Felicia acordou com febre e várias dores que eu nem quis saber onde eram, estava chovendo, Felicia estava doente e não iria para a faculdade, minha sorte é que ela me emprestou o carro e pude ir sem ser esmagada dentro do ônibus. A chuva estava cada vez pior, eu fui de carro, mas esqueci a sombrinha, ou seja, eu estava ferrada do mesmo jeito, iria tomar chuva do mesmo jeito. Estacione o carro, contei até três, peguei meus livros e minha jaqueta, tranquei o carro e corri em direção ao prédio, já ouviram dizer que chuva + correr nunca deu certo?
Assim que pisei na parte coberta do prédio minhas pernas me traíram, eu escorreguei e caí de bunda no chão, me levantei, ignorei as risadas alheias e continuei meu caminho, meu armário ficava bem na esquina de um corredor para o outro, péssimo lugar, mas desde quando eu fui sortuda? Nunca!
Estava com pressa, mesmo indo de carro consegui chegar atrasada, corri um pouquinho para ganhar tempo e caí de bunda no chão, agora corri cautelosamente, quase andei na realidade, ok, andei com pressa, guardei meus livros da segunda aula e fiquei com os da primeira, fechei meu armário e para meu azar ao sair dei de cara com alguém, lá se foram meus livros para o chão, abaixo para pega-los mais senti minha cabeça latejar, por instinto coloque o a mão na testa e pude ver Vicente com a mão na testa também, bem clichê, eu abaixei, ele abaixou, mas no final não teve aquele olhar que hipnotiza ambos os lados, a única coisa que teve foi uma testada bem forte, o que provavelmente iria garantir um galo para os dois.
- Merda, hoje tá tudo dando errado!
- Bom dia pra você também pijama.
- Para de me chamar assim, bom dia, até depois.
- Pijama, quem ele pensava ser para me chamar de pijama? Só porque ele me viu usando meu pijama do soninho e passou a maior parte da noite conversando comigo ele acha que tem intimidade o suficiente para me chanar dd pijama?
- Eu acho que tenho sim!
Levei um susto ao olhar para o lado e perceber que Vicente me acompanhava nos passos.
- Que?
- Eu acho que tenho intimidade o suficiente para te chamar de pijama, justamente por ter te visto usando ele e por ter passado a maior parte da noite ontem na sua casa.
- Como você?
- Eliza, ou melhor, pijama.. Vicente colocou uma das mãos no peito e fez uma careta de chocado. - Você pensa alto e não sabia disso?
- Penso alto?
- Aham, você pensa e fala ao mesmo tempo que está pensando.
- Eu sei o que é pensar alto.
- Ok, então por que esse mal humor todo?
- Vejamos, hoje é segunda, está chovendo, Felicia esta doente, assim que cheguei aqui escorreguei e caí, na minha testa tem um galo por culpa sua e agora estou tentando não chegar atrasada na sala de aula, mas você insiste em puxar assunto comigo.
Vicente me olhava, não importa o que eu falasse o sorriso não saía de sua boca, chegava a ser extremamente irritante.
- E para de sorrir pra mim.
- Não posso sorrir agora?
- Não! Cheguei na minha sala obrigada por me acompanhar mesmo não sendo chamado!
- De nada pijaminha.
Vicente deu tchau com a mão e seguiu corredor a dentro, fiquei parada na porta da sala observando aquele cara, ele era tão bem humorado, tão sorridente em plena sete horas da manhã, aquilo era irritante.
- Vai ficar parada na porta ou vai entrar?
O professor me olhava, pelo visto não era só eu que estava mal humorada hoje, entrei na sala e fui para meu lugar de costume, antes de me sentar Sabrina uma amiga minha e de Felicia evitou um completo desastre.
- Não senta ai, olha para o teto.
Ao olhar para o teto pude ver que tinha uma goteira e adivinha? Meu lugar estava bem embaixo, caminhei até a frente da sala e me sentei na primeira cadeira. O dia estava apenas no início e já estava todo cagado, imagine o resto desse dia. Tentei prestar atenção nas duas primeiras aulas mais minha testa latejava, peguei um pequeno espelho que carrego na bolsa para ver o estrago feito, tinha um galo na minha testa, ele estava vermelho e inchado, me lembrei de Vicente e quis socar a cara daquele idiota.
Depois do sinal bater fui para a enfermaria.
- Será que vocês tem alguma coisa para diminuir o inchaço?
Quando fechei a porta atrás de mim vi Vinícius e Vicente conversando.
- O que vocês fazem aqui? E cadê a enfermeira?
- Eu estou fazendo estágio aqui, bom dia pra você também Eliza.
- A não é possível isso!
- Isso o que?
- Você está me seguindo?
- Eu? Claro que não, vim aqui conversar com meu irmão, ele é o estagiário aqui, eu não sabia que você ia aparecer por aqui.
- Tá, que seja. Resolvi ignorar Vicente, eu precisava fazer alguma coisa a respeito da minha testa ou então teria de voltar para a casa. - Tem algum remédio que faça passar a dor ou diminua o inchaço?
Apontei para a testa, fiquei com mais raiva ainda ao notar que a testa de Vicente estava intacta, por que? Por que era só comigo que coisas desse tipo aconteciam? Não fazia sentido nenhum ele bateu a testa na minha, no mínimo era para a testa dele estar igual que a minha.
Vinícius me apontou a cadeira e eu me sentei, ele colocou uma espécie de pomada e comecei a esfregar.
- Ai, ai, ai, o que é isso? Tá doendo sabia?
- Isso é uma pomada para tirar o inchaço, claro que estav doendo, isso daqui tá horrível.
- Não precisa anunciar o que eu já sei.
Vinícius parou de esfregar e lavou as mãos, em seguida abriu a gaveta e me deu um remédio.
- Toma, isso vai fazer a dor passar.
- Obrigada.
- Não sabia que fazia Medicina.
- E não faço, faço enfermagem.
- Hum, obrigada e tchau.
- Ei, pijaminha, me espera.
- Não!
Sai o mais rápido possível da enfermaria. Era horário de almoço e mesmo depois do remédio e da pomada decidi ir embora, esse dia deu o que tinha que dar.
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Insensatez
Romance- Você é o pior tipo de cafajeste que pode existir em toda a galáxia. Ela me disse com lágrimas nos olhos enquanto eu a segurava pela cintura. - E qual seria o pior tipo de cafajeste? Ela me olhou com lágrimas escorrendo pelo seu belo rosto e me di...