Capítulo 31

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2012

Minha vida tinha se tornado um caos.

Alguns meses já haviam passado e mesmo tendo começado do zero com a Nina, eu continuava estagnado no mesmo ponto. O máximo que fazíamos era ter conversas triviais e nada íntimas porque ela havia montado uma barreira impedindo que eu me aproximasse. Eu preferia pensar que era porque se eu a tocasse, ela não conseguiria manter sua pose de mulher resistente.

Vê-la sorrir para o Daniel da forma como sorria para mim e sair algumas vezes com ele, fez com que eu questionasse se tudo o que passamos tinha significado tanto só para mim. Mas ter ficado tão abalada com a suposta traição significava que ela se importava e, se ela se importava, o que sentia era mais forte do que um romance adolescente, certo?

Não sei. Só sei que toda vez que a via junto dele perdia mais a esperança e para esquecê-la, eu pegava o máximo de mulheres que conseguisse em uma noite. Mas nenhuma delas era capaz de despertar o que senti há 5 anos, até chegar ao ponto em que meu pau não subia pra nenhuma peituda gostosa. Nina havia amaldiçoado meu pênis e eu estava começando a ficar desesperado.

Bruxa!

Eu não poderia exigir nada dela e teria que ter paciência para esperar o momento certo, até que percebi que os encontros deles estavam ficando mais raros. Eu me contorcia de curiosidade toda vez que a levava para a faculdade, querendo perguntar se estava tudo bem entre eles, mas mesmo sendo seu "amigo" agora, eu não seria capaz de conter a minha cara de "Porra, até que enfim!", e o sorriso vitorioso. E eu nem havia jogado nenhuma maldição! O máximo de feitiços que conhecia eram os que aprendi com Harry Potter e lá, infelizmente, não havia um encantamento sobre como fazê-la se apaixonar por mim novamente.

Tudo começaria a ficar bem e eu conseguiria passar para a segunda etapa: Amizade Colorida! Pelo menos era com isso que eu contava.

— Ei, Alex! Posso falar com você? — pediu Júlia, a fiel escudeira do Daniel e baba ovo dele, surgindo sabe-se lá de onde.

— Depende, se você quer uma noite comigo não vai rolar, mesmo sendo bonitinha. — respondi, fazendo-a revirar os olhos.

— Você é sempre tão convencido assim? — perguntou, me olhando de cima a baixo.

— De vez em quando, mas seu tempo está acabando, o que você quer? — perguntei logo, olhando ao redor pra ver se a Nina estava por perto. Eu estava evitando ao máximo ficar conversando com alguma garota mais do que dois minutos.

— Sei que você é caidinho pela Carina, a menina do rock. — começou ela. — Então, eu queria fazer uma proposta.

— Ok, agora você tem toda a minha atenção! — respondi, interessado em saber como ela poderia me ajudar.

Só que não!

— Na verdade, é você quem vai me ajudar. — falou.

— E por que eu faria isso? — questionei.

— Por que você a ama e não quer que nada de mal aconteça com ela.

— Acho que isso é obvio! — assegurei.

— E se eu dissesse que a vida dela está correndo risco? — sussurrou.

— Como assim?

Meu coração deu uma leve acelerada com a menção de que algo poderia acontecer com a Nina.

— Sua garota andou saindo com o Daniel, eu sabia que não ia dar em nada. Mas agora, ele está obcecado pela novata, Clara. Até onde sei, vocês já se conheceram e ela teve uma pequena queda por você no início. Mas parece estar prestes a querer tentar alguma coisa com o Daniel, que não pensa, ou fala, em mais nada que não tenha o nome dela envolvido. — explicou, como se estivesse me contanto o segredo do século.

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