Capítulo 9

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Parte 1

2007

Comecei a ouvir barulhos logo na primeira hora de luz do Sol. Provavelmente, o Marcos cortando a grama e organizando a churrasqueira. Tomei um banho no banheiro do meu quarto mesmo, preferia evitar encontrar com a Nina no corredor só de toalha. Quando saí, o Miguel estava sentado na minha cama.

— E aí, cara, parabéns! Nem acredito que vou poder comer todos aqueles doces que a tia Bel fez pra você! Será que quando eu tiver 20 anos vou ter a barba igual a sua? Não fala nada para o meu pai, mas temos um presente pra você! — disparou o pequeno.

Miguel é uma criança completamente espontânea e seu forte não é guardar segredos. Ri da sua naturalidade e pedi que fosse até a cozinha pegar um brigadeiro por minha conta para que eu pudesse me trocar. Em menos de 1 minuto ele já havia descido em disparada pela escada.

Estava vestindo uma bermuda caqui quando ouvi batidas leves na porta e permiti que entrassem, mas meu coração parou quando vi a Nina em uma saída de praia de crochê que não escondia absolutamente nada daquilo que ela chamava de biquíni. Engoli em seco.

— Bom dia, Alex! — falou tímida, com as mãos atrás das costas.

Seus cabelos longos e escuros estavam meio presos e o resto caído em ondas por seus ombros, com um enfeite de linha que prendia em uma pequena mecha e um pingente na ponta. Linda! Perfeita!

Meu corpo estava processando 1001 maneiras de jogá-la na cama atrás dela, agora mesmo. Eu me sentia um cara virgem que acabara de ver a garota mais linda do mundo na sua frente e, apesar de não ser mais um, ela definitivamente era a mulher mais linda que eu já tinha visto.

— Parabéns, Alex! — ela disse, vindo em minha direção dentro do closet e me envolvendo em um abraço.

— Obrigado! — agradeci, fechando meus braços em torno do corpo dela e enterrando meu rosto em seu pescoço sentindo o aroma de sua pele.

Nina estava na ponta dos pés quando fui afrouxando levemente os meus braços em volta do seu corpo, nossos olhos se encontraram e fixaram-se um no outro, uma das minhas mãos pendia em sua cintura e com a outra eu arrumei uma mecha de cabelo atrás de sua orelha. Eu podia ouvir o coração dela bater alto — assim como o meu — quando meu dedo deslizou por sua bochecha. Eu não tinha forças para resistir, dei um passo a frente levando-a comigo e prendendo-a entre meu corpo e o armário. Fiquei ainda mais próximo, diminuindo a distância entre nós e encarei seu rosto.

— Nina?!

— Sim, Alex? — falou com a respiração acelerada.

Eu não sabia o que ela sentia pelo outro cara, mas eu gostava de saber o efeito que causava em seu corpo.

— Hoje é meu aniversário e gostaria de pedir um presente a você. — anunciei, deslizando mais uma vez meu dedo pelo seu rosto e desenhando o contorno de seus lábios.

— O que você quer? — perguntou em um sussurro, com a voz falhando.

— Eu vou beijar você, Nina, como nunca foi beijada! Sinto falta dos seus lábios e sonho em poder senti-los de novo todas as noites, desde aquele dia na piscina, então, seja boazinha e permita que eu prove mais uma vez o seu sabor como o meu melhor presente de aniversário?

Nina não respondeu, mas deu seu consentimento com o olhar, então — a beijei! Beijei-a como se fosse a última vez que o faria, beijei-a como se nada mais importasse, com todo o sentimento, até então desconhecido, que agora entorpecia as veias que corriam por todo o meu corpo. Ela não relutou quando segurei seu pequeno rosto entre minhas mãos e colei nossos lábios, ao invés disso, ela os entreabriu de leve me dando total acesso para que a provasse. Não tive pressa, primeiro brinquei com seu lábio inferior, passando depois para o superior, até que ela começou a se contorcer em busca de mais. Desci meus dedos por seu pescoço e segurei a sua nuca, causando-lhe leves arrepios, até invadir sua boca apertando-a contra mim. Ela tinha pressa, mas eu não queria ir rápido, faria aquele momento durar o máximo que pudesse. Nossas línguas se encontraram e dançaram juntas sensualmente, Nina emitia gemidos e sussurros, eu emanava fogo e prazer e, quanto mais a beijava, mais eu a queria, quanto mais a apertava contra mim, mais desejava que nossos corpos se fundissem. Não sei quanto tempo passou, mas quando o Miguel invadiu o quarto soltando um sonoro, "Nina e Alex estão namorando!", nossos corpos se afastaram deixando apenas um vazio frio.

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