Capítulo 29

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2012

Tudo desapareceu ao nosso redor, apenas nós existíamos ali. Segurei firme seu rosto entre as minhas mãos e colei nossos lábios um no outro. Eu não sabia se isso era pra provar pra ela ou pra mim que os sentimentos de 5 anos, ou de sempre, nunca se perderam. Só foram trancados a chave com medo de mais decepções.

Eu havia deixado o meu coração com a Nina há 5 anos e, agora, eu estava começando a senti-lo bater de novo em meu peito e ele não estava tranquilo. Seu ritmo estava acelerado e, até onde eu me lembro, ainda mais descompassado do que antes.

No início a Nina se debateu, mas sua força não era nada em comparação ao meu desejo e a necessidade de mostrar que, por mais que ela negue, sempre será minha. Então se rendeu. Suas mãos puxavam a minha camisa, fazendo meu corpo se apertar ainda mais contra o seu e eu aproveitei para saborear cada pedaço de sua boca. Como era bom poder sentir seu gosto de novo! Não fazia ideia do quanto eu sentia saudades da sua proximidade.

Nossa respiração estava irregular e nossas testas coladas. Eu não sabia o que falar agora, só queria a levar dali para qualquer lugar e prendê-la em meus braços para o resto da vida.

Começamos a ter consciência das vozes ao nosso redor e, como se isso já não fosse suficiente para quebrar o estupor em que nos encontrávamos, vozes femininas começaram a me chamar.

Merda!

Nina se desvencilhou dos meus braços e correu para longe dali. Eu teria que ser muito paciente se desejava recuperar sua confiança de novo. Só então me ocorreu que eu tinha as provas sobre as fotos falsas que acabaram com a minha vida.

Mesmo que ela não quisesse saber e que eu não precisasse provar minha inocência, fui atrás da verdade. Além de ter contratado um profissional para comprovar que as fotos eram montagens, eu também fiz a Rebeca confessar em uma gravação toda a ideia maluca dela e guardei, mas nunca contei para a Nina. Eu estava ferido demais.

Peguei o carro e saí atrás dela, só que mais uma vez a Nina conseguiu desaparecer e, para piorar, durante toda a semana quando ia buscá-la ela já havia saído. Eu já estava ficando puto! Era a minha missão a levar e trazer da faculdade e as únicas duas vezes que a vi saindo, ela estava acompanhada do Daniel.

Ela estava se vingando!

No sábado fui buscá-la para irmos ao show e soltei um suspiro aliviado por encontrá-la em casa. Nina estava linda! Usava um vestido preto simples, mas que nela ficava extremamente sexy, alguns cordões prateados que iam até abaixo de seus seios, bota de couro na altura dos joelhos, maquiagem bem marcada e sua guitarra nas costas. Lembrei da nossa primeira noite juntos e fiquei duro ao observar o pequeno pedaço de pele exposta em suas coxas.

— Você está linda, Nina! — elogiei.

— Obrigada, Alex, você também está muito bonito. — respondeu, tentando evitar contato visual.

Seu perfume preencheu todo o espaço do carro e eu só pensava em enfiar meu rosto em seu pescoço. Notei que ela estava nervosa e entrelaçando os dedos.

— Nina, precisamos conversar e não vai adiantar você ficar fugindo de mim ou saindo com aquele cara. — avisei, tentando não imaginar o que eles já haviam feito.

— Alex, nós não precisamos conversar. Aquele beijo não deveria ter acontecido e eu e o Daniel, o tal cara que você citou, tivemos um lance, já que você quer tanto saber. Não significa que a gente esteja namorando, mas ainda assim, eu não sou como as suas vagabundas que beijam um cara a cada três metros.

Eu abri e fechei a boca umas três vezes sem conseguir dizer nada. Não queria detalhes sobre o que ela havia feito e nem imaginava que em tão pouco tempo seria capaz disso. Meus dedos ficaram brancos de tanto apertar o volante e eu odiei o Daniel mentalmente por isso.

— Eu só queria que soubesse que nunca traí você e consegui provas disso, caso queira ver o quão equivocada estava ao fugir de mim e por não ter confiado no que eu dizia. — falei, tentando aliviar a dor no peito que aquelas lembranças me traziam.

— Isso foi há 5 anos, e você não me mostrou nada antes por que não quis. Não o culpo, sei que ficou ferido, mas acho que foi melhor assim. Precisamos continuar as nossas vidas e seguir nossos caminhos. — Nina falou a última frase mais pra ela do que pra mim e, mesmo assim, eu acreditava que tudo aquilo era mentira.

Tinha que ser!

— Por.ra, Nina! — gritei dando um soco no volante, fazendo com que desse um pulo de susto e olhasse para mim. — Não é possível que você não sentiu absolutamente nada do que eu senti com aquele beijo, eu poderia jurar que sim! Eu te entreguei o meu coração e jurei nunca mais amar mulher nenhuma. Agora você está de volta ainda mais linda e sexy, trazendo de volta todo o sentimento que eu havia feito desaparecer, e então o rejeita novamente! Eu simplesmente não consigo seguir a droga do meu caminho!

Parei para respirar e olhar no fundo dos seus olhos que agora pareciam refletir um pouco de amor, embora ainda relutante. Mas havia algo mais escondido ali, algo que ela não tinha me revelado e que parecia doer.

— Alex, eu perdi muito mais do que o seu amor e não estou preparada para correr riscos novamente, principalmente quando você é o cara mais disputado da faculdade.

— Eu não quero saber da minha fama, nem de qualquer outra mulher, eu só consigo pensar em você! Você tem que me dar a oportunidade de provar que eu não sou esse cara que você pensa. — pedi.

— Tudo bem, Alex! Vamos começar do zero, como amigos apenas, como nós éramos antes.

Eu me sentia cansado e derrotado, mas amizade já era um começo. Se ela me permitisse ficar por perto...

— Ok, Nina! Amigos! — concordei, levantando as mãos para o alto em sinal de rendição e dando partida no meu carro.

O show foi maravilhoso. Nina brilhava no palco, mesmo com aquele playboy do lado. Eu gostaria muito de saber por que ele não estava com a garota que tinha tropeçado.

Meu turno terminaria logo depois do show e eu tinha feito planos de levá-la para jantar — como amigos —, mas quando eles saíram de dentro do camarim, Daniel a estava guiando com a mão em suas costas para a outra saída. Mesmo que ela tenha me visto, preferiu seguir com ele.

— Tem alguém com dor de cotovelo aí? — perguntou Michael, com quatro mulheres em volta dele.

— Não enche, Michael! — respondi azedo, pedindo uma dose de whisky.

— Cara, ao invés de encher a cara e ficar com uma puta ressaca amanhã, eu cedo pra você duas das minhas garotas aqui, só porque eu sou seu amigo. — ofereceu.

Sem pensar duas vezes, peguei uma ruiva e uma morena e saí dali pronto para uma noite regada em luxúria.

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