Capítulo 4

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Era nove e meia da noite e meu corpo implorava pela minha cama e claro pela minha amiga de todas as horas chamada netflix, estava quase inventando uma dor de cabeça de última hora para ficar em casa e curtir a noite de sábado colocando minhas séries em dia, como disse eu estava quase, mas, assim que Felicia entrou no meu quarto fui obrigada a mudar de ideia.
- Por que não está pronta ainda? Nem pense em inventar qualquer dor que seja para não ir, vai ser legal Liza, sabe, estudando sobre o amor, eu notei que muitas pessoas se sentem carentes e isso afeta diretamente o humor, você precisa sair, precisa transar.
No geral Felicia era bem absurda em suas conclusões, mas dessa vez ela estava certa, eu estava carente, só não admitia.
Me arrumei, decidi fazer o que fazia de melhor, essa noite eu seria insensata. Felicia pegou o carro e depois de uns vinte minutos estávamos em frente a uma boate, hoje qualquer comportamento meu seria culpa da minha pesquisa,ao entrar, logo senti a velha dentro de mim reclamar, eram muitas luzes,muita música e o volume estava ensurdecedor, o bar estava lotado e não demorou muito para que Felicia se perdesse na multidão dançante. Comecei a dançar, peguei um copo de vodka e bebi com tudo, aquilo fez minha garganta arder, não me importei, a música estava alta mais de alguma forma a velha dentro de mim se adaptou, pedi um segundo copo de vodka sem parar de dançar, bebi em um só gole, eu nunca fui Boa com bebidas, de toda a família, sempre fui a mais fraca. Estava no terceiro copo e comecei a dar risada sozinha, a dança estava mais para uns movimentos estranhos do que para dança, eu parecia estar levando choque, em meu quarto copo de vodka tropecei no meu próprio pé quebrando o salto do meu sapato, andei em direção a um banco do bar e me sentei.
- MERDA! Gritei, eu estava mais pra lá do que pra cá, dane-se, ninguém ouviu, a música continuava alta e não tinha ninguém por perto.
- Posso ajudar?
Eu estava tentando examinando o salto do sapato quando uma voz masculina falou bem perto do meu ouvido. Ao olhar me deparei com um homem alto, moreno, não enxerguei a cor dos olhos, tudo estava escuro demais e ao invés de ver dois olhos eu via quatro, ia dispensar sua ajuda quando as palavras de Felicia ecoaram em minha mente : " muitas pessoas se sentem carentes e isso afeta diretamente o humor, você precisa sair, precisa transar". Automaticamente meu subconsciente traidor se interessou pelo cara, tentei ser o mais sexy possível, eu realmente precisava transar.
- Preciso da sua ajuda!
- No que eu posso te ajudar?
Eu não queria conversar, queria ir logo para qualquer canto e gozar. O tal cara se aproximou colocando a mão em minha coxa e eu o puxei de modo que meus braços passassem em volta de seu pescoço.
- Vamos sair daqui.
- É pra já, gostosa.
Me levantei e saí puxando o cara em meio a multidão, o levei em direção ao banheiro, entramos em uma cabine, ele abaixou as calças e eu levantei o vestido, não era de meu costume transar com qualquer um, sem ao menos saber o nome.
- Espera, antes que faça qualquer coisa, qual seu nome?
- David, meu nome é David.
David me pegou pela cintura e me sentou em seu colo, sua ereção estava a mostra, ao sentar senti ele se encaixando perfeitamente dentro de mim, a cada movimento meu corpo desejava mais, meu corpo desejava algo maior, era, era tão pequeno, tão, tão sem graça, David gozou e eu me levantei em seguida, esse realmente não era meu dia, acordar com Murffie nos pés, pegar o ônibus sendo massacrada por pessoas sem educação, ir para a boate forçada e agora como se não bastasse, pinto pequeno. Saí do banheiro sem nem olhar para trás, eu estava tonta e o cansaço havia batido, procurei Felicia sem o sucesso de encontra-la, as três horas da manhã chamei um táxi, quando cheguei em casa o alívio me invadiu, tomei um banho bem quente para despertar, fiz uma xícara de café e depois de tomar fui para cama, essa noite com toda a certeza não foi minha, antes de dormir mandei uma mensagem para Felicia dizendo que já estava em casa e que ela podia trepar na casa de qualquer um dos machos que ela pegasse, eu só queria dormir.

O dia amanheceu, eu acordei, a dor de cabeça que eu esperava estava mais fraca do que eu previa, graças a Deus, me levantei e procurei Felicia por todo o apartamento, nem sinal da loira aguada, peguei o celular e vi uma mensagem dizendo que tinha encontrado um Crush maravilhoso e que não tinha hora para voltar. Ao que ne parecia estava sozinha, deitei no sofá e comecei a lembrar da noite passada, lembrei da transa no banheiro, como era mesmo o nome do cara? Daniel? Dênis? David! Era David, David do pinto pequeno, comecei a rir comigo mesma, com toda a certeza aquela era uma noite que eu faria questão de esquecer.

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