2007
Acordei sentindo um vazio na cama, apalpei o colchão ao meu lado e apesar de estar com o cheiro do cabelo da Carina ela não estava lá, primeiro pensei ter sido um sonho ela ter dormido em meus braços, mas minha mente foi clareando vagamente e trazendo de volta a nossa conversa na cozinha, seu abraço, seu rosto espantado ao me ver nu e seu corpo quente embolado no meu, não era sonho, ela estava aqui.
Levantei-me e fui atrás dela. Um aroma de panqueca perfumava a cozinha e ela dançava em volta do balcão com seus enormes fones de ouvido. Fazia da colher de pau a sua guitarra e cantava Pitty. Fiquei encostado na escada apreciando a linda visão que eu tinha das suas longas pernas torneadas com seu short jeans rasgado e sua camiseta preta colada delineando bem sua cintura. Ela usava uma trança de lado que a deixava com um ar de menina inocente e mostrava a sua tatuagem em homenagem a mãe abaixo da sua nuca. Lembro do Marcos ter surtado quando ela apareceu dizendo que tinha feito uma tatuagem no seu aniversário de 16 anos, mas ao ver que era um coração delicado com asas escrito mãe no meio dele, seus olhos se encheram de lágrimas e não a repreendeu por ter falsificado a sua assinatura na autorização. Eu torcia para que o Marcos pudesse se apaixonar novamente, da mesma forma que eu torcia para que minha mãe encontrar alguém que a fizesse sentir amada, eles mereciam uma nova chance.
-Apreciando o espetáculo?
Fui tirado dos meus pensamentos com a voz da Carina que já havia me notado ali.
-Muito! Respondi me aproximando dela, virando-a pra mim e beijando a sua testa. – Bom dia, querida! Dormiu bem? Perguntei
- Não sou sua querida, Alex, mas sim, dormi! Apesar de ter que tirar suas mãos dos meus seios umas três vezes durante a noite.
-Sério que eu fiz isso? Não me lembro! Respondi e era verdade. –Não me lembrava, que pena! Mas você poderia refrescar a minha memória.
-Vai sonhando grandão! Sua mãe saiu cedo para o hospital, está com fome?
-Como ela está, Nina? Perguntei
- Sua mãe mal pregou os olhos essa noite, ligou para o hospital cedo e apesar de o estado da Alexia ser o mesmo, ela preferiu ir lá antes de ir pra Boutique. É bom que ela ocupe a cabeça com o trabalho e principalmente manter a esperança.
-Sim, você tem razão.
- E você? Como está? Perguntou-me.
- Com vontade de matar o cara que fez isso com a minha irmã. Falei socando o balcão.
- Você não pode fazer justiça com as mãos Alex, deixe a polícia cuidar disso, viu?!
- A polícia é lenta demais, assim como nunca acharam o meu pai depois da surra que ele deu na minha mãe, eu não acredito que vão pegar esse. Eu mesmo vou atrás dele.
-Alex, você não vai atrás de ninguém, eu já perdi minha mãe e não vou aguentar perder você também. Deixe esse assunto para quem entende, prometa pra mim que você vai manter a calma e ficar conosco aqui.
Seus olhos estavam arregalados e ela segurava firme a minha mão que já estava branca de tanto que eu a apertava de ódio. Encarei seus lindos olhos castanhos e tentei manter a calma por ver o pânico estampado ali, eu não podia magoá-la.
-Ok, Nina! Você venceu!
Vi que ela soltou a respiração aliviada e se virou para buscar a pilha de panquecas que havia preparado para o café. Me senti mal por fazê-la ter medo, mas eu tinha mais medo ainda de não conseguir esconder quando eu pegasse o infeliz que machucou a minha irmã, se a justiça existia, ela seria feita e por mim!
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Para Sempre
RomanceAlex e Nina tiveram em suas vidas danos irreparáveis e lutaram para superar a dor apoiando um ao outro, mas será que essa grande amizade poderá durar com a revelação de um sentimento imensurável? O que fazer quando o seu grande amor volta...