Capítulo 18

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Voltei para a casa pensando no que eu poderia fazer para Vicente confiar em mim novamente. Ao abrir a porta levei um susto quando vi Diego e Charlie com algumas malas no chão.

- O que vocês vão fazer? Onde vão?

- Charlie me espera no quarto, eu já vou lá te chamar.

- Tá bom pai.

Vi Charlie indo em direção ao quarto e assim que tive certeza que ele estava entretido em seu vídeo game portátil voltei a sala.

- Está tudo bem?

- Claro que está Liza, vim buscar Charlie para passar as férias comigo em Santa Catarina, quero apresentar ele a uma pessoa.

- Uma pessoa?

- Sim. Quero apresenta-lo a Lúcia, digamos que eu estou de casamento marcado.

- Ai meu Deus não brinca, sério?

- Sério.

Eu estava feliz por Diego ,ele sempre foi meu amigo e pai do Charlie, independente do casamento ter dado certo ou não nós conseguimos manter nossa amizade.

- Ela sabe? Quer dizer..do seu problemas com filhos?

- Liza ela sabe e aceitou, ela tem dois filhos, dois rapazes, acho que Charlie vai se dar bem lá.

- Me conta, como se conheceram?

Puxei Diego para sentar no sofá, ele se sentou e me contou que se envolveu em uma briga na rua, um assalto, ao ajudar a moça que era assaltada levou dois socos na boca, mas conseguiu conter o assalto e quando se virou para a moça conheceu Lúcia.

Nós conversamos por mais dois minutos quando ouvimos a porta sendo aberta. Vicente entrou aos beijos com uma ruiva que estava vestida igual uma puta de aluguel. Fiquei chocada com a cena, qual era a dele? Onde estava aquele cara que minutos atrás estava na praça se lamentando por ainda gostar de mim?

- Quanta educação!

Vicente se afastou da ruiva, sua boca estava toda borrada com batom da pobre garota.

- Nossa, foi mal não sabia que estava em casa!

- Mas estou..

Diego se levantou e foi até o quarto. Vicente veio até mim, agarrou meu braço e me puxou para a cozinha, deixando a ruiva sozinha na sala.

- Quem é ele?

- Quem é ela?

- O que? Eu não te devo satisfações Liza.

- Ótimo ,porque eu também não te devo.

Diego apareceu na porta da cozinha com Charlie logo atrás.

- Liza estamos indo.

- Ok! Boa viagem, nada de vídeo game até tarde ouviu mocinho, volta logo, já estou com saudades.

-Tchau Liza.

Diego veio até mim e me abraçou, um abraço generoso, o abracei de volta e logo em seguida dei um beijo em seu rosto e no de Charlie.

- Vão com Deus meus meninos.

Os acompanhei até a porta do apartamento e ao voltar vi a ruiva sentada no sofá.

- Querida, não foi ainda?

- Estou esperando meu amorzinho.

- Ele não é seu amorzinho e some daqui antes que sobre para você também.

Voltei a cozinha e vi Vicente no mesmo lugar, intacto.

- Meus meninos?

- É, meus meninos, aquele é o pai do Charlie, Diego.

- Então vocês ainda se falam?

- Mais é claro, ele é o pai do meu filho.

- Entendi.

- A proposito, a ruiva foi embora.

- O que?

Vicente saiu em disparada para a sala, fui logo atrás rindo de minhas próprias palavras que agora ecoavam em minha mente: some daqui antes que sobre para você também. O que eu faria se ela dissesse não? Eu me meto em cada furada.

- O que você fez com ela?

- Eu? Não fiz nada.

- Fez, fez sim.

- Eu disse a verdade.

- Que verdade?

- Que você não é o amorzinho dela.

- O que?

Não pensei duas vezes, até porque se pensasse desistiria da ideia, apenas agi com insensatez. Me aproximei de Vicente que me olhava furioso, passei as mãos em volta de seu pescoço o puxando, nos deixando a centímetros  um do outro.

- Por que ela? Por que não eu?

- Que?

Me forcei a não fazer o que estava prestes a fazer, mas meu desejo e talvez até saudade fossem maiores. Juntei nossos lábios ,não demorou muito para que Vicente caísse certinho em minha armadilha, ele logo devolveu o beijo com a mesma intensidade me provando que ainda me amava e que era questão de tempo para reconquistar seu amor e confiança.

Suas mãos passeavam pelo meu corpo, sua boca traçava um caminho indo do meu pescoço ao meu ombro, ele parecia saber exatamente o que estava fazendo.

- O que estamos fazendo?

- Matando a saudade.

Vicente me pegou pela cintura e eu cruzei minhas pernas em sua cintura, ele me levou até seu quarto me colocando em sua cama e trancando a porta. Ele tirava sua roupa com rapidez, eu observava cada detalhe pois provavelmente pela manhã estaria morta de arrependimento, minha boca salivava só de pensar que em segundos ele estaria dentro de mim. Eu nunca fui maníaca por sexo, mas desde que havia chegado, confesso que pensava com frequência. Senti Vicente se deitando em cima de mim, ele se movia rapidamente tirando minhas roupas, quando  a covarde dentro de mim praticamente gritou.

- É melhor pararmos por aqui.

Vicente parou de beijar meu pescoço e me olhou incrédulo.

- É?

- É.

- Merda Liza. Ele se levantou  e colocou a blusa, eu o olhava decepcionada comigo mesma.

- Sabe quantas punhetas vou precisar bater para acalmar isso daqui?

Ele apontou para seu amigo que estava praticamente pulando de sua cueca, senti minha boca salivar ainda mais me fazendo perder o restinho de juízo que me restava.

- Nenhuma!

Puxei Vicente para cama onde o joguei e subi em cima logo em seguida, tirei meu sutiã e me deitei para que nossas bocas ficassem perto uma da outra.

- Não faz assim..

Comecei a rebolar de leve em cima de seu querido amigo . Querido por ambos.

- Faço.

Foi tudo rápido demais ,em instantes eu estava embaixo de Vicente sentindo seu belo colega entrando em mim, aquilo era fantástico ,cada movimento, cada toque, eu nunca havia sentido isso antes. Depois de certo tempo nós dois estávamos deitados encarando o teto em um silencio constrangedor, certamente eu me coloquei em uma situação sem saída ,eu podia estar delirando, mas tinha quase total certeza de que estava amando Vicente, amando meu cafajeste

InsensatezOnde histórias criam vida. Descubra agora