Capítulo 37

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Acordei mais calmo, me arrumei e fui até o quarto da Nina, mas ela já havia saído. Eu precisava pedir desculpas por ter sido ignorante, mas eu fiquei realmente magoado com a notícia. Depois de tanto pensar, eu cheguei a conclusão que no relacionamento ambos erram e eu já sabia qual tinha sido meu erro.

Tudo poderia ter sido diferente, Nina poderia ter se acalmado e vindo me contar sobre a gravidez e hoje nós estaríamos correndo pela nossa casa atrás do nosso primeiro filho. Esse pensamento me arrancou um sorriso, por mais que fosse difícil sermos pais jovens, eu enfrentaria qualquer coisa para fazê-los felizes. Não há nada que me deixe mais extasiado do que ver o sorriso da Nina, mas vê-lo em uma miniatura de nós dois seria a coisa mais divina que poderia ter.

Comecei a me odiar por ter uma grande parcela de culpa e por ter sido um grande idiota. Se eu não tivesse ido encher a cara no bar no dia do enterro da Alexia, se tivesse voltado para os braços da Nina, não teria dado margem para que nada disso tivesse acontecido. E pensando bem, eu fui o primeiro a fugir dos problemas com medo de encará-los.

Eram os últimos dias de provas, apresentações e o alvoroço do baile, os alunos estavam doidos pelo campus. Procurei pela Nina o dia inteiro, mas não a encontrei.

Quando cheguei no carro vi um bilhete impresso preso no meu limpador de para-brisas que dizia:

"Já a convidou? Estou de olho!"

Droga, eu tinha esquecido!

Vi a Clara saindo e fui correndo até ela. Minha cara de desesperado deve ter sido tão grande que depois de implorar por alguns minutos ela acabou aceitando ir ao maldito baile comigo. Em seguida, eu liguei desesperadamente para o celular da Nina. No terceiro toque ela atendeu.

— Nina! Onde você está? — perguntei preocupado.

— Em casa, ué! — respondeu indiferente.

Eu nem sabia que estava prendendo a respiração até soltar o ar aliviado.

— Ok, estou indo! — respondi e desliguei.

Então enviei uma mensagem para a Júlia:

"Convite feito!"

Passei em um restaurante de comida japonesa e levei pra casa o nosso jantar. Nina estava tocando violão quando cheguei e parou quando eu entrei me ajudando com as sacolas.

— Nossa, vão comer quantos aqui? — perguntou.

— Só nós dois. Não sabia exatamente do que você gostava, então pedi um pouco de tudo. Nós não nos alimentamos bem ontem, precisamos jogar caloria pra dentro. — respondi.

— Alex... — Nina começou a dizer com a menção do dia anterior, mas dessa vez era eu quem não a deixaria falar.

— Nina, me desculpe por ontem, por eu ter gritado com você. Eu imagino o quanto deve ter sofrido com a perda do nosso filho e compreendo que também fui culpado por ter feito você fugir. — expliquei, puxando-a para um abraço.

Não tocamos mais no assunto, embora ainda estivéssemos feridos. Devoramos o nosso jantar e falamos sobre a faculdade. Eu havia apresentado o meu projeto nessa manhã e a Nina já tinha terminado a maioria das provas, o que nos deixava com mais tempo para concluir os projetos do orfanato até o Natal.

— Nina, o que acha de viajar comigo depois do Natal? — perguntei.

— E pra onde você vai? — Nina quis saber, com expectativa no olhar.

Machu Picchu, no Peru. — respondi animado.

— Que máximo, Alex! Se você quiser uma garota te perturbando do seu lado, eu vou amar conhecer a "cidade perdida dos Incas". — respondeu ela, com aquele sorriso que eu amava.

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