Capítulo 9 parte 2

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2007

— Desculpa, eu não queria atrapalhar, só preciso pegar o sal aqui. — disse, apressada.

Ah, droga! O sal estava atrás da cabeça da Rebeca e eu não tinha enxergado! A Nina vai achar que eu estava pegando a Rebeca! Merda!

— Nina! — chamei, correndo atrás dela.

— Não enche, Alex! Vai curtir a sua festa pornô! — disparou, virando as costas em direção à churrasqueira para entregar o sal ao Marcos.

Ele olhava pra ela, olhava pra mim, abaixando a cabeça e fazendo um sinal de negação. Estou começando a perder as esperanças em conquistar a Nina.

— Ih, eu acho que a sua priminha ficou com ciúmes! — Rebeca se aproximou dizendo, deslizando o dedo pelas minhas costas.

Eu estava furioso com o showzinho dela, mas não estava a fim de brigar. Simplesmente, a deixei sozinha e segui para a piscina.

Nina estava rodeada pelos caras da banda e da academia, ao menos havia vestido a saída de praia, mas era muita testosterona envolvendo a minha garota. Eu odiava ter que admitir, mas teria que marcar território.

— Vejo que todo mundo já conheceu a Carina, né? Mas já quero deixar bem claro uma coisa; quem der em cima dela, vai ter que se ver comigo, e eu garanto que capo vocês! — proclamei, colocando o braço em cima dos ombros da Nina, trazendo um calor imediato às nossas peles, fazendo com que ficasse surpresa e arregalasse os olhos.

A minha vontade era de abraçá-la pela cintura e afundar meu rosto em seu pescoço, mostrando a todos que ela era minha, mas me contive.

— Que isso, cara? Sempre compartilhamos as garotas, deixa de ser egoísta! — disse Rafael, baixista.

— Ela não é qualquer garota, Rafael, acho muito bom você manter o seu pau a 10 metros de distância se quiser usá-lo novamente! — ameacei, entredentes.

— Acho desnecessária essa discussão, tendo em vista que a pessoa em questão está presente e sabe se defender sozinha. Além do mais, ninguém estava me convidando para ir pra cama ou dar uma rapidinha na despensa, Alex, só estávamos falando sobre a banda. Mas agradeço a sua preocupação, querido. Está dispensado pra curtir sua "Barbie Malibu", enquanto nós terminamos de conversar. — avisou Nina, tirando meu braço de cima dela, trazendo um frio repentino e um golpe no coração.

— Porra, Nina! Por mim tu já pode entrar pra banda, só pela lição que deu no Alex. — expressou Cris, guitarrista.

— Obrigada, Cris, mas eu não posso assumir essa responsabilidade, no fim do verão volto para Minas e não sei se virei ao Rio de Janeiro tão cedo.

Segundo golpe em menos de cinco minutos. Como assim, não sabia se voltaria tão cedo ao Rio? Por que eu tive a sensação de que ela não pretendia voltar? E por que pareceu tão dolorosa a ideia de não tê-la por perto?

— Mas, enquanto você está aqui, a gente poderia fazer uma breve participação especial, se você topar. Rola um cachê bom! — sugeriu Michael.

— Você não está cogitando a hipótese né, Nina? — perguntei, apreensivo.

— Talvez, Alex! Por quê? Algum problema? — inquiriu, exasperada.

— Quer saber, faça o que quiser! — respondi, me afastando. Não ficaria ali para levar mais patadas e ser ignorado, ela tinha o direito de fazer o que quisesse e eu não era ninguém para impedi-la.

Mais tarde, o pessoal estava montando os equipamentos para começar seu show. Eles sempre acabavam tocando em todas as festas que iam e, hoje, não seria diferente. Aliás, não seria se não fosse o fato de que a Nina estava assumindo o lugar do vocalista pra cantar First Time, do Lifehouse.

O pequeno lugar no centro do palco montado era onde ela deveria estar. Apesar de ser uma música cantada por homens, Nina entoava cada palavra como se a canção saísse do fundo de sua alma, caminhando pelo palco e interagindo com o resto da banda. Todos pararam o que estavam fazendo para ouvi-la.

O sol estava baixando, dando ao céu um colorido especial com pequenos raios que a iluminavam, deixando-a com um brilho quase etéreo. Encontrei seus olhos no momento em que ela encaixou o microfone na base e cantou:

"We're crashing Nós estamos batendo

Into the unknown No grande desconhecido

We're lost in this Nós estamos perdidos nisso

But it feels like home Mas é como se sentir em casa

I'm feeling alive all over again Eu estou me sentindo vivo por completo de novo

As deep as the skar under my skin Tão fundo quanto a cicatriz sob a minha pele

Like being in love, she said, for the first time Como estar apaixonado, ela disse, pela primeira vez

Maybe I'm wrong, I'm feeling right Talvez eu esteja errado, eu sinto estar certo

where I belong with you tonight O meu lugar é junto de você esta noite

Like being in love to feel for the first time Como estar apaixonado sentir pela primeira vez"

Quando ela disse "Where I belong with you tonight", meu corpo estremeceu e minha esperança foi renovada. Eu estava orgulhoso por ela estar tão a vontade fazendo o que gosta, mesmo rodeada por um monte de abutres tentando comê-la. Se esse fosse o futuro dela, eu a apoiaria, mas não desgrudaria um segundo sequer dela.

— Cara, eu sempre soube que você tinha uma queda pela Nina, mas agora vejo que é um tombo. — disse Matheus, me entregando um copo de drink.

— Estou ficando louco, Matheus! — constatei.

— Depois da sua cena de ciúmes ridícula, todos acham que você está, mas quem te conhece a muito tempo sabe que você sempre foi louco por ela, especialmente, pelo jeito que a olha. Cara, porque você ainda não chegou nela? — questionou, curioso.

— Eu descobri que sou apaixonado por ela há alguns dias, mas ela está a fim de um outro cara. Não sei o que fazer. — falei, atormentado.

— Sério? Cara, tu é muito lento! Se você tivesse me perguntado eu teria dito. Mas, na real? Não parece que ela tá a fim de outro cara não, pra mim vocês se amam há tempos, mas são dois idiotas com medo de arriscar. — zombou.

— Olha quem está falando. Você sempre foi apaixonado pela minha irmã e nunca teve coragem de chegar nela. — falei, mas me arrependi logo depois. Matheus tem ido todos os dias ao hospital ver a Alexia e ficou arrasado desde que soube do acidente.

— Eu sei, você nem imagina o quanto eu me arrependo, mas ainda espero ter a oportunidade de dizer a ela tudo o que sinto. Por isso que eu digo, Alex, não espere que os caminhos de vocês sejam separados, cada um faz o seu destino. Se você a quer, trate de começar a amarrar o presente de vocês pra que haja a oportunidade de um futuro juntos, porque num piscar de olhos surge um desvio e você a perde na próxima esquina.

Matheus tinha razão. Eu não podia perder a oportunidade de conquistá-la, ou me arrependeria para o resto da vida.

Oi povo lindo!!!! Está chegando o momento que eles vão se declarar? Será? 

Não percam o próximo capítulo que será postado no sábado!!!! Aguardo ansiosamente por isso :)

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