Mais três meses haviam se passado, eu estava ainda mais gorda, ainda mais sonolenta e ainda mais chorona, em meus oito meses de gravidez me sentia bem próxima da melancia , quase parentes.
Depois do ocorrido, de Charlie saber toda a verdade, Diego entrou com um processo na justiça, ele odiava Pedro e o queria longe do nosso filho. Diego se casou com Lúcia e ambos partiram para uma lua de mel, que não seria tão lua de mel já que Charlie quis ir junto.
Eu já estava andando com dificuldade já que meus tornozelos inchavam se eu andasse demais, Vicente estava ainda mais grudado em mim e eu gostava daquilo, exceto quando eu ia ao banheiro e ele ficava de cinco em cinco minutos batendo na porta.
A noite estava caindo e o tempo estava fechando, mesmo grávida eu estava morrendo de vontade de dar uns beijos em Vicente, então, enquanto esperava ele chegar do trabalho, tirei minha roupa ficando apenas de sutiã e calcinha , me deitei na cama esperando que ele chegasse logo em casa. Enquanto passava a mão em minha barriga que quase tocava o teto ouvi a porta sendo aberta e Vicente jogando as chaves na mesa, me apressei e me levantei com dificuldade, fiquei esperando que ele abrisse a porta do quarto e assim que abriu eu grudei na gola de sua camisa e o puxei para mim, não dei espaço para que ele falasse nada, estava com saudade, com urgência de tê-lo .
Assim que Vicente se soltou de meus braços ele me olhava com desejo, pensei por um momento em como ele conseguia sentir desejo por alguém que se encontrava em meu estado, mas logo esses pensamentos foram afastados quando Vicente tirou a blusa e a calça ficando apenas de cueca, ele me levou até a cama e se deitou para que pudesse ficar em cima dele, as mãos de Vicente eram ágeis e passavam em minhas coxas e em meus seios, sem nunca desgrudar nossas bocas ele me beijava com certa urgência , notava-se que ele me queria tanto quando eu o queria.
Enquanto nossas bocas se encontravam e nossas línguas dançavam juntas em um ritmo fora do comum, me sentei no colo de Vicente, queria tê-lo o mais perto possível, enquanto ele beijava meus seios senti algo estranho, Vicente parou o que estava fazendo e me olhou esquisito.
- Você fez xixi em mim? Vicente me olhava incrédulo , ele parecia não acreditar no que estava presenciando.
- Eu? Claro que não.
- Ou você fez xixi em mim ou gozou oito meses de prazer reprimido, porque você acabou de me molhar as pernas
Saí de cima de seu colo e olhei suas pernas, estavam molhadas, cheguei mais perto e observei aquela espécie de água, de repente a ficha caiu e eu olhei para as minhas pernas, estavam molhadas e escorriam por elas uma mistura de água e sangue, comecei a entrar em desespero e Vicente pareceu entender o que estava acontecendo pois pulou da cama igual a um louco e sem demora se vestiu, pegou minha bolsa e a bolsa dos bebês, eu estava grávida de oito meses e meus filhos estavam vindo ao mundo naquele exato momento.
Vicente dirigia o carro quieto e em alta velocidade, eu estava com as mãos na barriga por costume e por preocupação, desde que a bolsa estourou não sentia mais os bebês se mexerem , tentei respirar e não entrar em pânico , no final tudo daria certo, tenho certeza, repeti esse mantra até chegarmos no hospital, fui encaminhada ao centro cirúrgico enquanto Vicente fazia minha ficha.
No centro cirúrgico estava quase recendo a anestesia quando o desespero me invadiu e comecei a gritar.
- Cadê meu marido? Eu quero ele aqui.
- Minha senhora, a senhora está dando a luz a gêmeos é necessário que esse parto seja feito o mais rápido possível para que sua vida nem a dos bebês entrem em risco .
- Eu só dou a luz quando meu marido entrar por aquela porta. A enfermeira que conversava comigo, tentava me tranquilizar , o que foi incrivelmente em vão, depois de gritar, espernear, chorar, senti um sono repentino e notei que a enfermeira filha da mãe havia injetado a anestesia , tentei xinga-la de várias maneiras e vários nomes, mas o sono que me veio foi mais forte, eu estava grogue , nem acordada e nem dormindo, parecia até que tinha usado drogas. Depois de um tempo enxergando apenas as luzes da sala de cirurgia senti alguém pegar uma de minhas mãos, apesar de estar todo enfeitado com aquela mascara e com aquela touca reconheci de imediato Vicente, tê-lo ali me tranquilizou por completo. As últimas palavras que ouvi foram as dele.
- Vai ficar tudo bem meu amor, eu prometo.
Acordei e já estava em um quarto. Me senti culpada, que tipo de mãe dorme no nascimento dos próprios filhos? Eu. Eu dormi.
Fiquei olhando para o teto até ver Vicente entrar no quarto, ele não me disse nada, apenas se sentou na cadeira ao lado da cama e sorriu.
- Cadê eles? Qual o sexo?
- Eles são lindos meu amor, são perfeitos. Eu te amo.
- Eu também te amo meu amor. Tentei ser o mais doce possível , mas minha ansiedade não me ajudava em absolutamente nada. Eu queria vê-los , já que fiz o favor de dormir no nascimento deles.
- Daqui a pouco eles estão vindo ai, você vai dar de mama a eles e vai saber o que os nossos bebês são.
- A não Vicente, eu quero saber, o que são?
- Calma meu amor.
Eu estava prestes a levantar daquela cama mesmo cortada ao meio e dar um murro no rosto de Vicente quando ouvi baterem na porta. Assim que a porta se abriu vi uma enfermeira trazendo dois carrinhos, meu bebês.
Ela pegou um bebê no colo e me deu, estava lindo, olhei para Vicente que me olhava ainda mais encantado que quando descobriu que seria pai, em seguida ela me deu o outro bebê e Vicente se sentou ao nosso lado na cama hospitalar, eles estavam de roupa , ambos de amarelo, eu não sabia o que eles eram, então, por mais idiota que possa parecer eu fiz a pergunta mais ridícula que uma mãe pode fazer.
- Com licença, moça, meu marido não quis me contar qual o sexo dos bebês, será que você pode me contar?
A enfermeira começou a rir e eu me senti uma palhaça que foi abandonada pelo circo, esperei que a enfermeira se recuperasse do mini ataque de riso que provoquei e assim que ela teve fôlego me respondeu.
- Bom, mamãe, você é mãe de um menino e mãe de uma menina. Meus parabéns .
A enfermeira saiu do quarto me deixando com os bebês e com Vicente, meus olhos se encheram de lágrimas e não consegui conte-las, eu mãe de um menino e de uma menina, um sonho realizado. Olhei para Vicente que admirava a cena e o beijei, um selinho, para minha felicidade estar completa só Charlie chegando de surpresa.
- E então, qual os nomes?
Pensei por um momento e respondi convicta de que aqueles a partir de hoje seriam os nomes mais lindos do mundo.
- Louisa e Arthur.
Vicente passou uma das mãos na cabeça de Arthur e logo depois na cabeça de Louisa.
- Então, sejam bem-vindos, Louisa e Arthur .
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Insensatez
Romance- Você é o pior tipo de cafajeste que pode existir em toda a galáxia. Ela me disse com lágrimas nos olhos enquanto eu a segurava pela cintura. - E qual seria o pior tipo de cafajeste? Ela me olhou com lágrimas escorrendo pelo seu belo rosto e me di...