Akira Yamaguchi
Tudo tem se tornado chato desde que chegamos aqui. Não temos muito tempo, na verdade. Eles estão menos que um passo atrás de nós. Foram mais rápidos do que previmos.
Ajeito algumas roupas em uma mochila e uns alimentos também.
Nós tínhamos montado uma base segura. Um lugar onde provavelmente não seríamos encontrados. Mas, improvavelmente, eles nos acharam.
Olho para todos distraídos em suas atividades. Vladmir arruma suas coisas enquanto Bernard empacota uma sacola com algumas ferramentas.
- Isso não vai ser bastante pesado? - pergunto.
- Isso vai ser bastante útil. - Ele diz sem tirar a atenção do que faz.
Malika, Aisha e Anippe separam alguns utensílios na cozinha improvisada.
Olho meu uniforme azul escuro envergado na cama. Como de costume, visto as calças e a camiseta e amarro a blusa na cintura. Os coturnos negros chegam na minha panturrilha e os amarro firmemente. O sol começa a subir no céu e fecho o zíper da mala.
A bainha da katana pende em minha cintura, mas já estou acostumado com o seu peso. A arma não se desgruda de mim.
Entro na cozinha improvisada e me deparo com as garotas juntas.
3.
Não consigo lembrar o dia de ontem. Tudo foi ruim o bastante. Vou até o compartimento de guarnições, pego uma grande sacola de couro e prendo-a no ombro; fecho os olhos, ainda sentindo o resquício de dor das queimaduras. Olho para Anippe e faço um movimento com a cabeça. Ela se levanta e corre para buscar seu arco e flecha.
Vamos para o meio da floresta atrás de almoço. Só pudemos pegar não perecíveis na fuga, e agora buscamos os nutrientes necessários.
Andamos em silêncio. Antes, estaríamos conversando pelos pensamentos, mas agora nós seguimos em quietude mortal para não afastar qualquer presa. Anippe estende o braço à minha frente, interpondo meu caminho, e se agacha. Sigo seu movimento e pouso um joelho no chão. Ela pega uma flecha da aljava e puxa a corda do arco. Tento ver onde ela mira, mas apenas vejo folhagens e galhos caídos.
A flecha se solta. O ar é partido ao meio enquanto ela percorre seu caminho, até que escuto um guincho. Ela se levanta e exclama:
- Isso! - ela corre até o animal que se debate e puxa a flecha de sua barriga. Ela saca uma pequena faca de sua cintura e corta o pescoço do javali. - Vamos ter carne boa hoje.
Ela prende o animal pelas pernas e me entrega. Pego-o e coloco na bolsa de couro, que ameaça rasgar com o peso.
Adentramos mais na floresta e retiro o javali da bolsa. Prendo-o em um galho alto para escorrer seu sangue.
Vasculho o chão e encontro dois galhos finos de um metro de comprimento.
- Ei, garota! - grito para Ani, que está distraída. Jogo a madeira para ela, que a pega no ar. - Pronta?
- Eu nasci pronta, meu amor. - ela diz em tom jocoso. - Mas, pronta para quê, exatamente?
- Você não desaparece mais, Thief. - digo, provocando. - Você tem que treinar combate corpo à corpo. Ou quer morrer no próximo embate?
Ela mexe o bastão de madeira na mão e me olha.
- Vamos dançar.
Ela parte para cima de mim com o bastão alto. Olho para ela rindo e paro seu movimento, passo as pernas pela sua e ela acaba no chão.
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Wanted
Ciencia FicciónSAGA INFECTED - LIVRO 2 Depois de serem recrutados, manipulados e utilizados como marionetes pela OCRV, os sete jovens agentes encaram os desafios e partem em busca da verdade. E agora, sendo alvos da mais poderosa organização mundial. Embora tenh...