e molhada de novo.

Traidor!

— Você está bem, Alex? Está com algum problema? Passou a semana inteira agindo de forma estranha, se não fosse um cara com a testosterona em alta, eu diria que está tentando me evitar. — observou com olhar preocupado.

Ah, como eu queria poder contar tudo! Eu nunca mantive segredos da Nina e ter um de tamanha importância estava me enlouquecendo. Eu havia decidido que seguiria com o plano da Júlia, mas o que mais me incomodava, era o fato de ter que me afastar dela para que quando descobrisse algo acontecendo entre eu e a Clara ela não se sentisse traída novamente. Eu continuaria na estaca zero, como amigo e um tremendo cafajeste. Era exatamente assim que eu me sentia naquele momento, principalmente pelo o que estava prestes a dizer.

— Não tem problema nenhum, Nina. Eu só queria me desculpar por aquela cena na sua casa, eu não consegui me controlar e sei que precisamos ir com calma, como amigos. Como você sugeriu. E eu vou respeitar isso. — respondi, estacionando na faculdade e virando para encarar seus olhos.

Quase desisti desse plano idiota quando vi o quanto a havia decepcionado. Sua expressão era de completa tristeza, especialmente, depois de tudo o que tinha acontecido no sábado.

— Ok, Alex! Eu também tenho a minha parcela de culpa por ter permitido que fosse tão longe, não precisa se desculpar, continuaremos como amigos e vamos esquecer o que aconteceu. — disse, saindo do carro sem olhar para trás.

Para SempreOnde histórias criam vida. Descubra agora