Anippe Mahlab
Olho furiosamente para minha mala aberta. Assopro em frustração, e olho ao redor.
Já montamos o acampamento, pois a noite já se faz anunciar. Malika e Aisha estão sentadas mais á frente, com Carl deitado entre elas, conversando confidencialmente, enquanto Vlad foi procurar lenha para nossa fogueira. Bernard se ofereceu para acompanhá-lo e ajudá-lo na tarefa, mas Vladmir negou veementemente. Ele nos evita mais do que nunca. Não o culpo e não estranho essa ação; ele sempre pareceu ter o coração fechado, e com o rapto da Sophia, ele se trancou ainda mais.
Andamos o dia todo, nos embrenhando cada vez mais na mata. Estamos tentando ganhar tempo para que nossos poderes voltem antes de nos aventurarmos a retornar e resgatar a Sophia.
Mas não estou com boas perspectivas quanto a isso.
Toco na mala mais uma vez, e aperto os olhos, tentando com todas as minhas forças fazer com que ela se camufle sobre o chão coberto de folhas. Abro os olhos lentamente, esperançosa, e meu sorriso se desfaz.
Nada.
Chuto a mala, me sentindo ferver de ódio.
- É, ela foi uma péssima mala. Culpe-a.
Akira se aproxima, com um sorriso no canto da boca. A brisa de final de tarde despenteia seus cabelos, mas ele parece não se importar. Suas roupas simples e a camisa verde-folha faz com que ele pareça fazer parte do cenário florestal. A katana brilha na sua cintura, e ele me entrega meu arco com a aljava. Pego a arma e prendo nas costas, reclamando:
- Por que todo mundo consegue, menos eu? Aisha conseguiu dominar o fogo. O Vlad contou que conseguiu flutuar no dia que a Sophia sumiu, mas eu não consigo deixar essa maldita mala camuflada. Que ódio.
Ele se aproxima um pouco mais, olhando para a mala.
- Eu não lembro de ter lido a mente de alguém ainda - ele comenta, coçando o queixo. - Por que você não tenta se camuflar primeiro?
- Já cansei de tentar isso, nunca dá certo. - chuto a mala novamente, que sacode, derrubando algumas embalagens de maquiagem e um hidratante no chão. Fico ainda mais nervosa e suspiro. - Desisto.
Akira ri, e segura minhas duas mãos.
- Que tal se eu tentar te ajudar? Feche os olhos.
Fecho os olhos, e respiro fundo. Tento me camuflar mais uma vez, até que sinto o impacto dos lábios dele nos meus. Rio alto, e abro os olhos. Ele diz:
- Hmmm. Não. Não ajudou. Mas isso foi bastante bom.
Olho para ele de viés, e puxo seu rosto para perto, cravando os dentes na sua bochecha. Ele reclama de dor, e eu solto. Aponto para a mala, e peço com a voz melodiosa:
- Pega pra mim?
Akira revira os olhos e me olha. Pisco levemente, e ele se abaixa murmurando:
- Folgada. - Ele pega as coisas no chão e coloca dentro da mala. Estende-a na minha frente, reclamando: - Isso pesa.
- Você me disse para pegar só o necessário. Só tem o necessário aí - digo, dando de ombros.
Ele põe a mala perto de uma das barracas e a abre novamente.
- Eu consigo imaginar um milhão de coisas mais necessárias do que... - ele abaixa e pega um frasco. - O que é isso? Mais batom?
- Não, tá doido? Isso é primer. Deixa a pele mais bonita.
- Você precisa disso pra deixar a pele bonita? Tenho certeza que não estava com esse negócio na cara ontem.
Akira balança o frasco displicentemente, e eu tomo da sua mão.
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Wanted
Science FictionSAGA INFECTED - LIVRO 2 Depois de serem recrutados, manipulados e utilizados como marionetes pela OCRV, os sete jovens agentes encaram os desafios e partem em busca da verdade. E agora, sendo alvos da mais poderosa organização mundial. Embora tenh...